São Paulo, domingo, 23 de Maio de 1999
Muhammad Ali / Ayrton Senna / Mark Spitz / Jesse Owens / Martina Navratilova
Nadia Comaneci / Carl Lewis / Michael Jordan / Modalidades Mutantes
23.out.1940
Édson Arantes do Nascimento nasce em Três Corações, Minas Gerais, filho do jogador de futebol João Ramos do Nascimento, o Dondinho, e da dona-de-casa Celeste Arantes do Nascimento
1953
Joga no Baquinho, equipe de base do BAC. Também joga no Radinho, juvenil do Radium
1956
Aos 15 anos, chega ao Santos. Joga sua primeira partida como titular e faz um gol, contra o Corinthians de Santo André
1957
Firma-se como titular do Santos. É convocado para a seleção brasileira e estréia contra a Argentina, entrando no segundo tempo. Faz o gol do Brasil na derrota por 2 a 1. Três dias depois, entra como titular e faz dois gols: Brasil 2 x Argentina 0. É artilheiro do Paulista, o que repetiria nos oito anos seguintes
1958
Vence a Copa do Mundo. Entra no terceiro jogo, contra a Rússia, e firma-se no time. Faz seis gols, dois deles na vitória por 5 a 2, sobre a Suécia, na final. É campeão paulista e artilheiro, com 58 gols, um recorde
1959
Serve o Exército, mas continua atuando pelo Santos. Inicia a dupla com Coutinho, seu parceiro de “tabelinhas. É campeão do Torneio Rio-São Paulo
1960
É campeão paulista
1961
É bicampeão paulista e pela primeira vez é campeão brasileiro
1962
No primeiro jogo da Copa, faz um gol no México. Sofre uma distensão na partida seguinte e não joga mais a competição, mas o Brasil é campeão. Conquista com o Santos a Taça Libertadores da América e o Mundial Interclubes, batendo nas finais o Benfica, de Portugal. É tricampeão paulista e bicampeão brasileiro
Pelé
As Marcas

-Três vezes campeão da Copa do Mundo com a seleção brasileira

- Único jogador a conquistar três Copas do Mundo

- Duas vezes campeão do Mundial Interclubes com o Santos

- Campeão brasileiro cinco vezez

- Campeão paulista 11 vezes

- Artilheiro do Paulista 11 vezes

- Recordista de gols em um único campeonato: 58, no Paulista de 1958

- 1.282 gols em 1.366 jogos, média de 0,939 por partida

- 97 gols em 115 jogos pela seleção, média de 0,843 por partida

- Eleito “Atleta do Século”, em 1980, em uma pesquisa entre jornalistas

"Eu sofri uma crise de choro."
Revelando que ficou nervoso no ônibus da delegação
brasileira, antes da final contra a Itália, no México


O mais jovem campeão do mundo. O único tricampeão mundial. Artilheiro de todos os tempos do Campeonato Paulista. Mais de mil gols marcados em sua carreira. Uma empresa de material esportivo justificou sua contratação como garoto-propaganda, certa vez, ao constatar que seu nome era um dos quatro mais reconhecidos no planeta. Os outros três eram marcas registradas de produtos.

Na África, uma guerra foi interrompida só para que um amistoso de seu Santos fosse realizado. Na França, foi eleito o “atleta do século”, a despeito de sobrarem duas décadas ainda para surgir uma nova estrela do esporte. Nos EUA, tornou-se um dos poucos mortais a passar pela rigorosa alfândega do país sem apresentar o passaporte _um fã lhe surrupiou o documento.

Lançou-se candidato duas vezes à presidência, disse que os brasileiros não sabiam votar e tornou-se homem público, assumindo o Ministério dos Esportes no primeiro mandato de FHC. Empresário, associado a uma das maiores empresas de marketing esportivo do mundo, promete revolucionar o futebol brasileiro baseado na lei que ele mesmo elaborou quando ministro. Dribles desconcertantes, antecipação de jogadas, passes precisos, 1.282 gols e mais uma dúzia de lances que não lhe permitiram dar o soco no ar, a mais famosa comemoração, mas que mereceram adjetivos, replays na TV e estudos científicos.

É, para muitos, o atleta perfeito. Seus reflexos e decisões, documentados e analisados, servem de parâmetro para a avaliação técnica e psicológica de outros esportistas.

Talvez não exista na história do esporte um atleta igual, capaz de capitalizar tanto a própria imagem. Não à toa, um locutor famoso se negava a dizer seu nome nas transmissões.

Quando pegava na bola, dizia apenas “ele”, como se o camisa 10 do Santos e da seleção brasileira fosse uma entidade, um ser sobrenatural que concedia o raro privilégio de sua presença para o deleite de alguns humanos no estádio. Fora dos campos, deli­ beradamente ou não, continua sorrindo para as câmeras, batendo bola com chefes de Estado, man­ dando beijos, dizendo “I love you”. Ele.
1963
Com o Santos, conquista o bicampeonato da Libertadores e do Mundial, vencendo o Milan, da Itália. É tricampeão brasileiro e campeão do Rio-São Paulo
1964
É tetracampeão brasileiro, volta a conquistar o Paulista e o Rio-São Paulo
1965
Conquista seu sexto título paulista e o quinto brasileiro
1966
Na estréia na Copa faz um gol, sobre a Bulgária. Deixa o torneio na terceira partida, contundido
1967 e 1968
Nos dois anos, é campeão paulista. Em 1968, o Santos leva a Rio-São Paulo
1969
É campeão paulista pela terceira vez seguida. Volta a ser o artilheiro do campeonato. Em 11 de novembro, no Maracanã, cobrando pênalti, faz aquele que ficou conhecido como seu milésimo gol
1970
No México, lidera a seleção brasileira na conquista de sua terceira Copa do Mundo. Faz quatro gols na Copa, incluindo o primeiro da final, contra a Itália
1971
No Maracanã, despede-se da seleção brasileira
1973
É campeão paulista pela 11ª e última vez
1974
Faz seu último jogo pelo Santos, uma vitória por 2 a 0, sobre a Ponte Preta, em Campinas
1975
É contratado pelo Cosmos, time de Nova York
1º.out.1977
Faz sua última partida como jogador profissional de futebol: vitória do Cosmos sobre o SFC por 2 a 0, com um gol de Pelé
Depois que parou...
Em 1980, é eleito “Atleta do Século”. Faz dois gols no jogo-despedida de Franz Beckenbauer Em 1987, enfrenta a Itália em um jogo pela seleção brasileira de Seniors Em 1990, defende a seleção brasileira contra um combinado “Amigos de Pelé” no jogo em homenagem aos seus 50 anos Em 1995, assume o cargo de ministro extraordinário dos Esportes no governo Fernando Henrique Cardoso, que ocupa até 1998 Em 1999, passa a treinar com equipes de base do Santos




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