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26/11/2002
-
19h07
da Folha Online
A jornalista Isioma Daniel -que escreveu um artigo sobre o concurso de Miss Mundo considerado uma blasfêmia pelos muçulmanos- fugiu para os Estados Unidos após pedir sua demissão do jornal "ThisDay", disseram editores da publicação nigeriana. O Estado de Zamfara, no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, anunciou hoje um decreto religioso (fatwa) pedindo aos fiéis que matem a jornalista.
Daniel escreveu um artigo, publicado no dia 16 de novembro pelo "This Day", que sugeria que o profeta Maomé, fundador do islamismo, poderia se casar com uma das concorrentes ao título de Miss Mundo.
O artigo provocou na semana passada uma série de protestos em diversas partes da Nigéria, principalmente na cidade de Kaduna, no norte do país. Os confrontos deixaram mais de 200 mortos e levou os organizadores do concurso de beleza a transferir a final do Miss Mundo para Londres.
Daniel se viu obrigada a apresentar sua demissão depois dos primeiros distúrbios em Kaduna.
O governo da Nigéria disse que não permitirá que seja aplicada a pena de morte à jornalista. O ministro da Informação nigeriano Jerry Gana disse que o decreto do Estado de Zamfara é "nulo e inválido" e prometeu que não seria aplicado.
Especialistas em religião do mundo inteiro questionaram a validade do fatwa, dizendo que o decreto não se aplicaria pelo fato do jornal ter emitido numerosos pedidos de desculpas. Líderes religiosos e grupos de defesa de direitos humanos também condenaram o decreto.
Ann Cooper, diretora executiva do Comitê de Proteção aos Jornalistas, com sede em Nova York, disse: "estamos extremamente preocupados com sua segurança. Com toda essa controvérsia, acho que algo foi completamente perdido, o direito universal de liberdade de expressão".
Ela disse que o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todo liberdade de expressão sem risco de represálias.
Com agências internacionais
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A jornalista Isioma Daniel -que escreveu um artigo sobre o concurso de Miss Mundo considerado uma blasfêmia pelos muçulmanos- fugiu para os Estados Unidos após pedir sua demissão do jornal "ThisDay", disseram editores da publicação nigeriana. O Estado de Zamfara, no norte da Nigéria, de maioria muçulmana, anunciou hoje um decreto religioso (fatwa) pedindo aos fiéis que matem a jornalista.
Daniel escreveu um artigo, publicado no dia 16 de novembro pelo "This Day", que sugeria que o profeta Maomé, fundador do islamismo, poderia se casar com uma das concorrentes ao título de Miss Mundo.
O artigo provocou na semana passada uma série de protestos em diversas partes da Nigéria, principalmente na cidade de Kaduna, no norte do país. Os confrontos deixaram mais de 200 mortos e levou os organizadores do concurso de beleza a transferir a final do Miss Mundo para Londres.
Daniel se viu obrigada a apresentar sua demissão depois dos primeiros distúrbios em Kaduna.
O governo da Nigéria disse que não permitirá que seja aplicada a pena de morte à jornalista. O ministro da Informação nigeriano Jerry Gana disse que o decreto do Estado de Zamfara é "nulo e inválido" e prometeu que não seria aplicado.
Especialistas em religião do mundo inteiro questionaram a validade do fatwa, dizendo que o decreto não se aplicaria pelo fato do jornal ter emitido numerosos pedidos de desculpas. Líderes religiosos e grupos de defesa de direitos humanos também condenaram o decreto.
Ann Cooper, diretora executiva do Comitê de Proteção aos Jornalistas, com sede em Nova York, disse: "estamos extremamente preocupados com sua segurança. Com toda essa controvérsia, acho que algo foi completamente perdido, o direito universal de liberdade de expressão".
Ela disse que o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todo liberdade de expressão sem risco de represálias.
Com agências internacionais
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