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Garotinho já começa a tratar da segurança do Rio

AJB 27/10/98 22h20
do Rio de Janeiro

A equipe de transição do governador eleito do Rio, Anthony Garotinho (PDT), começa a trabalhar oficialmente, quarta-feira, às 16h30, na sede da Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro. A segurança pública, bandeira de campanha do pedetista, será o alvo dos primeiros estudos. Garotinho anunciou nesta terça os nomes dos seis representantes de seu futuro governo para a área de segurança pública e que, provavelmente, estarão nos quadros definitivos de seu governo. O porta-voz da Firjan junto ao governo de transição será o economista Augusto Franco Alencar, 37 anos, diretor-técnico da federação desde 1995.

Os cientistas políticos Luis Eduardo Soares e Bárbara Soares, o general da reserva José Siqueira da Silva, o antropólogo Rubem César Fernandes, o delegado Carlos Alberto d’Oliveira e
o coronel Sérgio Cruz foram designados para criar projetos de viabilidade do programa de segurança pública de Garotinho.

Luiz Eduardo, um dos organizadores do livro de Garotinho sobre violência e criminalidade no estado, vai desenvolver projetos que transmitam os "espíritos de inteligência e coordenação" às polícias. Na prática, a proposta do cientista é o aperfeiçoamento de projetos e propostas realizadas durante o governo de Marcello Alencar, como os cursos de formação de direitos humanos na PM, a publicação e pesquisa sobre policiamento comunitário, propostas de reforma curricular e a experiência de integração entre a Polícia Civil e as universidades.

Luíz Eduardo admite que a proposta de Garotinho de unificar as polícias será uma tarefa difícil. "Vamos tentar fazer com que toda a política de segurança pública seja baseada na
conjunção de respeito dos direitos humanos e eficiência", explicou o cientista que vai propor também o aparelhamento das delegacias e um trabalho de investigação na polícia técnica. Já Bárbara Soares ficará responsável pela segurança da mulher. A idéia da cientista é aumentar o número de delegacias especializadas e "instituir o espírito de valorização do profissional", através da especialização do pessoal da área.

Nome certo para a Secretaria de Segurança Pública, o general da reserva José Siqueira Silva pretende iniciar as reformas nas delegacias com um pedido de ajuda aos empresários. Na equipe de transição, o general será o responsável pelas propostas de viabilidade para a unificação das polícias Civil e Militar.

O antropólogo e coordenador do Movimento Viva Rio, Rubem César Fernandes foi designado por Garotinho para garantir um ambiente de segurança no estado através da parceria com a sociedade civil. Rubem César vai propor a prática intensa do policiamento comunitário para aumentar, por exemplo, a arrecadação do Rio com o turismo. "Um policiamento ostensivo e comunitário em áreas turísticas poderá atrair mais recursos para o estado e acalmar a população". Para
resolver o problema da criminalidade nas favelas, o antropólogo pretende instituir uma parceria entre igrejas e associações comunitárias e representantes da polícia. Além disso, Rubem César vai propor o fim da violência nos estádios de futebol através de conversas com clubes e torcidas organizadas.

O coronel Sérgio da Cruz, comandante do Estado Maior da PM, ficará com a missão de reduzir os altos índices de criminalidade no estado através da valorização da classe policial. Para a polícia civil, Garotinho escolheu o delegado Carlos Alberto d’Oliveira.



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