São Paulo, Terça-feira, 23 de Fevereiro de 1999
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EUA vão gastar bilhões

da Redação e de Londres

Os Estados Unidos se declaram o país mais preparado para enfrentar o bug. Pode ser, já nele estão o maior número de consultorias, de sites de informação e de grupos contra o bug. Mas é também o país mais vulnerável, por ser o mais informatizado, e o mais preocupado.
A empresa de pesquisas Gartner Group estima que as despesas dos EUA com o bug ficarão entre US$ 150 bilhões e US$ 200 bilhões.
O Federal Reserve Board mantém um site na Internet onde os órgãos do governo declaram sua prontidão -ou falta de- para enfrentar o problema. A Seguridade Social, que era uma das grandes preocupações, diz estar totalmente prevenida e que todos receberão benefícios sem interrupção.
Dos setores do governo, o mais atrasado é o de energia, que tem um orçamento estimado de US$ 197,7 milhões e só completou 50% das modificações. Os mais adiantados são comércio, que deve consumir US$ 112,9 milhões, e Seguridade, que custará US$ 33 milhões.
Quanto às empresas, só 7,1% já encerraram suas correções, segundo dados da OCDE. Só a United Technologies, que fabrica elevadores, motores de avião e aparelhos de ar-condicionado, disse na semana passada que vai gastar US$ 120 milhões por causa do bug.
Mesmo sistemas muito recentes estavam completamente despreparados. O novo aeroporto internacional de Denver's, que custou mais de US$ 4 bilhões, está gastando milhões para testar e corrigir problemas ligados ao bug.
Os programadores de Cobol, que já nem conseguiam mais emprego, viram-se subitamente valorizados pela necessidade de rever os sistemas antigos, e seu salário médio está atingindo até US$ 75 a hora.
De acordo com pesquisa feita pelo Instituto Gallup no princípio deste mês, a maioria da população não está muito preocupada. Só uma a cada oito pessoas espera ter algum problema pessoal com ele. Da mesma forma, só uma a cada oito pensa em retirar dinheiro do banco para se prevenir. Segundo a National Federation of Independent Business, 50% das pequenas empresas não têm nenhum plano para a chegada do ano 2000.

Reino Unido
Uma em cada dez empresas britânicas já foi afetada pelo bug do milênio, segundo levantamento do governo do Reino Unido.
Os problemas encontrados vão da simples inaptidão dos bancos em emitir um cartão de crédito com uma data de validade correta a prejuízos financeiros maiores, como o desperdício de comida.
Um fornecedor de carne bovina teve todo um carregamento destruído porque a data de validade do produto, 2001, não foi lida corretamente pelo sistema de armazenamento automatizado. Entendendo que a carne tinha 97 anos de idade, o computador descartou o estoque e ordenou sua destruição.
O governo britânico optou pelo "tratamento de choque" para acordar as empresas. Campanhas agressivas chegam ao rádio, à TV e à mídia impressa regularmente.
Alertas recentes deixaram em evidência a ameaça ao sistema carcerário na Escócia. As prisões escocesas são automatizadas, e teme-se que as celas se abram à meia-noite do dia 31 de dezembro.


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