São Paulo, Sexta-feira, 12 de Fevereiro de 1999
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CONJUNTURA
Presidente do Fed diz que país esta "excepcionalmente bem"; Bolsa de NY sobe 2,03%
Economia dos EUA é "invejada pelo mundo", diz Greenspan

das agências internacionais

A economia norte-americana vai indo "excepcionalmente bem", reafirmou ontem o presidente do Fed (Federal Reserve), o banco central norte-americano, Alan Greenspan, em um pronunciamento feito ao comitê bancário da Câmara de Representantes.
Greenspan disse que as pressões competitivas estão levando as empresas do país a terem de operar com mais eficiência. A economia dos EUA é hoje, segundo a definição do presidente do Fed, "invejada pelo mundo".
As vendas no varejo subiram 0,2% em janeiro, segundo informe divulgado ontem pelo Departamento de Comércio. Lojas de departamentos lideraram os ganhos no mês passado. O incremento de janeiro é, porém, inferior ao aumento de 1% registrado em dezembro passado.
O número de norte-americanos que pediram pela primeira vez o seguro-desemprego caiu em 13 mil na semana que terminou em 6 de fevereiro e chegou a um total ajustado de 281 mil, afirmou o Departamento do Trabalho.
"É uma economia forte e vibrante", disse Cynthia Latta, economista da agência de avaliação de risco de crédito Standard & Poor's em Lexington, Massachusetts. "As pessoas estão trabalhando e gastando dinheiro".
Após as declarações de Greenspan, o índice Dow Jones, que reúne as ações mais negociadas na Bolsa de Nova York, fechou com alta de 2,03%. Investidores interpretaram as palavras do presidente do Fed como um sinal de que o banco central não deve aumentar os juros no país.
"O fato de Greenspan não ter falado sobre juros beneficia todo o mercado", afirmou Tim Ghriskey, gerente de portfólio da Dreyfus Corp.
Economistas dizem que a combinação de baixo desemprego e aumento de rendimentos manterá o alto o consumo nos próximos meses.

Reforma bancária
Em seu pronunciamento ontem, Greenspan defendeu mais uma vez a reforma que está sendo feita no sistema bancário dos EUA. Segundo ele, se não forem eliminadas as barreiras que separam as atividades bancárias das de seguros ou corretagem, cairá a competitividade das instituições financeiras norte-americanas.
Greenspan afirmou que essas barreiras levam os grupos financeiros a adotarem medidas complicadas e onerosas. "A menos que sejam levantadas, essas barreiras podem pôr em perigo o domínio das finanças norte-americanas", afirmou. A Câmara de Representantes aprovou a reforma bancária em maio, mas o texto ainda não foi discutido no Senado.


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