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Leitor tem renda
e escolaridade altas



Pesquisa de opinião revela que visão liberal predomina entre os leitores da Folha


VINICIUS MOTA
EDITOR DE OPINIÃO

O leitor típico da Folha tem 40 anos e um alto padrão de renda e de escolaridade. Se uma pessoa for escolhida ao acaso no universo de leitores do jornal, a probabilidade de que seja homem é idêntica à de que seja mulher. Sua faixa etária estará no intervalo que vai de 30 a 49 anos (a idade média é 40,3).

Jornal realizou seu antigo objetivo de atingir o establishment da opinião pública brasileira


Além disso, esse leitor-síntese teria formação superior, seria casado, estaria empregado no setor formal da economia, teria renda individual na faixa que vai até 15 salários mínimos (R$ 2.265) e familiar na que ultrapassa os 30 mínimos (R$ 4.530).

Faria parte ou da classe A ou da B. Seria católico, possuiria TV por assinatura e utilizaria a Internet.

Esses são resultados preliminares da versão 2000 da pesquisa 'Perfil do Leitor' do Datafolha. A primeira dessa série de sondagens foi feita em 1982. Mas, a título de comparação, utiliza-se a de 1988 como a inicial. A partir de 97, sua periodicidade passou de bianual para trianual, e sua abrangência (era feita no Estado de São Paulo), para nacional. Desta feita, foram entrevistadas 2.267 pessoas.

Ocorrem mudanças significativas nas características do público do jornal conforme o corte que se faça na amostra. É mais jovem (36 anos, em média) e mais elitizado (classe A) o leitor fora do Estado de São Paulo. Também é notável, nesse estrato, a fatia dos que cursaram pós-graduação. São 29%, contra 13% no cômputo total.

A pesquisa faz uma distinção entre as pessoas responsáveis pela aquisição do jornal em banca ou pela assinatura, chamadas de 'leitores principais', e as que lêem o exemplar adquirido por outra, os 'leitores secundários'.

No universo dos leitores principais do Estado de São Paulo, os homens são maioria absoluta (68%). Mas a proporção de mulheres nessa fatia vem subindo. Em 1988, os homens representavam 79% desses leitores.

Aumenta número de pós-graduados
Envelhecimento e uma certa mudança na composição de escolaridade são fatores que se notam no acompanhamento da série temporal do 'Perfil do Leitor'. Novamente, o corte que permite esse tipo de análise é o do leitor principal do Estado de São Paulo.

Em 1988, representavam 28% dessa amostra os leitores que tinham mais de 50 anos. Agora os pelo menos quinquagenários são 41% do total dos leitores principais no Estado de São Paulo. O crescimento dessa fatia, em 12 anos, foi de 46%. Esse movimento deu-se sobretudo pela queda na participação dos mais jovens (até 29 anos). Eles eram 29% em 1988 e hoje são 14%, o que significa uma diminuição que ultrapassa 50%.

Com o tempo, mantém-se a característica de o leitor do jornal ser uma pessoa de alta escolaridade. Em 1988, 71% tinham formação superior. Doze anos depois, essa cifra apenas oscilou quatro pontos para baixo. Mas a diferença a notar está no aumento dos leitores pós-graduados. Eram 9% há 12 anos. Hoje são 17%.

Para o diretor de Redação da Folha, Otavio Frias Filho, o fato de o leitor estar ficando mais velho e mais instruído reflete a inserção do jornal no establishment da opinião pública brasileira. 'É a realização de um objetivo antigo da Folha.'

A perda de participação dos leitores mais jovens explica-se em parte pela característica mais refratária à leitura nesse segmento, comprovada em pesquisas de opinião. Mas, para Frias Filho, é também sintoma de uma falha do jornal no modo de atrair esse público.



Visão liberal predomina
A sondagem 'Perfil do Leitor' averigua periodicamente a opinião do público da Folha acerca de assuntos polêmicos, como a descriminação do aborto e do uso da maconha e a adoção da pena de morte. De acordo com os resultados mais recentes, mantêm-se ou ressaltam-se as opiniões que se coadunariam com uma visão mais liberal da sociedade.

Na pesquisa de 97, havia praticamente um equilíbrio, no universo dos leitores do jornal de todo o país, entre os que eram a favor (45%) e os contrários à adoção da pena de morte (51%). Agora a maioria que discorda desse tipo de punição é ampla: 61%, contra 36% que a defendem.

Cresceu de 26% para 33% a proporção dos que apóiam a descriminação do uso da maconha, embora a opinião francamente majoritária (de 63% dos leitores, contra 69% em 97) ainda seja refratária a essa mudança. Mantém-se também alto, com oscilações desprezíveis de 97 para cá, o patamar dos que apóiam a reforma agrária (85%) e a descriminação do aborto (59%).

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