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‘Ganhei a Copa da vida', diz Ronaldinho
00h24 - 14/07/98

Agência Folha
Em Lésigny

Mesmo não tendo alcançado as metas que tinha proposto para si antes da Copa do Mundo, o atacante Ronaldinho, 21, afirma que deixa a França como um vitorioso. Antes do início do Mundial, os objetivos de Ronaldinho eram conquistar o título da Copa e tornar-se artilheiro da competição. Não conseguiu. A seleção foi vice-campeã, e o atacante marcou quatro gols, dois atrás de Suker, da Croácia, o artilheiro da Copa.

Na entrevista coletiva que concedeu na segunda-feira à tarde, Ronaldinho afirmou que tomou um grande susto na tarde de domingo, horas antes do início da final da Copa. O atacante sentiu-se mal e chegou a perder os sentidos. "Foi um susto tremendo. Perdemos a Copa, mas eu ganhei outra. A da minha vida’’, disse ele, considerado pela Fifa (entidade máxima do futebol) o melhor jogador do mundo em 96 e 97.

O atacante afirmou que não se lembra o que aconteceu. "Não lembro nada do momento, mas meus companheiros disseram que foi algo preocupante. Fiquei preocupado. Espero não ter isso nunca mais", disse. "Foi repentino. Estava falando com o Roberto Carlos (companheiro de quarto de Ronaldinho). Ele virou para o lado e disse que iria dormir. De repente, deu a crise. Foi rápido", acrescentou. Ele afirmou que a crise por que passou não foi causada pela ansiedade ou pelo medo de disputar a final do Mundial, depois da qual não concedeu entrevistas.

"Não estava nervoso. Fiquei chateado com as coisas na imprensa. Já joguei muitas decisões. Essa era a que eu mais esperava. Não iria amarelar. A única coisa que aconteceu foi a indisposição. Não fiquei com medo de jogar contra a França", disse.

No domingo, após o jogo, Roberto Carlos afirmara que Ronaldinho havia tido uma crise de choro durante a madrugada de domingo, motivo pelo qual julgara que o companheiro havia "amarelado" _jargão futebolístico que significa sucumbir à pressão. Ronaldinho disse que a pressão de patrocinadores também não influíram no seu estado de saúde.

O atacante é o principal trunfo da Nike em sua briga para ampliar sua participação no mercado do futebol, dominado pela Adidas. "A pressão existe. Até ontem eu suportei muito bem. Infelizmente, foi uma coisa que aconteceu, que pode acontecer com qualquer pessoa. E aconteceu comigo em um dia muito importante."

"Até hoje suportei muito bem toda a pressão que existe em torno de mim. Agora vou tentar diminuir o ritmo e cuidar mais da minha vida profissional e pessoal. Tive uma temporada muito desgastante", completou ele, que terá um período de férias no Brasil antes de se reapresentar a seu time, a Internazionale (Itália).

Segundo Ronaldinho, a campanha da seleção brasileira na Copa do Mundo é positiva. "Não foi uma má campanha. Chegamos à final e perdemos para o melhor time. Não quero arrumar desculpas pela derrota. Fiz o máximo na Copa", afirmou. O atacante afirmou que não errou ao entrar na partida, a qual jogou com um seguro de US$ 58 milhões para suas pernas. "Eu entrei com vontade de jogar. Não foi uma grande partida da seleção. O importante é seguir o caminho e levantar a cabeça." Ronaldinho declarou ainda que seu mal-estar pode ter influenciado no desempenho da equipe. "Claro que eu passei uma preocupação para os meus companheiros. Mas deu para ver que eu sou querido dentro do grupo. Agora vamos esquecer tudo. Isso não vai marcar a minha vida."

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