Publicidade
SHOPPING UOL

Busca por produto:

 
 Gerald.UOL
 TV UOL Cinema
 TV UOL Hot
 TV UOL Música
 TV UOL Tempo
 UOL Últimas Notícias
 UOL Eleições 2002
 UOL Esporte
 UOL Economia
 UOL Tablóide
 UOL Corpo e Saúde
 UOL Diversão e Arte
 UOL Música
 UOL Inovação
 UOL Mundo Digital
 UOL Jornais
 UOL Revistas
 UOL Rádios e TVs




Entenda o que está sob investigação
25/06/2002 - 15h57


da Redação
em São Paulo

As denúncias investigadas pelo E-News envolvem as chamadas contas 368 que o Opportunity Fund opera nas Ilhas Cayman (paraíso fiscal do Caribe), onde, supostamente, haveria "lavagem de dinheiro", segundo suspeita o procurador da República no Distrito Federal Luiz Francisco de Souza.

O que é o Opportunity Fund

O Opportunity Fund é um fundo que investe principalmente em ativos brasileiros (como ações e renda fixa), mas está registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o órgão regulador dos fundos, como "investidor institucional estrangeiro".

Esse registro permite que o fundo não pague impostos, mas o proíbe de vender quotas a brasileiros residentes no Brasil.

O empresário Daniel Dantas controla o Opportunity. Sua irmã, Verônica Dantas, que também é diretora do Opportunity, apareceu num processo em Cayman como suspeita de movimentar contas de brasileiros nas Ilhas Cayman sem a autorização por escrito dos investidores. É a partir dessa suspeita que surge a hipótese de o fundo ser abrigo de "lavagem de dinheiro".

O que são as contas 368

As contas 368 são as contas supostamente manipuladas por Verônica Dantas. Segundo testemunhas ouvidas no processo nas Ilhas Cayman, o nome vem da numeração final das contas ("368"), que seria um código de Verônica Dantas para saber que contas poderia movimentar, independente da autorização dos titulares.

Sete contas do fundo que se iniciam com a numeração 100 e terminam com a numeração 368 estão citadas em um inquérito aberto pela CVM em agosto do ano passado.

Essas contas estariam em nome de diversos investidores (entre 30 e 50 investidores, estima-se). O Procurador Luiz Francisco de Souza solicitou a lista com o nome dos investidores à CVM (já existiria uma lista com cerca de 200 nomes).

Uma delegação da CVM foi a Cayman em abril passado e também pediu assistência à Monetary Authority (Autoridade Monetária) para investigar "lavagem de dinheiro" e teria obtido a lista dos investidores sob a condição de manter "sigilo sobre os nomes". Aliás, as autoridades de Cayman já ofereceram ao governo brasileiro acesso irrestrito à lista, desde que isso derive de "suspeita de corrupção ou narcotráfico".

Numa entrevista a Paulo Henrique Amorim, no programa "Roda Viva", da TV Cultura, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que entregaria ao Ministério Publico a lista assim que o governo a tivesse.

A CVM, porém, ainda não entregou lista nenhuma ao Ministério Público.

Um alto funcionário da CVM disse à editora do UOL News em Brasília, Dolores Mendes, que "ninguém nesta República terá acesso" à lista.

Justiça

Em sentença proferida no mês de maio pela Justiça das Ilhas Cayman - segundo reportagem de Bob Fernandes, na Carta Capital -, numa ação contra o empresário Luis Roberto Demarco, o juiz Kellock acusa o Opportunity de "fraude, mentira, fabricação de provas e afronta à Corte". O Opportunity perdeu a ação, o que deu a Demarco o direito de manter sob sua posse o US$ 1 milhão de luvas que recebeu do banco - US$ 500 mil deles aplicados em uma conta no Opportunity Fund em Cayman.

A mais alta Corte da Justiça britânica já deu a Demarco o direito de pedir a dissolução do fundo. O que, se acontecer, teria um impacto profundo sobre a saúde financeira das empresas de telefonia em que Daniel Dantas investe - o que, teoricamente, deveria ser matéria de interesse da Anatel.

A dissolução do fundo teria impacto também sobre o dinheiro dos acionistas minoritários das empresas em que Daniel Dantas investe _o que, teoricamente deveria ser matéria de interesse da CVM e do Banco Central.

O destino do fundo de Daniel Dantas também interessa a todo funcionário _da ativa ou aposentado_ do Banco do Brasil, já que Daniel Dantas conseguiu que a Previ _o maior fundo de pensão do Brasil_ participasse de vários negócios que lidera.

Daniel Dantas ganhou notoriedade quando se iniciou a privatização no Brasil. Para isso, Dantas conseguiu dinheiro dos fundos de pensão, como a Previ. E dinheiro do Citibank, que, aqui, como na Argentina, participou da privatização atrávés de um administrador de fundos do próprio país. Daniel Dantas se aproximou de Ricardo Sérgio de Oliveira na operação de atrair recursos de fundos estatais. Dois ministros do governo Fernando Henrique _Paulo Renato de Souza e Luiz Carlos Mendonça de Barros_ numa reportagem da revista "Veja" (leia a reportagem), acusaram Ricardo Sérgio de Oliveira de pedir R$ 15 milhões em propina do empresario Benjamin Steinbruch, na privatização da Vale. Também o então senador Antonio Carlos Magalhãaes acusou Ricardo Sérgio de Oliveira de ter cobrado R$ 90 milhões do empresário Carlos Jereissati, na privatização da Telebrás. Nos dois casos, tratava-se de levar do dinheiro da Previ para a empresa que consumou a privatização.



© Copyright 1996-2002 UOL - Todos os direitos reservados
14h02 Dólar cai 2,31%, vendido por R$ 3,629
13h32 Dólar reage a sinais positivos de governo eleito, diz analista Luiz Rabi
12h42 Lula se reúne com Palocci, Mercadante e assessores para definir equipe de transição
12h31 PFL adota discurso conciliador em relação a Lula, mas se mantém na oposição
12h30 SBT ganha ação na Justiça contra roteiristas da Globo
12h28 Brasil tem superávit recorde em setembro e cumpre meta do FMI
12h14 Dólar cai 2,15%, vendido por R$ 3,635; Bovespa sobe
11h31 PFL adota discurso conciliador em relação a Lula, mas se mantém na oposição
11h10 Dólar cai 2,39%, vendido por R$ 3,626
10h47 SBT ganha ação na Justiça contra roteiristas da Globo