São Paulo, domingo, 23 de Maio de 1999
Muhammad Ali / Ayrton Senna / Mark Spitz / Jesse Owens / Martina Navratilova
Nadia Comaneci / Michael Jordan / Pelé / Modalidades Mutantes
1º.jul.1961
Frederick Carlton Lewis nasce em Birmingham, Alabama (EUA), filho dos treinadores e ex-atletas William Lewis e Evelyn Lewis
1971
Vence uma p
rova de salto em distância na Filadélfia e recebe a medalha das mãos de Jesse Owens, seu maior ídolo no esporte
1976
Aos 15 anos, é obrigado a usar muletas, para que seu corpo se adeque ao ritmo acelerado de crescimento por que passava. No ano seguinte, corre os 100m em 10s6
1979
Ganha a medalha de bronze no salto em distância no Pan-Americano de San Juan, em Porto Rico. O ouro é do brasileiro João do Pulo
1980
Classifica-se para os Jogos de Moscou, mas não pode disputá-la devido ao boicote dos países capitalistas. É campeão universitário de salto em distância
1981
É o líder do ranking mundial dos 100m rasos e do salto em distância após vencer as finais universitárias e nacionais dos EUA e a Copa do Mundo, em Roma
1982
Vence novamente o Nacional dos EUA de atletismo nas duas modalidades. Mantém-se no
topo do ranking mundial, onde permaneceria até 1985
1983
Ganha três medalhas de ouro no Mundial: nos 100m, no salto em distância e no revezamento 4x100
1984
Iguala a marca de Owens ao conquistar quatro medalhas de ouro olímpicas, em Los Angeles: no salto em distância, nos 100m e nos 200m e no revezamento 4x100
1987
Leva três ouros no Mundial de Roma: salto em distância, 100m e 4x100. Coloca a medalha olímpica dos 100m no caixão de seu pai, que morre de câncer
Carl Lewis

As Marcas

- Quatro medalhas de ouro nos Jogos de Los Angeles-84

- Duas medalhas de ouro e uma de prata nos Jogos de Seul-88

- Duas medalhas de ouro nos Jogos de Barcelona-92

- Uma medalha de ouro nos Jogos de Atlanta-96

- Oito medalhas de ouro em Mundiais de atletismo

- Bateu duas vezes o recorde mundial dos 100m rasos

Carl Lewis durante as seletivas para os jogos de Atlanta, os últimos de sua carreira.

"Eu sou capaz de tudo."

Aos 13 anos, questionado se um dia poderia bater o
recorde do salto em distância


‘‘Muita gente no meio me admira, muitos me adoram e sempre me respeitaram. Mas também há os que não gostam de mim.’’

A frase acima é do velocista e saltador norte-americano Carl Lewis, que conquistou nove ouros olímpicos, sendo quatro na Olimpíada de 1984 (100 m, 200 m, revezamento 4 x 100 m e no salto em distância), repetindo o feito do compatriota e ídolo Jesse Owens. Mas não conquistou alguns colegas de profissão. ‘‘Um pouco de humildade seria bom. Isso é o que falta a Carl Lewis’’, afirmou Edwin Moses, recordista dos 400m com barreira nos 80.

Em seu discurso de aposentadoria das pistas, Lewis assumiu a postura arrogante que lhe atribuíam. ‘‘Foi uma longa estrada, cheia de lutas e divertimento. Mas, como diz a música de Frank Sinatra, fiz tudo do meu jeito (‘My Way’)’’. As polêmicas sempre seguiram Lewis.

Em 1994, ele posou, em posição de largada, calçando sapato de salto vermelho e vestindo maiô em propaganda da Pirelli. Já retirado, apontou o crescimento do doping entre os atletas e pediu teste mais rigorosos _ele próprio foi acusado disso, e o aumento de seu osso maxilar era apontado como reflexo do uso de hormônio do crescimento. Chamou de ditador Primo Nebiolo, presidente da Iaaf (federação internacional de atletismo), por reduzir as penas aos dopados.

Esse tema é especialmente relevante para Lewis, que viu Ben Johnson derrotá-lo nos 100 m rasos de Seul-88 para depois ser eliminado por doping. Hoje, Lewis mora em um bairro luxuoso de Houston , dá clínicas de atletismo pelo mundo _patrocinados pela Nike, com quem tem contrato até 2003_ e lança produtos como máquinas de ginástica e livros.

Deseja participar de seriados de TV nos EUA. Mas sempre tem em mente as três pessoas que mais influenciaram sua carreira. O primeiro é o pai, Bill Lewis (morto de câncer há dois anos), com quem tinha uma ligação muito forte e herdou a paixão pelas corridas (Bill era treinador). O segundo é o próprio Owens, que conheceu ainda criança em um estádio do Estado da Filadélfia, apresentado por seu pai.

Só depois de uma dúzia de encontros, Lewis soube tudo sobre a carreira de Owens, com os feitos de Berlim-1936. ‘‘Sua influência em minha carreira não parou nunca crescer’’, afirmou Lewis, certa vez. O terceiro personagem é o treinador Tom Tellez. Quando Lewis chegou em 1979 a Houston, vindo da pequena Birmingham (Alabama), seus problemas nos joelhos descartavam a carreira de velocista e saltador.

Tellez desenvolveu um método que possibilitou. No final de carreira, disputou poucas provas, alegando que precisava ‘‘relaxar’’ e sentir contusões. Mesmo assim conseguiu o ouro no salto em distância na Olimpíada de Atlanta, em 1996.
1988
Nos Jogos de Seul, conquista mais duas medalhas de ouro: nos 100m _seu tempo de 9s92 torna- se o novo recorde mundial com a desclassificação de Ben Johnson, dopado_ e no salto em distância. Volta a ocupar o topo do ranking
1989 a 1990
Disputa apenas nove provas nas duas temporadas, oito de salto em distância e uma de 100m. Vence em todas as competições
1991
No Nacional, é segundo colocado nos 100m, e seu recorde é superado por Leroy Burrell. Dá o troco no Mundial, no Japão: é medalha de ouro e bate o recorde, com a marca de 9s86. Vence também a final do revezamento 4x100
1992
Com uma infecção respiratória, não passa na seletiva dos 100m e dos 200m para a Olimpíada. Em Barcelona, compete nos 4x100 e no salto em distância e conquista as duas medalhas de ouro
1993 a 1995
Disputa poucas provas. Primeiro, por conveniência (queria “relaxar”), depois, porque se contundiu
1996
Não se classifica na seletiva olímpica dos 100m. Em Atlanta, conquista pela quarta vez consecutiva a medalha de ouro do salto em distância. É preterido no time de revezamento, que poderia lhe dar o décimo ouro olímpico, feito inédito. Sem Lewis, os EUA perdem para a equipe do Canadá
26.ago.1997
Encerra sua carreira no Grand Prix de Berlim, vencendo os 4x100. No mês seguinte, faz uma prova de exibição nos EUA, no intervalo de um jogo de futebol americano Depois que parou... Em 97, passou a trabalhar junto à Fifa, ministrando clínicas para crianças Em 98, participou como convidado de um seriado de TV nos EUA




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