São Paulo, Terça-feira, 23 de Fevereiro de 1999
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Bancos fizeram ajustes

da Redação

Os bancos são as instituições mais preparadas contra panes de sistema na entrada do ano 2000, segundo as consultorias.
As próprias instituições tranquilizam clientes e mercado afirmando que todas as providências contra o bug já foram tomadas. Apesar disso, a lista de possíveis problemas é grande.
No caso dos bancos, o bug pode comprometer a troca de informações entre agências e instituições e confundir o sistema de informação de dados (saldos, extratos etc).
O problema mais temido, o apagamento dos números -que seria o mesmo que perder todo o dinheiro- está descartado. "Os bancos têm um cadastro com informações sobre a conta corrente dos clientes", diz Roberto Elias Squeff, diretor de apoio à automação do Bradesco.
Bradesco e Itaú estão gastando quantias semelhantes no ajuste. O primeiro deve gastar perto de US$ 90 milhões até o fim de março. O Itaú, que terminou o ajuste em setembro, gastou US$ 87,8 milhões.
"Já tínhamos experiência em conversão de sistemas por causa das crises e trocas de moeda pelas quais o Brasil passou", diz Enio Neves, superintendente de desenvolvimento de sistemas do Itaú.

Juros de 99 anos
Para as operadoras de cartão de crédito, que trabalham com negócios a prazo, o desastre seria parecido com o dos bancos.
O bug pode acarretar problemas de conexão que impeçam o registro de cobrança feita por uma loja, por exemplo. As faturas podem chegar erradas à casa do cliente, com despesas diferentes das contraídas durante o mês.
Se o computador lesse uma despesa do ano 2000 como sendo de 1900, por exemplo, seriam aplicados juros relativos a 99 anos.
As operadoras concluíram seus planos de ajuste contra o bug em dezembro de 1998, conforme acordo com o Banco Central.
"Nossos emissores de cartão também devem terminar seus ajustes até o final de março", diz Fernando Castejon, diretor de produtos e serviços da Visa no Brasil.
No caso das seguradoras, a ameaça é a ocorrência de engano na vigência de uma apólice ou de cobranças indevidas.
Os sistemas de trocas de dados entre seguradoras estão sendo checados para evitar problemas no "resseguro" -partilha do risco de uma apólice de grande valor entre duas ou mais empresas.
"Como as seguradoras trabalham com períodos de 12 meses de validade, o ajuste já foi feito", diz Carlos Correa Henrique, gerente de informática da AGF, que gastou US$ 1,8 milhão no ajuste. (TS)




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