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Para oposição, governo joga ajuste nas costas de trabalhadores

da Redação 28/10/98 17h31
em São Paulo

Líderes oposicionistas da Câmara dos Deputados se articulam para descartar medidas do pacote fiscal apresentado pelo governo nesta quarta. Há um consenso de que o governo está jogando nas costas da classe trabalhadora, principalmente do servidor público, o custo desse ajuste, segundo informou a Rádio CBN. Miro Teixeira, do PDT do Rio, disse que o pacote não é para resolver o problema do país, mas o problema de caixa do governo.

O líder do PSDB, o deputado Aécio Neves, repetiu durante toda esta quarta-feira, que as medidas que o governo apresentou são aquelas possíveis, e que se a oposição tiver outras alternativas, estão livres para apresentá-las. Se forem viáveis, o governo está pronto a acatar.

Quarta-feira que vem, a câmara começa a discussão da agenda de votação. Não se sabe ainda como o pacote chegará ao congresso nacional. É preciso saber o que vem como projeto de lei, como medida provisória e como proposta de emenda constitucional. Líderes do governo ainda não tem uma noção de quais serão os macanismos viáveis para se tentar a aprovação das medidas. Na terça-feira, o mministro da Fazenda, Pedro Malan, irá à Câmara dos Deputados para explicar detalhes do Programa de Estabilização Fiscal.

De qualquer forma, líderes oposicionistas acham muito difícil que o governo consiga aprovar pontos como a contribuição previdenciária para servidores inativos. Geddel Vieira Lima, do PMDB, disse que o congresso já rejeitou essa cobrança no passado. Segundo o deputado, o aumento da contribuição do FEF (Fundo de Estabilização Fiscal), de 20% para 40%, deve encontrar muita resistência. "Há muitos prefeitos em todo o país, que já estão esperneando contra a medida." Na terça-feira, enquanto o ministro Malan tentará explicar o pacote aos congressistas, centenas de prefeitos estarão fazendo uma marcha em frente ao congresso, contra o FEF.


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