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RESISTENTES
o que continuará a
existir
ESCOVA DE DENTES
Vêm da China medieval (1498) os primeiros registros da existência
de uma peça com corpo fino e comprido e cerdas na ponta utilizada
para higiene bucal. Essa escova de dentes pré-histórica
tinha pêlos de porco selvagem siberiano amarrados a uma haste
de bambu ou osso trabalhado e foi levada à Europa no século
17 e depois às Américas.
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Anuncio
de 1958 da OralB |
No continente europeu, os porcos selvagens, raros e de díficil
captura, foram substituídos por cavalos e outros animais
no fornecimento dos pêlos. Mesmo assim, a ferramenta cheirava
mal e acumulava bactérias, fatos que garantiram sua baixa
popularidade nos dois séculos seguintes. Os europeus preferiam
limpar a boca com um tipo rudimentar de palito de dentes, feito
de prata, de cobre ou de pena de ganso.
Outra opção surgiu por volta de 1850, com o fio dental
para limpeza dos dentes, encerado e feito com seda. Só em
1938, após o surgimento do náilon, a escova de dentes
ganhou cerdas novas e, consequentemente, adeptos. No início
dos anos 60, o futuro parecia ter chegado à higiene bucal
quando a escova elétrica Broxodent, desenvolvida na Suíça,
entrou no mercado para concorrer com os modelos tradicionais.
Mas o custo mais elevado dos novos aparelhos impediu que as escovas
manuais perdessem seu espaço. Hoje, somente nos Estados Unidos,
o consumo de escovas de dentes movimenta US$ 800 milhões
por ano, e entre 1963 e 1998 mais de 3.000 novos modelos de escovas
foram patenteados em todo o mundo.
CONDENADOS
o que vai
desaparecer
CÓDIGO MORSE
Três
pontos. Três
traços. Três pontos.
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Samuel
Morse,
criador do código |
Durante praticamente
um século essa foi a forma utilizada por navios do mundo
todo para pedir socorro. É a representação
de SOS, em código morse. Código que desde o último
dia 1º de fevereiro deixou de ser usado internacionalmente
como meio de comunicação no mar. Por determinação
da Organização Marítima Internacional (OMI),
os navegadores agora adotam um sistema baseado em satélite,
mais rápido e eficiente.
A data pode ser considerada o "fim da era" do conjunto
de sinais criado em 1832 por Samuel Morse. Esse pintor e físico
norte-americano não só desenvolveu o código
como também criou um aparelho para poder utilizá-lo,
o telégrafo, com a ajuda de Alfred Vail. Morse fez sua primeira
transmissão por telégrafo em 1844.
A partir de então, seu código se tornaria o principal
sistema mundial de comunicação imediata à longa
distância. Quando seu criador morreu, em 1872, cabos telegráficos
percorriam o planeta formando uma rede de mais de 1 milhão
de quilômetros, conectando 20 mil cidades.
A invenção do telefone (1876) principiou a derrocada
da telegrafia, mas o código ganhou sobrevida com o surgimento
da radiotelegrafia em 1896. A transmissão de mensagens em
morse por ondas de rádio tornou-se o sistema oficial de comunicação
entre navegantes até 1992, quando a OMI propôs a comunicação
por satélites. A navegação marítima
era o último setor importante a empregar o código
morse (que ainda é utilizado por radioamadores).
PALPITE
INFELIZ
previsões que deram errado
PREVISÃO:
Há vida inteligente em Marte
QUANDO: 1895
O CASO: No livro "Marte", publicado em 1895,
Percival Lowell apresentava o resultado de seus estudos sobre
a superfície do planeta, após um ano de análises
em seu próprio observatório, em Flagstaff (EUA).
A principal tese defendida pelo astrônomo era a existência
de 184 canais no solo marciano, com vasta vegetação
crescendo ao seu redor. Segundo Lowell, todas as evidências
indicavam que esses canais haviam sido construídos por
seres inteligentes e formavam uma extensa "rede de distribuição",
que levava água das calotas polares às regiões
desérticas do planeta.
