São Paulo, Terça-feira, 23 de Fevereiro de 1999
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Sebrae considera risco pequeno

RACHEL BOTELHO
da Redação

As micro e pequenas empresas não devem ser muito atingidas pelo bug. A afirmação é do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo).
Segundo pesquisa realizada pelo Sebrae no mês de agosto de 1998, a informatização das micro e pequenas empresas paulistas é recente. Em 1988, 14% estavam informatizadas; hoje, elas somam 56%.
"A informatização recente faz com que o impacto não seja grande, porque os sistemas novos estão livres do bug", explica Egnaldo de Oliveira Paulino, consultor de informática do Sebrae-SP.
Os dados do Simpi, porém, divergem daqueles divulgados pelo Sebrae. Uma pesquisa feita pela instituição afirma que apenas 5% das micro e pequenas empresas brasileiras operam com sistemas informatizados. No Estado de São Paulo, esse número sobe para 15% -sem incluir os computadores que trabalham apenas como máquina de escrever.

Setor determinante
Há dois anos, o Simpi vem alertando as empresas sobre o problema. Segundo Walther Dorighelo, 50, diretor do Centro de Negócios do sindicato, setores de tecnologia intensiva -como eletroeletrônica, telecomunicação, automação bancária e lojas de varejo- estão bastante adiantados no combate ao problema.
"Não importa o tamanho, mas o setor em que a empresa está e a necessidade que tem do uso da informática", disse.
Segundo Dorighelo, a maioria das empresas de pequeno porte, como marcenarias e mercadinhos informatizados, não têm urgência de adequação e podem esperar dois ou três anos sem que o bug as prejudique. "O dono da oficina mecânica que usa o computador só para fazer orçamentos não vai ter problemas", disse.
De acordo com boletim divulgado pelo Sebrae, o impacto do bug deve vir de fora. "Todas (as micro e pequenas empresas) dependem de bancos para receber e para pagar, algumas fazem parte de cadeias de produção automatizadas de grandes empresas etc."
Empresas que ainda não começaram a adaptar seus sistemas e não têm dinheiro podem recorrer a linhas de crédito específicas.
Para conseguir a linha de crédito do Banco do Brasil, criada em janeiro, é preciso ser ou se tornar cliente da instituição e elaborar um projeto conjunto com o Sebrae. O limite de crédito é R$ 50 mil, e o prazo de pagamento é de 36 meses, com carência de até um ano.
No Bradesco, o financiamento é de até 36 meses, com juros de 3% ao mês, mais TR. Não é preciso ser cliente do banco.


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