MELCHIADES FILHO
Editor de Esporte
Pelé
(futebol), Michael Jordan (basquete),
Muhammad Ali (boxe), Jesse
Owens e Carl Lewis (atletismo), Nadia
Comaneci (ginástica), Martina Navratilova
(tênis), Mark Spitz (natação), Ayrton
Senna (automobilismo)... Embora o século só acabe em dezembro
de 2001, a sombra do ano 2000 reforça a tentação de fechá-lo com
listas, prêmios e homenagens. Para escolher o “atleta do século”,
deve-se pesar não só o desempenho esportivo em si, mas o pioneirismo,
a perpetuidade, a universalidade e a “atuação civil” do atleta.
Um bom exemplo é o norte-americano Ali. Ele se consagrou nos anos
60 e 70 ao conquistar três vezes o título mundial dos pesados,
mas assegurou, sim, um lugar na história porque foi quem abriu
o esporte às discussões racial, religiosa e política. Esbarra,
portanto, em subjetividades o raciocínio para compor uma lista,
indicar o melhor entre os melhores. Pelé pode ser uma unanimidade
no Brasil, mas na Turquia o halterofilista Nuley Suleymanoglu
tem mais cartaz. Esse risco de cometer injustiças, a Unicef resolveu
assumir quando fechou, na semana passada, os últimos detalhes
do ambicioso projeto “World Sports Award of the Century”.
O órgão das Nações Unidas premiará um “atleta do século” em seis
categorias: esportes com bola, aquáticos, atletismo, inverno,
a motor e combate. Caso haja consenso dos jurados que selecionou,
anunciará o grande nome do século 20. A iniciativa, que culmina
com uma grande cerimônia em novembro, na Ópera de Viena, na Áustria,
larga com credibilidade e critério sem precedentes.
Conquistou a simpatia das principais entidades esportivas do mundo,
como o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional
de Football Association (Fifa), e recebeu o endosso dos maiores
patrocinadores globais do esporte, casos de Coca-Cola, Adidas,
Procter & Gamble e Nike. Já estão confirmados, no júri, por exemplo,
os dirigentes Juan Antonio Samaranch (COI, olímpico), Sepp Blatter
(Fifa, futebol), David Stern (NBA, basquete), Primo Nebiolo (Iaaf,
atletismo) e Bernie Ecclestone (Foca, automobilismo).
Em 15 dias, acontecerá a penúltima etapa da eleição: a definição
da cédula, com a lista dos candidatos a cada prêmio. A tarefa
caberá a 20 jornais do mundo, chamados a Viena. A proposta da
Folha,
escolhida pela Unicef para representar a América Latina, você
conhece, em primeira mão, antes mesmo dos organizadores, neste
caderno especial.
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