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Philip Treacy transforma chapéus em obras
de arte e vem ao Brasil
Chapeleiro
louco
France
Presse - 21.fev.99
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Modelo
do designer de chapéus Philip Treacy |
DA
REDAÇÃO
Philip Treacy é o homem que trouxe de volta o status fashion ao
chapéu. Ao longo dos anos 90, quem acompanha a moda se acostumou
a ver suas criações, sempre exuberantes, em cabeças
coroadas ou famosas, nas passarelas e nas revistas. Seus chapéus
têm marca registrada, assinatura instantânea, e ganham vida
própria, independente e sempre complementar à roupa. Acabamento
excepcional e materiais os mais inusitados são características
de seu estilo.
Neste próximo MorumbiFashion Brasil, Philip Treacy, um irlandês
de 33 anos, vem a São Paulo pela
primeira vez. Há uma colaboração no ar com o estilista
Walter Rodrigues, que desfila dia 2, domingo. O Brasil é
hot agora! É o lugar para se estar. Não
vejo a hora de chegar aí!, disse o estilista em entrevista
à Folha, anteontem, via fax.
Treacy nasceu numa pequena vila na Irlanda, numa família de sete
irmãos. Uma bolsa de estudos o levou a Londres, para o Royal College
of Art. Ainda estudante ele começou a colaborar com estilistas
como Rifat Ozbek e John Galliano.
O ateliê veio em 91, e em 93 ele apresentou seu primeiro desfile
de chapéus na London Fashion Week, e a partir de então suas
participações estão sempre entre as mais esperadas
atrações da semana londrina de lançamentos. Um
desfile de chapéus tem mais fantasia que um desfile de roupas.
A produção de chapéus é sempre muito complexa
e precisamos ter um total entendimento de tudo o que envolve os materiais.
Essa é a base para uma atividade que é extremamente trabalhosa,
contou o designer. Quem quiser ter mais contato com seu trabalho pode
acessar o site www.philiptreacy.co.uk.
(ERIKA PALOMINO)
*
Folha
- Quando o sr. pensou pela primeira vez em fazer chapéus?
Philip Treacy - Comecei a fazer chapéus no Fashion College,
em Dublin. Mais tarde me especializei em design de chapéus no Royal
College of Art, em Londres.
Folha - De que maneira o ambiente universitário e a cidade de
Londres estimularam sua criação?
Treacy - Londres norteia a criatividade, e sua sensibilidade cosmopolita
inspira a individualidade das pessoas.
Folha - Em sua opinião, de que maneira um chapéu revela
a personalidade de uma pessoa?
Treacy - O chapéu faz as pessoas se sentirem especiais e
realça suas melhores características. E também faz
as pessoas se sentirem ótimas!
Folha - Qual o modelo de chapéu que o sr. mais gostou de criar?
O sr. tem um chapéu favorito? O sr. usa chapéus?
Treacy - Eu não me esforço pessoalmente em fazer
arte. Design de chapéus é parte arquitetura, parte escultura
e proporção. Eu me expresso por meio dos chapéus.
Uma vez eu fiz um chapéu inspirado em um navio de 1700. É
um manifesto poético...
Folha - De que maneira um desfile de chapéus se diferencia
de um desfile de roupas?
Treacy - O chapéu é o mais recente must-have
e é o mais glamouroso dos acessórios. Um desfile de chapéus
tem mais fantasia do que um desfile de roupas.
Folha - Como se dão suas colaborações com os
estilistas do prêt-à-porter e da alta-costura?
Treacy - Eu tive a sorte de poder trabalhar com os melhores designers
do mundo, como Valentino, Versace, Lagerfeld... Cada um possui seu próprio
estilo, e isso influencia para que a colaboração seja mais
interessante. Trabalho com Karl Lagerfeld há mais de dez anos.
Ele é o mais surpreendente, ele é fashion.
Folha - O sr. tem alguma musa?
Treacy - Isabella Blow me descobriu quando eu estudava no Royal
College of Art e desde então ela sempre me encorajou e inspirou.
E Grace Jones tem um dos melhores rostos para chapéu
do mundo.
Leia mais: Algumas visões sobre a roupa
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