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Medo faz igreja dos EUA reunir fiéis
da Redação
Quando o ano 2000 estiver longe,
é possível que reste do episódio a
impressão de que houve muito
alarmismo por parte de pessoas
mal-informadas.
Uma reunião de fiéis da Igreja
Batista, há três semanas, nos Estados Unidos, ilustra bem o clima a
pouco menos de um ano da chegada do bug do milênio.
O encontro foi o segundo de uma
série programada pela direção da
igreja no país com o intuito de promover orações para que a humanidade resolva o problema a tempo.
Nos altares, há um placar com a
contagem regressiva.
Os Estados Unidos -provavelmente pelo alto desenvolvimento
tecnológico- são recordistas em
atitudes desesperadas. Casos como o do analista de sistemas Steve
Watson têm sido mais frequentes
do que se imagina.
Há dois anos, ele se mudou para
um bunker camuflado em Oklahoma, cercado por estoques de comida e rifles, com medo do bug.
Watson foi o responsável por assegurar que uma das maiores companhias telefônicas dos EUA havia
se adequado ao bug. Ao finalizar a
tarefa, ele concluiu que seu esforço
fora em vão, porque, se a rede elétrica falhar, todo o ajuste feito em
outros setores será inútil. Então,
correu para as montanhas.
As autoridades também estão sobressaltadas. Segundo o "The New
York Times", o governo dos EUA
teria criado mais comitês, relatórios orçamentários, conselhos presidenciais, atos no Congresso e sites na Internet do que sobre a Aids
e o aquecimento global juntos.
O tráfego aéreo, considerado
uma das áreas críticas devido ao
controle automatizado, está sendo
alvo de campanhas pesadas.
Jane Garvey, chefe do Federal
Aviation Administration, prometeu voar na virada do ano para demonstrar sua fé no controle de tráfego aéreo. Na Inglaterra, a British
Airways anunciou que seus executivos estarão no ar na passagem
para 2000 -medida ordenada
também pelo governo chinês.
Planejamento
Pesquisas mostram que a maioria dos norte-americanos não espera ter suas vidas seriamente
transformadas, mas uma minoria
significativa vai investir tempo e
dinheiro para se proteger.
Alguns setores, como o bancário,
começaram a se preparar há meses, e indústrias vêm patrocinando
campanhas sobre o perigo de estocar dinheiro em casa e perdê-lo em
assaltos e incêndios -sem falar no
risco de gastá-lo sem necessidade.
O Federal Reserve (Banco Central norte-americano), que distribui dinheiro para o sistema bancário do país, deve imprimir US$ 50
bilhões extras -aumentando a
circulação total para US$ 200 bilhões- a fim de assegurar que haja papel suficiente para quem quiser estocar.
(RACHEL BOTELHO)
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