Agência Folha
De São Paulo

A desclassificação do Santos do Campeonato Paulista antes das semifinais está servindo como exemplo para o Palmeiras. A duas rodadas do final do segundo turno, o time, que enfrenta quinta-feira à noite o Mogi Mirim, em Mogi, não tem classificação garantida no torneio.

Além de ter de vencer quinta e o seu último jogo, contra o Ituano (no Parque Antarctica), o Palmeiras dependia de resultados de seus adversários diretos pela vaga -Corinthians e Guarani, que se enfrentariam quarta à noite no Pacaembu.

A exclusão das semifinais do Paulista é algo que não acontece com o Palmeiras há 13 anos, desde 1985. Naquele ano, o time, que era treinado por Vicente Arenari, terminou em sexto lugar no campeonato. O Corinthians também não se classificou, sendo a semifinal disputada por São Paulo, Lusa, Guarani e Ferroviária. O título ficou com o São Paulo.

A possibilidade de uma repetição de 95 assusta os palmeirenses. ‘‘Já imaginou o Palmeiras fora? Veja o Santos. Sem menosprezar as outras equipes, mas não dá para pensar em uma semifinal sem Palmeiras e Santos’’, afirmou o diretor remunerado de Futebol do clube, Sebastião Lapola, que admitiu que, até o empate do último domingo com o Corinthians, a possibilidade de desclassificação jamais fora cogitada no clube. ‘‘Agora, tudo é possível, já que não dependemos somente de nós’’, disse.

Para o dirigente, o regulamento do Paulista-98 é um dos motivos da instabilidades de dois dos chamados ‘‘grandes’’ do Estado. ‘‘Da forma como o campeonato foi feito, sem a chance de os times pequenos serem rebaixados na segunda fase, estes jogam com franco-atiradores.’’ Fazendo um paralelo com o Paulista do ano passado, Lapola lembrou que o time (que terminou em quarto) ‘‘já estava classificado para o quadrangular final quando ainda restavam oito rodadas para o final da primeira fase’’.

Lapola nega que o fraco desempenho seja reflexo de uma priorização da Copa do Brasil em detrimento do torneio regional. ‘‘O Paulista é importantíssimo para a gente, não há prioridade nenhuma. E não digo isso porque o Farah pediu’’, disse Lapolla. O presidente da FPF, Eduardo José Farah, ameaçou não repassar a cota mínima por jogo aos clubes que declarassem estar priorizando qualquer competição em relação ao Paulista.

O lateral-direito paraguaio Arce deu a dimensão do que seria uma eventual desclassificação palmeirense. ‘‘É sempre um desastre quando um time grande não está nas finais.’’ Para o treinador palmeirense, Luiz Felipe Scolari, o confronto de hoje a noite é ‘‘um tudo ou nada’’. Scolari afirmou que estará satisfeito com uma vitória simples sobre o Mogi, que jogará desfalcado (leia texto abaixo). ‘‘Não temos que ganhar bem, temos que ganhar. A imprensa é que coloca que o Palmeiras tem que vencer por goleada. Não vejo porque passar essa sobrecarga para os jogadores’’, criticou o técnico. ‘‘Agora’’, afirmou Scolari, ‘‘o que eu sei é que temos que ganhar nossos dois jogos e que temos que tomar todo o cuidado com o Mogi Mirim.’’

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