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Aviões não devem oferecer riscos
da Redação
Viajar de avião na virada do ano
2000 é motivo de pavor para muitos. Mas, segundo empresas e entidades do setor aeronáutico, não há
razão para pânico.
O Ministério da Aeronáutica
afirma que o sistema de controle
do tráfego aéreo não enfrentará
problemas porque suas informações têm uma "vida útil pequena".
Os dados sobre um vôo são inseridos pouco antes da decolagem e
desconsiderados quando o piloto
chega a seu destino.
A Infraero (Empresa Brasileira
de Infra-Estrutura Aeroportuária), que cuida das operações em
terra de 67 aeroportos no país, tem
um trabalho mais fácil do que suas
equivalentes em outros países.
"Graças a Deus as luzes de pista
dos aeroportos brasileiros ainda
não estão informatizadas como em
grandes aeroportos do mundo",
diz o coronel Wagner Mussato, assessor da presidência da empresa.
O sistema usado no Brasil é o eletromecânico - as luzes acendem e
apagam com um interruptor.
A Vasp está com mais de 70% de
seus sistemas atualizados contra o
bug. O sistema de reservas de passagens foi um dos primeiros a sofrer correções porque a empresa
começou, neste mês, a vender passagens para o ano 2000.
A empresa, que está gastando
US$ 20 milhões com o ajuste dos
sistemas, mexeu no sistema de cinco Boeings 737-200 da sua frota de
50 aeronaves. A supervisão do
ajuste foi feita junto com o fabricante norte-americano.
Além dos problemas com reservas e horários de embarque, os pilotos apontam uma curiosa falha
de navegação que pode comprometer o controle do tráfego aéreo.
A posição atual do eixo da Terra
-um dado fundamental para os
cálculos de velocidade e direcionamento do avião- está gravada nos
instrumentos de bordo. Se esses
instrumentos interpretarem a data
da virada como 1900, eles entenderão que o eixo do planeta é o mesmo de cem anos atrás.
Hospitais
Outro setor em que o bug do milênio está associado a risco de vida
é o hospitalar. Os hospitais que dependem de dinheiro público estão
com dificuldades para obter verbas para o ajuste de seus sistemas.
A Santa Casa de Misericórdia de
São Paulo, entidade filantrópica
que recebe dinheiro do governo,
ainda não começou a mexer em
seus computadores. "Não analisaremos os aparelhos hospitalares,
apenas os sistemas que controlam
cadastro de paciente e consultas",
diz Luís Carlos Lopes, chefe de
programação do hospital.
Alguns aparelhos hospitalares,
como alimentadores, trabalham
com datas e podem falhar.
A Prodesp -que processa os dados da Secretaria da Saúde e dos
hospitais da rede pública estadual
como controle de leitos, visitas e
estoques- afirma que o bug pode
levar à alta indevida de um paciente e a um erro de cálculo do período de internação.
(TS)
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