São Paulo, domingo, 23 de Maio de 1999
Muhammad Ali / Ayrton Senna / Mark Spitz / Jesse Owens / Martina Navratilova
Carl Lewis / Michael Jordan / Pelé / Modalidades Mutantes
12.nov.1961
Nadia Comaneci nasce em Gheorghi Gheorghin-Dej, pequeno vilarejo na Romênia
1968
Aos 6 anos, começa a treinar com o técnico Bela Karolyi, que a convida para ser sua aluna depois que a vê brincando na rua
1970
Em sua primeira competição, o Campeonato Romeno, ganha o ouro por equipe. No concurso geral, porém, é a 13ª, após cair três vezes nos exercícios de trave
1971
Na Copa da Romênia, torneio nacional, compete na categoria infantil. Vence o concurso geral e é ouro no salto sobre o cavalo, nas barras assimétricas, na trave e nos exercícios de solo
1972
No Campeonato Romeno, sua equipe é novamente primeira colocada. Vence, ainda, concursos gerais em desafios de juniores contra a Rússia e a Hungria
1973
Em um campeonato internacional na Romênia, vence no concurso geral, no salto sobre o cavalo, na trave, nas barras assimétricas e no solo
1974
Viaja para os EUA para disputar um triangular Romênia-Polônia-Denver. Vence o concurso geral e por equipes
1975
No Europeu, na Noruega, conquista quatro medalhas de ouro (concurso geral, salto sobre o cavalo, barras assimétricas e trave) e uma de prata (solo). No Pré-Olímpico, vence o concurso geral e as barras assimétricas, é segunda no salto sobre o cavalo e no solo e terceira na trave
Nadia Comaneci
As Marcas

- Primeira ginasta a conseguir nota 10 em uma Olimpíada
- Sete notas 10 nos Jogos de Montreal-76
- Cinco medalhas olímpicas de ouro, quatro de prata e três de bronze
- Primeira ginasta a conseguir nota 10 em uma competição internaciona
- Três títulos europeus consecutivos no concurso geral, um recorde
- Campeã mundial por equipes

"Não vim até aqui para sorrir."
Ao desembarcar em Montreal para
os jogos que a consagrariam


Aos 14 anos, Nadia Comaneci voou nos aparelhos de Montreal-76 para ganhar sete notas 10, as primeiras marcas máximas em uma Olimpíada, algo tão inesperado que o placar eletrônico do ginásio mostrou “1.00” _não havia dois dígitos no equipamento.

Aos 28 anos, já aposentada, ela atravessou a fronteira entre Romênia e Hungria para fugir de seu país, segundo seu próprio relato, se arrastando na neve e na lama. Comaneci abandonou sua casa em Bucareste e foi dada como desaparecida na convulsionada Romênia do fim do governo do ditador Nicolae Ceausescu. Três dias depois, apareceu na embaixada norte-americana em Viena, para pedir asilo. Mais um dia, já se encontrava em Nova York, anunciando um contrato para transformar sua biografia em seriado de TV.

Ceausescu caiu. E, apesar do conforto da vida norte- americana, Comaneci retornou em 1995 a Bucareste para doar US$ 100 mil à equipe de ginástica olímpica para Atlanta-96.
Um ano mais tarde, Comaneci se casou com Bart Conner, ginasta norte-americano com o qual se exibia em seus primeiros anos nos EUA fizeram shows até em cruzeiros marítimos.

Atualmente, vive em Oklahoma, onde tem uma academia de ginástica, destino modesto para a garota que fez o Ocidente se enternecer pelo mundo comunista nos extertores da Guerra Fria. Já o seu treinador, o famoso Bela Karolyi, é proprietário de um centro de treinamento no Texas e acompanha as principais estrelas da ginástica olímpica desde que fugiu da Romênia, anos depois do sucesso no Canadá. Os dois se conheceram quando ela tinha seis anos. O técnico a viu brincando na rua e decidiu levá-la para os treinos.

Logo, ela se apegaria tanto ao esporte que dei­ xaria de voltar para casa para dormir no alojamento de seu centro de treinamento. Dessa união surgiram as mais perfeitas rotinas já vistas na ginástica olímpica, que derrubaram as soviéticas, as melhores desde Helsinque-52, quando começaram as provas individuais. Especialistas classificam seu exercício nas barras assimétricas em 1976 como assombroso.

‘‘Eu sabia que minha rotina não tinha falha. Executei muitas vezes antes de competir.’’
1976
Quatro meses antes do Jogos, na Copa América, consegue a primeira nota 10 da história em uma competição internacional. Em Montreal, torna-se um mito ao obter o primeiro 10 da história da ginástica nos Jogos, após seu exercício nas barras assimétricas. Conseguiu mais seis notas 10 ao longo da semana e deixou Montreal com três medalhas de ouro (concurso geral, trave e barras assimétricas) , uma de prata (equipe) e uma de bronze (solo)
1977
No Europeu, na então Tchecoslováquia, é bicampeã no concurso geral e nas barras assimétricas. Vence também na trave e no salto sobre o cavalo, mas suas medalhas são dadas a soviéticas depois que a delegação romena decide abandonar a competição estava sendo pressionada pelos soviéticos a “deixar” suas ginastas vencerem. Tenta suicício, tomando xampu, depois que Karolyi é proibido de treiná-la
1978
Volta a treinar com Karolyi pouco antes do Mundial, em Estrasburgo, na França. Vence o concurso geral, a trave e é segunda no salto sobre o cavalo
1979
Vence o concurso geral do Europeu pela terceira vez, feito até hoje não igualado. É ouro no salto sobre o cavalo e no solo. Uma semana antes do Mundial, nos EUA, tem uma inflamação no pulso. Mesmo assim, participa da competição por equipes, garante o ouro e se vinga das soviéticas
1980
Com uma inflamação no nervo ciático, vai aos Jogos de Moscou. Conquista dois ouros, na trave e o solo. É prata por equipes _sofre uma queda nas barras assimétricas_ e no concurso geral
1981
Na sua última competição importante, os Jogos Universitário, na Hungria, ganha ouro nos três aparelhos, no solo e no geral
1984
Semanas antes dos Jogos, anuncia sua aposentadoria como atleta




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