São Paulo, domingo, 23 de Maio de 1999
Muhammad Ali / Ayrton Senna / Mark Spitz / Jesse Owens
Carl Lewis / Nadia Comaneci / Michael Jordan / Pelé / Modalidades Mutantes
18.out.1956
Martina Subertova nasce em Praga, na Tchecoslováquia (hoje República Tcheca), filha de Miroslav Subert e de Jana Subertova, ginasta, tenista e instrutora de esqui
1959
Seus pais se divorciam e ela passa a viver com a mãe, que casa com o instrutor de tênis Mirek Navratil. Ela e a mãe adotam o sobrenome do padrasto, com o sufixo “ova”, indicativo de nome feminino
1960
Aos 4 anos, ganha uma raquete da avó, ex-tenista, e começa a bater bola em um paredão
1965
Participa de um torneio contra meninas até quatro anos mais velhas. Chega às semifinais. Começa a treinar com George Parma, veterano de Copas Davis e técnico da federação de tênis do país
1971
Sem Parma, deportado para a União Soviética, é campeã tcheca na categoria abaixo de 14 anos
1972
Aos 15 anos, conquista o título nacional feminino de tênis e lidera o ranking do país
1973
Viaja para os EUA, como prêmio por suas conquistas. Em Akron, Ohio, enfrenta pela primeira vez a norte-americana Chris Evert, que seria sua maior rival nas quadras. Perde o jogo
1974
Em Orlando (EUA), conquista seu primeiro título profissional
1975
Em maio, defende a Tchecoslováquia e conquista a Federation Cup, versão feminina da Copa Davis. Em agosto, pede asilo nos EUA, após cair no Aberto
1978
Conquista seu primeiro título de Grand Slam ao bater Evert na final de Wimbledon, o que lhe dá a liderança do ranking mundial
Martina Navratilova

Martina Navratilova levanta
braços na comemoração pelo
quinto título em Wimbledon,
em 1986

As Marcas

- Tricampeã do Aberto da Austrália, em 81, 83 e 85

- Bicampeã do Aberto da França, em 82 e 84

- Nove vezes campeã de Wimbledon, em 78, 79, de 82 a 87 e 90

- Tetracampeã do Aberto dos EUA, em 83,84,86,87

- Venceu 167 torneios, recorde no tênis - Ganhou 1.438 partidas, perdeu 212

- Campeã de duplas em 164 torneios, sendo 31 do Grand Slam

- Líder do ranking mundial por 332 semanas, 156 consecutivas

- Invicta nos seus 37 jogos pela Federation Cup

 

"Esportes são bons
para mulheres."

Em sua autobiografia, "Martina", publicada
em 1985, comentando seu início no tênis


Martina Navratilova revolucionou a alma e o corpo do tênis moderno. Nenhum atleta, homem ou mulher, conquistou tantos títulos de simples, 167, sendo 18 do chamado Grand Slam, os torneios de elite do circuito internacional (Abertos dos EUA e da Austrália, Roland Garros e Wimbledon).

Nenhum atleta, homem ou mulher, ganhou tantas vezes em Wimbledon, considerado o templo mundial do tênis, nove. Nenhum atleta, homem ou mulher, registrou uma temporada tão eficiente, 86 vitórias nas 87 partidas que jogou em 1983. Nenhum atleta, homem ou mulher, encarou _e derrubou_ tantos tabus. Canhota, Navratilova renovou o tênis dentro das quadras, apresentando um estilo agressivo, até então “masculino”, de atacar a rede. E renovou o tênis fora das quadras, introduzindo a musculação e a superalimentação na rotina de treinamentos e adotando shorts e óculos, em vez de saias e lentes como exigiam os patrocinadores.

Nascida em Praga, foi corajosa ao trocar a nacionalidade tcheca pela norte-americana. Não pelo auto-exílio, de caráter político, financeiro e pessoal, mas pela decisão de levar ao país uma imagem que a conservadora América dos anos 70 repudiava _“comunista, feia, que usa esteróides”. “Tive de lutar contra todos’’, declarou.

No final da carreira, quando ainda competia pelo topo do ranking mundial (ficou 331 semanas na posição nº 1) e colecionava até então a maior premiação da história do tênis (US$ 20,3 milhões), Navratilova rompeu mais uma “regra de silêncio” do esporte. Declarou-se homossexual, anunciou seu casamento e lançou um movimento de militância gay.

‘‘Com seis anos, quando pisei pela primeira vez em uma quadra vermelha de saibro e senti a felicidade de jogar a bolinha sobre a rede, eu soube que eu estava no lugar certo’’, lembra. Por suas convicções, Navratilova foi rejeitada por dirigentes, técnicos, jornalistas, patrocinadores, atletas e até namoradas. Mas a quadra nunca deixou de acolhê-la. A história, do esporte e dos costumes, também não deixará.
1979
Novamente vence Evert na final de Wimbledon. Disputa 20 torneios e é campeã em dez deles
1981
Ganha cidadania norte-americana. É campeã do Aberto da Austrália e vice no da França. Termina o ano como líder do ranking
1982
Começa a fase mais produtiva de sua carreira. Disputa 93 partidas e vence 90. Inicia a série de seis títulos consecutivos em Wimbledom e ganha o Aberto da França
1983
Joga 87 partidas, ganha 86 e conquista Wimbledon e os Abertos dos EUA e da Austrália. Sua única derrota do ano, para Kathy Horvath, nas oitavas-de-final do Aberto da França, impede que ela complete o Grand Slam
1984
Vence 74 partidas seguidas, conquistando 13 torneios, entre eles os Abertos dos EUA, da França e Wimbledon. Perde nas semifinais da Austrália, para a tcheca Helena Sukova, e mais uma vez é impedida de completar o Grand Slam
1985
Chega às finais dos quatro torneios do Grand Slam. Vence na Austrália e em Wimbledon
1986
Pela primeira vez, retorna a Praga, para defender os EUA na vitória contra a Tchecoslováquia, pela Federation Cup. Vence Wimbledon e o Aberto dos EUA. Pelo sexto ano seguido, encerra a temporada como líder do ranking mundial
1987
Conquista Wimbledon e o Aberto dos EUA. Na França, perde a final para uma jovem tenista que seria sua sucessora na liderança do ranking: a alemã Steffi Graf
1990
Vence Wimbledon pela última vez na carreira
1994
Abandona o tênis após perder para a argentina Gabriela Sabatini, nas oitavas-de-final do Virginia Slims, em Nova York
Depois que parou...
Em 95, dirigente da WTA, a associação das tenistas profissionais, disputa jogos de exibição e vence o torneio de duplas mistas em Wimbledon Em 96, assume sua posição de líder homossexual ao promover um cartão de crédito para gays e lésbicas Em 98, participa dos Jogos Gays, em Amsterdã (HOL)




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