INTRODUÇÃO
Este manual contém as normas e recomendações
básicas que orientam o trabalho jornalístico na Folha.
Ainda que incorpore muito do manual de 1984 e de sua versão
ampliada e revista de 1987, o ''Novo Manual'' difere substancialmente
do anterior.
O texto
de 1984 teve funções pioneiras. Manuais de estilo
já existiam desde a década de 20. Pela primeira vez,
porém, um manual de jornalismo não se limitava a prescrever
opções de linguagem e reforçar regras gramaticais,
mas procurava condensar uma concepção de jornal.
Da
política editorial até aspectos da indústria
gráfica, as fases da produção jornalística
apareciam subordinadas a um programa de mudanças, o mesmo
programa que despertou incompreensões e resistências
até o final dos anos 80. Hoje, as linhas essenciais do projeto
editorial da Folha estão sendo rapidamente absorvidas no
patrimônio comum da imprensa brasileira.
O manual
de 84 foi pioneiro também em outro sentido. Nunca um jornal
tornara pública uma pauta tão extensa de compromissos,
facultando ao leitor os meios técnicos de fiscalizar sua
execução, estabelecida num texto escrito. Abriu-se
acesso a um mundo de segredo corporativo e o pequeno volume (91
páginas) se tornou o primeiro best seller no gênero.
Outras empresas de comunicação decidiram reformular
seus manuais e colocá-los à disposição
do público.
Até
pela característica militante, o texto de 84 era draconiano
e impositivo. A versão de 87 abrandou esse aspecto, enriqueceu
os conceitos, corrigiu falhas e acrescentou verbetes. Resultou num
texto mais abrangente.
Noções
clássicas de jornalismo, que estavam esquecidas, foram recuperadas
e criticadas pelos textos de 84/87; tendências internacionais
em voga foram adequadas à situação do jornalismo
brasileiro. O novo manual pode prescindir da padronização
intransigente, necessária nas versões anteriores.
Apesar
de suas insuficiências, a Folha atingiu um patamar técnico
médio a partir do qual parece possível avançar
para um jornalismo mais elaborado, mais eficaz do ponto de vista
visual, melhor escrito -e mais útil para o leitor. As normas
do novo manual são flexíveis e admitem nuances antes
repelidas. Apostam na iniciativa e no discernimento individuais,
na inventividade das soluções em cada caso e na disposição
para manter o jornalismo em aperfeiçoamento constante.
Duas
comissões trabalharam no preparo deste volume. Da primeira,
que se reuniu entre janeiro e julho de 91, fizeram parte os jornalistas
Carlos Eduardo Lins da Silva (coordenador), Caio Túlio Costa
e Márion Strecker. O resultado quase enciclopédico
foi retrabalhado e condensado por uma segunda comissão, formada
pelos jornalistas Mario Vitor Santos (coordenador), Marcelo Leite
e Hélio Schwartsman, de agosto a dezembro de 91.
Numa
série de reuniões posteriores, esta segunda comissão
apresentou um projeto aos integrantes da Direção de
Redação da Folha. Com a participação
dos responsáveis pela Agência Folha, pela ''Folha da
Tarde'' e pelo ''Notícias Populares'', esse projeto foi discutido
verbete a verbete e finalmente aprovado.
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Introdução
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Como
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