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Navio também pode ficar desorientado
MARCELO FERRONI
da Reportagem Local
Em uma data próxima à passagem de 1999 para o ano 2000, um
sistema mundial usado para navegação, chamado GPS (Sistema de
Posicionamento Global), deverá
apresentar problemas semelhantes ao bug do milênio.
O problema -pane em computadores e fornecimento incorreto
de informações- pode ocorrer
devido a um procedimento que
ocorre no GPS a cada 1.024 semanas, ou cerca de 19 anos.
O GPS é um sistema baseado em
satélites e usado para navegação e
posicionamento geográfico de objetos, além de marcar a passagem
do tempo com elevado grau de
precisão.
O sistema foi desenvolvido e é
controlado pelo Pentágono (Departamento de Defesa dos Estados
Unidos). Apesar de concebido para finalidades militares, o GPS
também é amplamente utilizado
pelo setor civil.
Os satélites, 24 no total, transmitem dados a aparelhos receptores
-instalados em navios, por exemplo-, permitindo aos seus usuários reconhecer posição, velocidade e horário em dado momento.
Calendários zerados
O GPS conta o tempo a partir do
número de semanas passadas. Em
21 de agosto de 1999, o sistema deverá "zerar" sua contagem do tempo, em um procedimento chamado reinicialização EOW (sigla em
inglês para "final de semana"). A
passagem será da semana 1.023 para a semana "0".
O que alguns pesquisadores e o
próprio Pentágono prevêem que
ocorra nessa data é que alguns aparelhos de GPS não reconheçam a
mudança e acreditem que estão de
volta a 1980, ou 19 anos atrás.
O erro de interpretação poderá
fazer com que o equipamento pare
de funcionar ou que interprete erroneamente os dados enviados pelos satélites.
Segundo a Guarda Costeira dos
EUA, que presta serviços de aferição do GPS, os satélites que operam o sistema não serão afetados
pela reinicialização EOW.
Mas os usuários civis devem tomar cuidado. Na edição de novembro de 1998 da revista norte-americana "GPS World", Richard Langley, pesquisador da Universidade
de New Brunswick e colunista do
periódico, afirma que "a mudança
no GPS poderá causar dificuldades
para alguns usuários do sistema".
Segundo João Francisco Galera
Monico, do Departamento de Cartografia da Unesp (Universidade
Estadual Paulista), o perigo é real e
os usuários do GPS devem contatar os fabricantes para saber se é
preciso fazer alguma modificação
em seus aparelhos.
A Guarda Costeira dos EUA tem uma relação de
empresas que fabricam receptores de GPS para
uso civil no site
www.navcen.uscg.mil/gps/geninfo/y2k/gpsmanufacturers/manufacturers.html
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