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Micro e pequenas empresas, que respondem por 21% do Produto Interno Bruto e
empregam 60% da mão-de-obra, sofrem maiores dificuldades para acertar sistemas
e podem reduzir arrecadação de impostos federais
Governo já se ajustou, mas teme por firmas
WILSON SILVEIRA
da Sucursal de Brasília
O bug não deve afetar os principais sistemas operacionais do governo federal, mas o Ministério da
Administração está preocupado.
"Não adianta preparar o sistema
de arrecadação de impostos se não
tivermos impostos para arrecadar", disse Heloísa Tricate, diretora do Departamento de Gestão da
Informação do ministério. Segundo ela, se nada for feito, muitos podem perder o negócio ou ficar desempregados.
Responsável pelo programa
A2000 do governo federal, Tricate
disse que o problema são as 4,5 milhões de micro e pequenas empresas (98% do total), que empregam
60% da mão-de-obra e são responsáveis por 21% do PIB (de R$ 180
bilhões), segundo o Sebrae.
"Milhares de pequenos escritórios de contabilidade podem fechar por causa da perda de clientes, pequenas empresas podem demorar a se adequar, e esse tipo de
empresa é a principal fonte de arrecadação de impostos", disse.
Classificação
Relatório do Gartner Group
(www.gartnerweb.com), de Connecticut (EUA), coloca o Brasil no
segundo de quatro grupos de países. Os países do primeiro grupo
sofrem o menor risco de ter problemas. No segundo, há probabilidade de 33% das empresas serem
afetadas.
"Algumas regiões do Brasil vivem na Idade Média e não terão
problema algum", disse Tricate.
Ela disse que é difícil avaliar os
problemas que o bug causará ao
país. "Não teremos problemas catastróficos, mas muitas coisas vão
falhar", disse.
O prazo fixado pelo governo federal para todos os seus órgãos terminarem as adaptações dos sistemas é 30 de junho.
O Serviço Federal de Processamento de Dados, principal órgão
de processamento do governo federal, construiu uma caixa-d'água,
implantou um sistema que resiste
24 horas sem luz e está se preparando para buscar os funcionários.
O Serpro, que processa o "sistema de missão crítica" de toda a administração pública federal, já
adequou 18,8 milhões de linhas de
código dos seus computadores
(97% do total).
A Dataprev, empresa de processamento de Dados da Previdência
Social, identificou 5,5 milhões de
linhas de código com necessidade
de adequação, mas acredita que
ninguém deixará de receber aposentadoria ou outros benefícios
devido ao bug.
A adequação das empresas de
energia elétrica -que é uma área
essencial- está centralizada pela
Eletrobrás e pela Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica).
Em conjunto com Furnas, Chesf,
Eletronorte, Eletronuclear, Eletrosul e Itaipu Binacional, a Eletrobrás está tentando evitar a possível
queda de um sistema e a interferência em outras regiões.
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