São Paulo, domingo, 23 de Maio de 1999


Nomes que fizeram a glória do esporte



MELCHIADES FILHO
Editor de Esporte

Pelé (futebol), Michael Jordan (basquete), Muhammad Ali (boxe), Jesse Owens e Carl Lewis (atletismo), Nadia Comaneci (ginástica), Martina Navratilova (tênis), Mark Spitz (natação), Ayrton Senna (automobilismo)... Embora o século só acabe em dezembro de 2001, a sombra do ano 2000 reforça a tentação de fechá-lo com listas, prêmios e homenagens. Para escolher o “atleta do século”, deve-se pesar não só o desempenho esportivo em si, mas o pioneirismo, a perpetuidade, a universalidade e a “atuação civil” do atleta.

Um bom exemplo é o norte-americano Ali. Ele se consagrou nos anos 60 e 70 ao conquistar três vezes o título mundial dos pesados, mas assegurou, sim, um lugar na história porque foi quem abriu o esporte às discussões racial, religiosa e política. Esbarra, portanto, em subjetividades o raciocínio para compor uma lista, indicar o melhor entre os melhores. Pelé pode ser uma unanimidade no Brasil, mas na Turquia o halterofilista Nuley Suleymanoglu tem mais cartaz. Esse risco de cometer injustiças, a Unicef resolveu assumir quando fechou, na semana passada, os últimos detalhes do ambicioso projeto “World Sports Award of the Century”.

O órgão das Nações Unidas premiará um “atleta do século” em seis categorias: esportes com bola, aquáticos, atletismo, inverno, a motor e combate. Caso haja consenso dos jurados que selecionou, anunciará o grande nome do século 20. A iniciativa, que culmina com uma grande cerimônia em novembro, na Ópera de Viena, na Áustria, larga com credibilidade e critério sem precedentes.

Conquistou a simpatia das principais entidades esportivas do mundo, como o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Football Association (Fifa), e recebeu o endosso dos maiores patrocinadores globais do esporte, casos de Coca-Cola, Adidas, Procter & Gamble e Nike. Já estão confirmados, no júri, por exemplo, os dirigentes Juan Antonio Samaranch (COI, olímpico), Sepp Blatter (Fifa, futebol), David Stern (NBA, basquete), Primo Nebiolo (Iaaf, atletismo) e Bernie Ecclestone (Foca, automobilismo).

Em 15 dias, acontecerá a penúltima etapa da eleição: a definição da cédula, com a lista dos candidatos a cada prêmio. A tarefa caberá a 20 jornais do mundo, chamados a Viena. A proposta da
Folha, escolhida pela Unicef para representar a América Latina, você conhece, em primeira mão, antes mesmo dos organizadores, neste caderno especial.



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