17.jan.1942
Cassius Marcellus Clay Jr. nasce em Louisville, Kentucky (EUA),
filho de Cassius Marcellus Clay e Odessa Clay e neto de um escravo |
1954
Aos 12 anos, após ter uma bicicleta roubada, é encorajado por
Joe Martin, um policial de sua cidade, a aprender boxe |
1959
Vence o torneio nacional “Luvas de Ouro”, na categoria médio
(entre 71 kg e 75 kg), disputado entre estudantes colegiais |
1960
Como médio, vence pela segunda vez o “Luvas de Ouro”. Também
conquista o título nacional dos meio-pesados (entre 75 kg e
81 kg) da União Atlética Amadora |
5.set.1960
Nos Jogos de Roma, conquista a medalha de ouro na categoria
meio-pesado. De volta aos EUA, joga a medalha no rio Ohio depois
que o dono de uma lanchonete, racista, recusa-se a servi-lo |
29.out.1960
Peso pesado (acima de 81 kg) estréia como profissional. Bate
Tunney Hunsaker, por pontos |
25.fev.1964
Invicto em 19 lutas, enfrenta o campeão Sonny Liston, em Miami.
Bastante castigado, Liston se nega a voltar para o combate no
sétimo assalto, e Ali conquista o título |
27.fev.1964
Anuncia conversão ao islamismo e adota o nome Cassius X Clay.
Pouco depois, no dia 6 de março, muda para Muhammad Ali |
25.mai.1965
Vence revanche contra Liston, por nocaute no primeiro assalto |
28.abr.1967
Recusa-se a lutar no Vietnã. Alega que “nunca havia sofrido
racismo de um vietcongue”. Sua licença de boxeador e seu título
mundial são cassados |
|
Muhammad
Ali |
|
As
Marcas
-Campeão olímpico em Roma-60
-Primeiro pugilista a conquistar por três vezes o título mundial
dos pesos pesados
-61 lutas, 56
vitórias (37 por nocaute), 5
derrotas
-Nunca perdeu duas vezes para um mesmo adversário, mesmo tendo
participado de sete revanches e duas “negras” |
Muhammad
Ali coloca bandagem nas mãos antes de treino; no destaque, par
de luvas usados em sua segunda luta com Leon Spinks |
"Voa como borboleta,
pica como abelha"
Slogan de Muhammad
Ali de 1970, que descrevia
seu estilo heterodoxo e dançarino de lutar
Poucos
manifestaram tão bem os conceitos de invencibilidade e vigor
como o lutador Muhammad Ali. Ao ponto que suas 5 derrotas
em 61 combates acabaram entendidas pelo planeta como tropeços
normais de alguém que perseverava.
E o aproximaram do público norte-americano,
que vibrava com seu jeito debochado de defender o que há tempos
eles pretendiam dizer. De fato, as cinco derrotas pouco representam.
Porque, além do cartel vitorioso, de ter conquistado por três
vezes o cinturão mundial dos pesos pesados, Ali tornou-se
célebre mesmo por suas atitudes, por ter enfrentado o que
se convencionou chamar de “sistema” _uma série de regras e
normas de conduta que, uma vez desrespeitada, pode privar
o “infrator” do convício social e da cidadania.
Antes de virar campeão, Ali já extrapolava o boxe. Irritado
com a atitude racista de um dono de restaurante que recusou-se
a servi-lo, jogou em um rio a medalha olímpica de ouro conquistada
em Roma-60, que não tirava do pescoço. Voltou à polêmica em
1964, dias depois de tomar pela primeira vez o título mundial
dos pesados.
Renunciou ao nome de batismo, Cassius Marcellus Clay Jr, converteu-se
ao islamismo, passou ao ativismo negro, e, cantando um versinho
com uma melodia infantil, negou-se a lutar pelo Exército norte-americano
no Vietnã _“Podem continuar me perguntando pelo tempo que
quiserem; Mas sobre a Guerra do Vietnã eu só canto essa canção;
Nunca tive uma rixa com um vietnamita”.
Sua desobediência
lhe custou o cinturão e o passaporte, cassados pelo governo
dos EUA.
Absolvido, depois que foi descoberta em sua casa uma escuta
clandestina plantada pelo FBI (a polícia federal norte-americana),
voltou ao esporte. E continuou quebrando o protocolo.
Antes das lutas, anunciava em qual assalto derrubaria os adversários.
Quase sempre cumpria o prometido. “Sou o maior”, dizia. Tornou-se
ícone da autoconfiança _ou, se quiser, da arrogância.
Em 1974, no Zaire, co-protagonizou a maior luta da história
do boxe: o desafio contra George Foreman, do qual saiu campeão
pela segunda vez. Ainda perderia e recuperaria o título mundial
outra vez. Mas deixa, sim, a história de alguém que desafiou
o sistema. E que venceu.
|
|
19.jul.1967
É condenado a prisão e seu passaporte é cassado. Inicia uma
batalha na Justiça e, em 1970, a Suprema Corte revoga a decisão
do júri |
8.mar.1971
No seu primeiro grande desafio desde a volta aos ringues, sofre
a primeira derrota, por pontos, para Joe Frazier, que havia
herdado seu título. Após a luta, os dois boxeadores têm que
ser hospitalizados |
26.jul.1971
Bate Jimmy Ellis e sagra-se campeão pela federação norte-americana.
No ano seguinte, defenderia o título em cinco combates |
31.mar.1973
Perde o cinturão para Ken Norton. Apesar de ter o maxilar quebrado,
luta até o 12º assalto, quando Norton é declarado vencedor.
Seis meses depois, bate o mesmo adversário e reconquista o título |
28.jan.1974
Bate Joe Frazier, que havia perdido o título para George Foreman,
por pontos, no 12º assalto |
30.out.1974
Em luta que entrou para a história, vence Foreman, por nocaute,
no oitavo assalto, e reconquista o cinturão. O combate acontece
no Zaire (atual Congo) |
1974
a 1977
Defende o cinturão em dez lutas. Vence cinco por nocaute, outras
cinco por pontos |
15.fev.1978
Perde o cinturão ao ser derrotado por Leon Spinks, por pontos.
Exatos sete meses depois, bate Spinks, recupera pela terceira
vez o título e anuncia sua aposentadoria |
2.out.1980
Volta a lutar, desafiando Larry Holmes. Pela única vez em sua
carreira, é nocauteado |
11.dez.1981
Aos 39 anos, faz sua última luta. É derrotado por Trevor Berbick,
por pontos, ao fim de dez assaltos |
Depois
que parou...
Em 84, carrega a tocha olímpica dos Jogos de
Los Angeles e é internado, sofrendo de mal de Parkinson Em 86,
separa-se de Veronica e casa com Lonnie Williams Em 90, pouco
antes da Guerra do Golfo, se reúne com Saddam Hussein e consegue
libertar 15 prisioneiros norte-americanos Em 91, adota um menino,
Asaad, seu nono filho Em 96, carrega a tocha olímpica dos Jogos
de Atlanta |
|