A identificação dos canais não era novidade.
Em 1877, o italiano Giovanni Schiaparelli anunciara a descoberta
de sulcos na superfície de Marte, mas não se atrevera
a dizer que o achado era obra de seres inteligentes. Concluiu
que os canais não passavam de acidentes geológicos.
Apesar de defender a tese da existência de vida inteligente
em Marte, Lowell não se arriscou a descrever o possível
aspecto dos habitantes do planeta.
Até hoje, nem os telescópios a-tuais nem as sondas
que já pousaram em Marte foram capazes de revelar indícios
de inteligência no planeta. E mesmo os 184 canais de Percival
Lowell se revelaram ilusão de ótica.
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Quem
previu
Percival Lowell
Astrônomo norte-americano |
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APOSTA
CERTA
previsões que se realizaram
PREVISÃO:
A existência de Plutão
QUANDO: 1915
O CASO: Apesar de ter errado em sua teoria sobre a existência
de vida inteligente em Marte, Percival Lowell voltou a arriscar
uma previsão em 1915.
Estudando as características das órbitas de Urano
e Netuno, o astrônomo observou que as trajetórias
desses planetas sofriam alterações provocadas
por algum outro corpo ainda não descoberto. Lowell desenvolveu
suas pesquisas e apresentou cálculos sobre a localização
do Planeta X, astro ainda mais distante do Sol do que Netuno.
O pesquisador morreu um ano depois de revelar seus apontamentos
e solicitar a construção de um telescópio
especial, necessário para que o nono astro fosse localizado.
A teoria de Lowell só foi comprovada em 18 de fevereiro
de 1930, quando Clyde W.Tombaugh anunciou que tinha conseguido
identificar o planeta, usando a própria câmera
especial montada a pedido do astrônomo. E o novo corpo
celeste estava mesmo no local apontado nos estudos de Lowell.
O Planeta X foi então batizado com o nome de Plutão,
deus do fogo na mitologia greco-romana e cujas duas primeiras
letras formam as iniciais de Percival Lowell. Uma homenagem
ao astrônomo, que dessa vez estava com a razão.
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NÃO
EXISTIRIA O
SÉCULO 20 SEM...
...o clipe para prender
papel
Durante a Segunda Guerra Mundial, na ocupação nazista
da Noruega, a população local foi proibida de utilizar
as iniciais de seu rei em suas vestes. Privados dessa tradição,
os noruegueses passaram a usar um clipe preso à roupa, como
símbolo de resistência. A idéia era mostrar aos
alemães que, apesar da invasão, o povo nórdico
estava unido, como os papéis seguros por um clipe. O efeito
do protesto foi tão forte que o exército de Hitler chegou
a prender noruegueses que foram à rua com um clipe no paletó.
Além de sinalizar união, o uso do utensílio de
escritório também era uma demonstração
de patriotismo, uma homenagem ao matemático norueguês
Johan Vaaler, que em 1899 inventara o clipe de papel e registrara
sua patente na Alemanha.
Dois anos mais tarde, em 1901, Vaaler patenteou seu invento também
nos EUA, descrevendo o clipe da seguinte forma: "um pedaço
de metal, como um arame, retorcido três vezes, em direções
opostas, em formato retangular, triangular ou arredondado".
Dividindo a paternidade da invenção com Johan Vaaler
está o norte-americano William Middlebrook, que também
em 1899 desenvolveu seu clipe para prender papéis e ainda patenteou
uma máquina para produzi-lo. O modelo criado por Middlebrook
popularizou-se nos EUA e na Europa, e suas vendas cresceram ainda
mais quando, em 1908, a britânica Gem Manufacturing passou a
fabricá-lo no Reino Unido. Com slogans como "Não
destrua seus papéis com alfinetes", o clipe entra para
a lista de material básico para escritórios e passa
a ser usado em larga escala. No início deste ano,o governo
norueguês lançou um selo comemorativo do centenário
do clipe para papel de Johan Vaaler. |