12.set.1913
James Cleveland Owens nasce em uma fazenda de Danville, Alabama
(EUA), filho de um casal de colhedores de algodão e neto de
ex-escravos |
1922
Sua família muda para Cleveland. Começa a treinar atletismo
corrida, saltos em altura e em distância no colégio |
1931
Em sua primeira competição importante, um torneio entre colégios
de seu Estado, bate o recorde do evento para o salto em distância,
termina em segundo nas 200 jardas (182,22 m) e em quarto nas
100 jardas (91,11 m) |
1932
Novamente compete nos jogos colegiais. Corre as 100 jardas em
9s9, igualando o recorde estadual, e ganha as 220 jardas (200,44
m) em 22s6, estabelecendo nova marca do evento |
1933
Corre nos jogos nacionais estudantis. Quebra os recordes mundiais
da categoria das 100 jardas, 200 jardas e do salto em distância.
É convidado para estudar, trabalhar (como ascensorista, das
17h à 0h30) e competir pela Universidade de Ohio |
1934
Começa a correr na universidade, sob orientação do treinador
Larry Snyder, que lhe ensina técnicas de corrida. Snyder é apontado
como responsável por estilo “relaxado” de correr _ “pouco peso
nos braços, pouco peso nas pernas”, era seu lema |
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Jesse
Owens |
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As
Marcas
-Quatro
medalhas de ouro, nove recordes olímpicos estabelecidos e dois
igualados nos Jogos de Berlim-36
-Três recordes mundiais estabelecidos e um igualado num intervalo
de 45 minutos, em uma competição nos EUA |
"Hitler não quis apertar
minhas mãos."
Após os
Jogos de Berlim, sobre o seu
contato com o líder nazista alemão
John
Cleveland Owens, James Cleveland Owens ou, como o pai dizia,
“apenas J.C. Owens”. Não importa, já que, ao responder a uma
chamada no primeiro dia de aula, em uma nova escola, a professora
entendeu Jesse Owens.
O nome que, anos mais tarde, entraria para a história do atletismo
e da complicada e estreita relação entre esporte e política.
Owens, o homem negro que, em 1936, provou ser mais rápido do
que todos os atletas da raça ariana, a falácia pseudo-científica
patrocinada por Adolf Hitler e seu regime nazista nos anos que
prepararam a Segunda Guerra Mundial.
Tamanha proeza já seria suficiente para colocá-lo entre os grandes
heróis do esporte. Mas, não bastasse ter ferido o orgulho do
“Füeher”, Owens fez o que nenhum outro atleta faria nos
48 anos seguintes: quatro medalhas de ouro no mais nobre dos
esportes, com a quebra sucessiva de nove recordes olímpicos.
Sua extraordinária capacidade já havia sido provada um ano antes,
em Michigan, quando estabeleceu três recordes mundiais e igualou
um quarto em uma competição nacional.
E, o mais impressionante, tudo isso em meros 45 minutos. Owens
e os outros nove atletas negros dos EUA _“seres não-humanos”,
para os nazistas_ recolheram 13 medalhas em Berlim. Mas, de
volta ao país, depois do desfile, do assédio da imprensa e dos
cumprimentos das autoridades, não escaparam da realidade racista
norte-americana. “Apesar de todas as histórias sobre Hitler,
continuei sem poder andar nos bancos da frente nos ônibus, tendo
que entrar pela porta dos fundos, sem poder morar onde queria.”
Após rebelar-se contra os dirigentes do atletismo norte-americano,
que desejavam-no excursionando pelo mundo para angariar fundos,
o “homem mais rápido da Terra” resolveu se exibir contra cavalos
e cachorros. “Precisava de dinheiro; não podia comer minhas
medalhas de ouro.”
Owens nunca foi um ativista. Apenas tentou, nas suas palavras,
“tornar as coisas melhores”. Em 1976, recebeu do presidente
Gerald Ford a Medalha da Liberdade, a mais alta honraria concedida
a um civil nos EUA. Aguardou 40 anos o reconhecimento oficial
que só pôde desfrutar durante 4.
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1935
Ganha evidência nos EUA em um campeonato universitário. Em um
intervalo de 45 minutos, ganha quatro medalhas de ouro. Bate
os recordes mundiais do salto em distância (8,13 m), das 220
jardas rasas (20s3) e com barreiras (22s6) e iguala a marca
das 100 jardas rasas (9s4). É o primeiro negro a assumir o posto
de capitão de um time de atletismo de uma universidade dos EUA |
1936
Nos Jogos de Berlim, ganha status de mito ao conquistar quatro
medalhas de ouro: 100 m, 200 m, revezamento 4 x 100 m e salto
em distância. O feito só foi igualado por Carl Lewis, 48 anos
depois, nos Jogos de Los Angeles. Ao longo da Olimpíada, estabelece
nove recordes, entre eles nos 200 m (21s7) e no salto em distância
(8,05 m, marca que durou 25 anos). Fica na história, porém,
a irritação de Adolf Hitler, que pretendia, com os Jogos, “provar
a superioridade da raça ariana”. O führer se nega a cumprimentar
Owens no pódio. É recebido como herói nos EUA, mas acaba sendo
suspenso pela União Atlética Amadora dos EUA, depois que se
nega a participar de uma competição na Suécia. É o fim de sua
carreira como atleta |
Depois
que parou...
De 1937 a 1955, trabalha na Comissão Atlética do Estado de Illinois,
ganha “trocados” em exibições correndo contra cavalos, cachorros
e carros, participa de campanhas políticas e vira vigia em um
“playground” de Cleveland Em 1956, contratado pelo Departamento
de Estado dos EUA, começa a fazer viagens diplomáticas para
países asiáticos Em 1970, escreve um livro, “Pensamento Negro”,
em que contesta a militância negra nos EUA Em 1980, fumante,
morre de câncer em um asilo em Tucson, no Arizona |
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