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Recordistas, Luiz Lima e Milene Comini comemoram juntos
18h02 - 22/11/98

Agência JB
No Rio de Janeiro

Até que as águas o separem. Os nadadores Luiz Lima, do Rio, e Milene Comini, de Americana, começaram a namorar entre treinos e competições.

Milene trocou de cidade e passou a competir pelo Fluminense, clube de Luiz. Aos 20 anos, os dois nadadores viveram momentos de consagração neste domingo, no último dia da primeira etapa da Copa do Mundo de natação (em piscina de 25m), no Parque Aquático do Vasco, após quebrarem dois recordes
sul-americanos.

Luiz venceu os 1500m livre com o tempo de 14min57s87, superando sua marca anterior, de 15min00s32, de 1997. Milene terminou a prova dos 50m peito em segundo lugar, atrás da australiana Kelly Emmer, mas comemorou. A prata teve gosto de ouro com a melhor marca da América do Sul na prova (33s10), melhorando seu tempo obtido hoje, nas eliminatórias (33s55).

Pelos recordes, o casal dourado da natação brasileira ganhou R$ 5.000. Mas será que o casamento sairá das piscinas tricolores e irá para terra firme?

"Olha, eu vim para o Fluminense por influência dele (Luiz), mas casamento, não, ainda é bem cedo. O Luiz está pensando bastante na Olimpíada. Não pensamos em casamento agora", diz Milene, que, na última etapa da Copa disputada no Rio, em março, foi sombra da irmã Patrícia Comini.

Agora, Milene deixa as piscinas do Vasco com duas medalhas de prata. "Me senti bem e gostei do meu tempo. Melhorei bem minha virada. Hoje, nos 100m, errei três viradas. Quero muito ir ao
Pan-Americano e ao Mundial de Piscina Curta, em Hong Kong, às quais nunca fui", afirma Milene.

Luiz - o melhor fundista do Brasil - tornou-se o primeiro sul-americano a nadar os 1500m livre abaixo de 15min. "É uma emoção grande. Deu para pressentir que tinha chance de superar o recorde. Agora, terei tempo longo para me preparar para o Mundial, em março", diz Luiz, que hoje conquistara a prata nos 400m livre.

A comemoração com a namorada será especial, mas o nadador não pretende gastar os R$ 2,5 mil ganhos pela quebra do recorde. "A gente vai comemorar, claro. Eu guardo tudo o que ganho, não gasto nada", revela Luiz.

Ao lado de Milene, Luiz Lima pode estar deixando o Fluminense. O técnico do tricolor, Luiz Raphael, teria recebido uma proposta do Iate Clube Jardim Guanabara. E a dupla promete seguir o técnico aonde ele for.

"Havendo essa proposta, vou acompanhá-lo. Vou aonde o Luiz estiver", garante Luiz. "Estou super-satisfeita com o Luiz (Raphael) e quero continuar com ele. Se ele sair do clube e me aceitarem no novo clube, vou atrás. Espero que esses resultados chamem atenção dos patrocinadores para o Fluminense", diz Milene.

A dupla tricolor brilhou num dia em que os protagonistas deveriam ser Gustavo Borges e Fernando Scherer. Nas provas em que são especialistas, Gustavo e Scherer foram derrotados.

Nos 200m livre, Gustavo ficou em segundo lugar, com 1min47s42, perdendo para o australiano Ian Thorpe (1min46s26). Nos 50m livre, em que é líder do ranking mundial em piscina longa (50m), Scherer teve um decepcionante quinto lugar (22s60). O argentino José Meolans - carrasco de Gustavo e Scherer, a quem venceu pela terceira vez - foi o primeiro colocado, com 22s32.
Gustavo ficou em segundo, com o tempo de 22s40.

"Não entendi nada. Geralmente, sei o que fiz de errado, mas desta vez não sei onde errei. Mas como treino para o (torneio José) Finkel, em dezembro, está bom. Lá quero
quebrar os recordes sul-americanos nos 50m e 100m livre e ser o líder do ranking também em piscina curta", diz Scherer, o melhor nadador do ano.

"Me senti veloz, mas não explosivo, o que é fundamental numa prova de velocidade (50m). Foram duas pratas no mesmo dia. Poderia ter sido um ouro, pelo menos", diz Gustavo.

Hoje, o outro ouro do Brasil foi conquistado por Fabíola Molina, que terminou a Copa com dois ouros e um bronze (foi a atleta brasileira mais bem sucedida da competição, entre homens e mulheres).

Nos 100m costas, Fabíola ganhou com o tempo de 1min02s11. "Tem um ditado que diz brilho puro como sol. Essa medalha é revestida de sol. Fico feliz porque esse resultado é
importante para a natação brasileira", diz Fabíola, que se forma em teatro, pela Universidade do Tennessee (EUA), em dezembro. "Depois, fico em Nova York até 2000", diz a nadadora, que ainda não fez peças de teatro, "só cenas", ressalta.

O Brasil terminou a Copa em terceiro lugar, com 5 ouros, 11 pratas e 13 bronze (total de 29). A Austrália ficou em primeiro (17 medalhas, sendo 10 de ouro), confirmando-se como nova potência das piscinas, e a Alemanha foi a segunda colocada (14 medalhas, das quais nove de ouro).

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