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Questões relacionadas ao papel do médico hebiatra e consulta do adolescente - duas semanas após o escândalo Eugenio Chipkevitch.

Dos danos causados aos pacientes molestados por ele, ninguém duvida. Com a indignação dos pais desses jovens, todos concordam. Porém, uma questão fica, tanto na cabeça dos pais como na dos filhos: como confiar, agora, no médico? Como escolher o profissional? Como não correr riscos? O jovem deve ficar sozinho com o médico?

Da parte do profissional, sei que um bom hebiatra conhece bem os seus deveres com o paciente e com sua família, e dos aspectos éticos que permeiam a consulta do adolescente. Porém, da parte da sociedade de forma geral, esta se vê um tanto perdida (e com razão), num pós-trauma, sem saber como proceder diante da necessidade de procurar a ajuda de um médico.

É bom lembrar que o médico hebiatra atende adolescentes (que segundo a Organização Mundial de Saúde, é a faixa de idade compreendida entre 10 e 20 anos de idade).

Como os pais devem escolher o médico para seu filho?

Geralmente a escolha de um médico é feita pela indicação de alguém, ou por alguma coisa que você leu ou ouviu sobre o profissional. Isto funciona assim para quase todas as coisas. (exemplos: uma empregada doméstica, um corretor de seguros, um restaurante, um filme etc).

No caso do médico isto também ocorre, mas não significa que você tenha que ter a mesma opinião da pessoa que te deu a sugestão. Você pode gostar ou não do médico, do filme etc. Sinta-se à vontade para fazer suas perguntas. O paciente tem todo o direito de perguntar tudo, e o médico tem o dever de responder. Não tenha receio, pergunte absolutamente TUDO que quiser! (E neste momento, se sentir necessidade, fale abertamente sobre a sua indignação sobre o caso do médico que está gerando tanto medo).

Pais, não tenham medo de questionar e falar sobre a desconfiança. Lembrem-se: Falar sobre a desconfiança também é uma forma de confiar.


Primeira consulta com o adolescente:
(Várias etapas)

No caso do adolescente, a primeira etapa da consulta acontece (ao mesmo tempo) com ele (adolescente) e a mãe (ou o pai) na sala do médico. Esse momento é muito importante para esclarecimentos de como devem acontecer as consultas com este médico.

Na segunda etapa, o adolescente vai para a sala de espera e os pais ficam na sala do médico. Isso ocorre só na primeira consulta. Depois disso, sempre que os pais ou médico sentirem alguma necessidade, podem conversar, mas sempre na presença do filho.

O jovem deve ficar sozinho com o médico?

Ainda na primeira consulta, em uma terceira etapa, os pais vão para a sala de espera e o adolescente para a sala do médico. Segundo o código de ética médica, o adolescente tem direito à privacidade durante a consulta. Isso quer dizer que ele pode ser atendido sozinho.

Isso facilita muita coisa, pois ele pode conversar com o médico sobre assuntos que não conversaria se a mãe estivesse ao lado. Algumas vezes surgem questões relacionadas à atividade sexual, curiosidade sobre drogas etc. Nesse momento, o médico conversa a respeito das situações de risco em que ele pode estar se envolvendo. Esse é um dos aspectos preventivos da consulta.

Muitos adolescentes sentem-se envergonhados de trocar de roupa na frente dos pais quando as mudanças físicas do corpo começam a ocorrer. Dessa forma, o exame físico também acontece sem a presença dos pais. É claro que, se o jovem se sentir mais tranqüilo, o pai pode entrar na sala. Mas é bom lembrar que, nesse momento, o adolescente pode perguntar algo que sempre teve dúvida, mas nunca falou pra ninguém. Exemplo: tamanho do pênis ou desenvolvimento dos seios. São dúvidas que incomodam muito o jovem: "será que sou normal?"

Por fim, todos voltam a sala do médico e conversam sobre as orientações propostas.


Outras consultas

Nas consultas de retorno, geralmente só o adolescente entra na consulta e, como foi dito antes, caso o pai ou o médico sintam a necessidade de conversar, os três - médico, adolescente e responsável - encontram-se novamente.

Esses procedimentos são importantes para que, progressivamente, o adolescente reconheça e assuma as responsabilidades pela sua saúde e cuidados com a sua vida.

A família não deve ser excluída, mas deve entender e respeitar o direito do jovem à privacidade. Isso é muito importante para o desenvolvimento e formação de uma identidade adulta saudável.


Maurício de Souza Lima
04/04/02
 
Anteriores:
(11/04/2002) "O exame físico do adolescente"
(04/04/2002) "Hebiatra esclarece como deve ser consulta de adolescentes"
(04/02/2002) "De quais problemas cuida o especialista em adolescentes?"
(18/01/2002) "Casos de mulheres com candidíase aumentam no verão"


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Nesta seção, os especialistas Maurício de Souza Lima, Ricardo Tapajós e Marco Antonio Lenci esclarecem dúvidas de adolescentes.

Maurício de Souza Lima é médico da Unidade de Adolescentes e Coordenador do ambulatório dos filhos de mães adolescentes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. É membro da diretoria da Associação Paulista de Adolescência e membro do Departamento de Adolescência da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Ricardo Tapajós é médico supervisor da divisão de clínica de moléstias infecciosas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Marco Antonio Lenci é especialista em Ginecologia e Obstetrícia, com formação em Medicina Antroposófica e Medicina Psicossomática. É especialista em vídeo-laparoscopia e vídeo-histeroscopia e pós-graduando do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo

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