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MUTAÇÃO
Trabalho
em casa faz residência virar escritório
do Conselho Editorial
Empresas americanas detectaram uma tendência entre seus funcionários
de recusar promoções caso elas implicassem maior carga
de trabalho e, em especial, uma mudança de cidade. A tendência
era mais visível entre as mães, preocupadas com a
distância dos filhos. O que explica, em parte, o crescimento
dos horários flexíveis e do expediente de meio período.
¦Essa recusa vem acompanhada, não por acaso, da acelerada
tendência do trabalho em casa, viabilizada pelo avanço
dos meios de comunicação.
¦Segundo o Bureau of Labor Satistics, órgão
do governo norte-americano responsável pelas estatísticas
de trabalho, 3,3% das pessoas empregadas em maio de 97 trabalhavam
em casa _eram assalariados pagos para isso.
¦Se isolado o número não impressiona, seu crescimento
nessa década evidencia a tendência. Em seis anos a
taxa dobrou. Em 1991, essa cifra era de apenas 1,9% (1,9 milhão
de pessoas). No ano retrasado, porém, 3,8 milhões
de assalariados trabalhavam em casa. E com a soma de alguns trabalhadores
autônomos, sobe para 4,1 milhões o número de
pessoas que tinham sua atividade principal baseada na própria
residência.
¦Na busca de redução de custo e aumento de
eficiência, empresas perceberam que era perda de tempo alguns
de seus funcionários se deslocarem até a sede _ o
escritório deveria servir como um local de encontro para
troca de idéias e manutenção do espírito
de equipe.
COMPUTADORES
Com a internet, arquitetos viram se avolumarem os pedidos para adaptação
das residências, criando espaços de trabalho. Em muitos
casos, a mudança é patrocinada pela própria
empresa, que fornece os equipamentos e dá dicas sobre a melhor
disposição dos móveis.
¦A residência-escritório é particularmente
útil para quem deseja viver longe dos burburinhos dos grandes
centros. Pelo computador é possível corrigir documentos
e adiantar tarefas e conversas.
¦Pelas estatísticas norte-americanas, 60% dos que
fizeram algum tipo de trabalho em casa no ano retrasado _pago ou
não_ utilizaram o computador.
¦Surgem, porém, novos transtornos. Quem trabalha em
casa tem demonstrado incapacidade de saber quando parar, aumentando
o estresse. É apenas um detalhe desse movimento ainda pioneiro
que dá para a casa um ar de escritório. E ao escritório
um toque doméstico. (GILBERTO DIMENSTEIN)
Automóveis
Do processo
de montagem manual de carrocerias utilizado em 1927 nas fábricas
de Detroit, nos Estados Unidos, à linha de produção
da Fiat em Betim, no Brasil, a indústria automobilística
está entre os setores que mais evoluíram tecnologicamente
neste século, absorvendo os principais avanços da
robótica e da mecatrônica.
Em decorrência dos aumentos
na produtividade, os postos de trabalho nessa esfera produtiva têm
sido reduzidos drasticamente nas últimas décadas.
Nos anos 80, a Volkswagen
do Brasil cortou 10 mil pessoas de seu quadro funcional, e a Mercedes-Benz
demitiu outros 5.000 empregados; só em 1998, a Fiat demitiu
ou terceirizou 6.400 funcionários,em Minas, enquanto a General
Motors implementava um plano de demissões voluntárias
que resultou no afastamento de outros 2.000 empregados; neste ano,
a Ford já cortou mais 1.250 funcionários.
Bebidas
Enquanto na cervejaria escocesa Guiness
de 1948 a produção da bebida era praticamente artesanal,
com as garrafas sendo envasadas
e fechadas uma a uma, a fábrica da Brahma inaugurada em 1997
no Rio de Janeiro tem grande parte de sua operação
automatizada, quase sem contato humano com o produto
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