|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Empresas garantem que estão preparadas para enfrentar o bug, mas fornecedores de água, luz, gás, telefônicas, hospitais, bancos e aeroportos
podem dar dor de cabeça na entrada do ano 2000
O que pode afetar sua vida na virada
LUCIA REGGIANI
da Reportagem Local
THIAGO STIVALETTI
da Redação
Imagine receber a cobrança de
um pagamento já feito ou uma
multa por 99 anos de atraso. Coisas
estranhas como essas podem
acontecer na virada para 2000 se
certos computadores não entenderem que 00 é mais que nada.
A lista de serviços da Prodesp
(Companhia de Processamento de
Dados de São Paulo), do governo
paulista, dá um frio na espinha.
Pelos sete computadores de
grande porte, 822 servidores e cerca de 4.000 PCs da Prodesp passam
o controle da saída de presos das
penitenciárias, salários e aposentadorias de cerca de 800 mil servidores públicos, arrecadação de
ICMS, multas de trânsito, carteiras
de motorista, matrículas nas escolas públicas e controle de internações e suprimentos de 45 hospitais.
A Prodesp está gastando US$ 15
milhões no ajuste. Dos 30 milhões
de linhas de código que ela precisa
revisar, faltam 14 milhões para
corrigir até julho. "O prazo, fixado
por decreto, será cumprido", diz
Eduardo Cesar da Fonseca, diretor
de informática da Prodesp.
Um mês antes, a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) promete estar com seus 15 mil programas ajustados. Pierre Orfali, gestor
do projeto 2000, diz que 60% dos
programas estão prontos.
O trânsito de veículos na cidade
não deve apresentar problemas.
O sistema de semáforos inteligentes Scoot, instalado em 94, já
está preparado. Ele controla 1.500
cruzamentos críticos e conta com
geradores com autonomia para até
seis horas de funcionamento.
Ainda há cem semáforos na região central da cidade controlados
por um sistema antigo que precisam ser transferidos para o Scoot.
Segundo Edgar Linguitte, coordenador do projeto de semáforos inteligentes, até o final do ano todos
estarão compatíveis.
Abastecimento
A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São
Paulo), que está gastando R$ 2,5
milhões com o bug, regularizou
50% de seus sistemas.
A empresa quer triplicar a equipe
de plantão no réveillon e manter
pontos de emergência com carros-pipa para evitar falta d'água.
"Nosso problema é menor que o
das fornecedoras de luz porque
podemos contar com os reservatórios e caixas-d'água das residências", diz Zenon Alves, superintendente de informática da Sabesp.
A Comgás (Companhia de Gás
de São Paulo) gastou cerca de R$ 5
milhões em seu programa de ajuste, que deve terminar até julho.
E as telecomunicações? No que
depender da Embratel, responsável pelas ligações de longa distância, até março as centrais telefônicas estarão ajustadas. Os satélites
ficam para junho. A empresa vai
gastar US$ 14 milhões no ajuste.
A usina nuclear de Angra 1 não
apresentará perigo. O sistema de
segurança da usina é analógico
(não usa microchips). O reator está programado para se desligar ao
menor problema, mas nem isso
deve ocorrer: o sistema que poderia parar a usina foi atualizado.
Colaborou
Toni Sciarreta, da Sucursal do Rio
Texto Anterior: Teste revela falhas Próximo Texto: Perguntas e respostas Índice
|