São Paulo, Terça-feira, 23 de Fevereiro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aviões não devem oferecer riscos

da Redação

Viajar de avião na virada do ano 2000 é motivo de pavor para muitos. Mas, segundo empresas e entidades do setor aeronáutico, não há razão para pânico.
O Ministério da Aeronáutica afirma que o sistema de controle do tráfego aéreo não enfrentará problemas porque suas informações têm uma "vida útil pequena".
Os dados sobre um vôo são inseridos pouco antes da decolagem e desconsiderados quando o piloto chega a seu destino.
A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), que cuida das operações em terra de 67 aeroportos no país, tem um trabalho mais fácil do que suas equivalentes em outros países.
"Graças a Deus as luzes de pista dos aeroportos brasileiros ainda não estão informatizadas como em grandes aeroportos do mundo", diz o coronel Wagner Mussato, assessor da presidência da empresa. O sistema usado no Brasil é o eletromecânico - as luzes acendem e apagam com um interruptor.
A Vasp está com mais de 70% de seus sistemas atualizados contra o bug. O sistema de reservas de passagens foi um dos primeiros a sofrer correções porque a empresa começou, neste mês, a vender passagens para o ano 2000.
A empresa, que está gastando US$ 20 milhões com o ajuste dos sistemas, mexeu no sistema de cinco Boeings 737-200 da sua frota de 50 aeronaves. A supervisão do ajuste foi feita junto com o fabricante norte-americano.
Além dos problemas com reservas e horários de embarque, os pilotos apontam uma curiosa falha de navegação que pode comprometer o controle do tráfego aéreo.
A posição atual do eixo da Terra -um dado fundamental para os cálculos de velocidade e direcionamento do avião- está gravada nos instrumentos de bordo. Se esses instrumentos interpretarem a data da virada como 1900, eles entenderão que o eixo do planeta é o mesmo de cem anos atrás.

Hospitais
Outro setor em que o bug do milênio está associado a risco de vida é o hospitalar. Os hospitais que dependem de dinheiro público estão com dificuldades para obter verbas para o ajuste de seus sistemas.
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, entidade filantrópica que recebe dinheiro do governo, ainda não começou a mexer em seus computadores. "Não analisaremos os aparelhos hospitalares, apenas os sistemas que controlam cadastro de paciente e consultas", diz Luís Carlos Lopes, chefe de programação do hospital.
Alguns aparelhos hospitalares, como alimentadores, trabalham com datas e podem falhar.
A Prodesp -que processa os dados da Secretaria da Saúde e dos hospitais da rede pública estadual como controle de leitos, visitas e estoques- afirma que o bug pode levar à alta indevida de um paciente e a um erro de cálculo do período de internação. (TS)




Texto Anterior: Bancos fizeram ajustes
Próximo Texto: Governo já se ajustou, mas teme por firmas
Índice



Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.