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Fashionista
Verão 2001
Modas de mulher
Entrevista
Chapeleiro
Cultura fashion
nas ruas
Alexandre
Herchcovitch
Moeda do luxo
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O
mercado do Brasil e o mundo
Reuters
- 25.fev.00
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Angela
Lindvall no desfile Versace
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ELIANA
TRANCHESI
ESPECIAL PARA A FOLHA
A oferta está do tamanho da demanda: já se encontra aqui
praticamente tudo o que se encontra lá fora. Começamos com
importados em 91, logo que eles foram liberados. Tentamos trazer todas
as marcas para as quais acreditávamos haver mercado aqui e, aos
poucos, fomos conseguindo.
A Chanel foi um namoro longo. O diretor Alan Kovalick veio várias
vezes ao Brasil. Com 30 propostas de lojas na mesma rua, decidiu-se pela
Daslu. Na época de abertura, o presidente da Chanel esteve aqui
e disse que a maison costumava acreditar em pessoas e não em locais
bons.
Havia acreditado na equipe Daslu. Hoje, todos estão felizes porque
o mercado cresceu muito e somos a maison que mais fatura por metro quadrado
no mundo!
As crises econômicas nos atingem, é lógico, mas temos
nos adaptado a elas e o crescimento não está sendo comprometido.
Sentimos muito a crise da desvalorização do Real, em janeiro
de 99, porque nossas compras são feitas com oito meses de antecedência
e não havia como ajustá-las à realidade de um dia
para outro.
Ficamos com um estoque mais alto, mas como havíamos aumentado o
espaço físico da loja, conseguimos superar as dificuldades.
Fomos obrigados a elevar o número de computadores e funcionários
e dispor melhor as roupas.
Estamos no mercado há 43 anos e, desde que comecei, escuto do meu
pai que devo ter cuidado, porque este ano será um ano de
crise. Temos tido sucesso e crescimento nesses anos todos, talvez
porque nunca tenhamos nos acomodado. Acho que o mercado já está
mais estável e hoje podemos pensar com mais exatidão nos
próximos meses.
A imagem do Brasil, que andava muito bem, machucou-se um pouco com a crise
de 99, mas as pessoas já voltaram a confiar em nossa economia _embora
eu não esteja acreditando num crescimento exagerado do mercado.
Comercializamos aproximadamente 80 marcas, para homens, mulheres e crianças.
A venda dessas coleções acontece em épocas diferentes.
Para as compras do setor feminino, há quatro grandes temporadas
de desfiles em Paris (duas de alta-costura e duas de prêt-à-porter).
Na primeira semana de moda em Nova York acontecem os desfiles americanos.
Logo depois, começam as campanhas de vendas nos show-rooms, onde
compradores do mundo todo encontram-se em calendário apertadíssimo.
Compramos aquilo que acreditamos ter de melhor em cada coleção
e que melhor adapte-se ao nosso país. Assim, temos conquistado
cada vez mais público, pois a brasileira tem se identificado com
nossos produtos. As compras em Milão são feitas na semana
seguinte. Na seqüência, vamos a Paris, onde, por mais de uma
semana, assistimos a desfiles e fazemos os pedidos nos show-rooms.
As coleções ficam prontas cerca de cinco meses depois, quando
são embarcadas para o mundo todo. O que acontece é que sempre
estamos seis meses à frente de cada estação do Brasil.
Agora estamos vendendo o verão europeu enquanto vivemos o inverno.
Além dessas duas estações de compras, temos as pré-coleções
(junho para verão e fevereiro para inverno). Somos obrigadas a
viajar oito vezes por ano para conseguir assistir a todas as apresentações
e fazermos os pedidos exatos. A vantagem é que acabamos conhecendo
todos os compradores do mundo e trocamos muita informação
sobre o que é novo, o que virá, o que não funciona...
Com a chegada dos criadores internacionais, nossa moda ficou mais autêntica
_menos inspirada nas de fora. Temos talentos verdadeiros fazendo verdadeiras
criações e não cópias.
ELIANA TRANCHESI é
uma das sócias da butique Daslu, na Vila Nova Conceição
(zona sul de São Paulo)
Leia mais: Sínteses da ostentação
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