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A psicóloga Rosely Sayão esclarece nesta seção dúvidas de adolescentes sobre sexo.
"Rosely: tenho 18 anos, minha namorada 24, estou acostumado a me envolver com mulheres mais maduras e meus relacionamentos anteriores envolviam sexo. Minha namorada foi estuprada, não sei quando nem como; foi antes de eu conhecê-la, e imagino que tenha sido quando ela era bem nova. Eu realmente gosto dela e acho que o que aconteceu não impede nossa felicidade. O que eu queria saber é como tratar o assunto, como agir. Ela sente muito tesão por mim, isso é fácil de perceber, só que ela fica com medo de que eu a machuque, de que eu desista dela depois de transarmos. Eu não sei como tudo aconteceu pois ela reluta muito em falar sobre o assunto. Eu acho importante saber ao menos algumas poucas coisas, para saber o que a faria lembrar ou não do acontecido. Gosto muito dela, de verdade, e quero ser um namorado completo: fazê-la feliz, e também realizá-la sexualmente, mas me sinto despreparado para lidar com a situação. Será que você poderia iluminar minhas idéias? Sinto que isso a machuca e a deixa insegura; de vez em quando ela diz que vou me cansar de esperar o dia em que ela se sentirá segura para fazer amor comigo. Ela gosta muito de mim mas não quer se machucar, nem me decepcionar."
Resposta da psicóloga Rosely Sayão:

Meu amigo, você pode imaginar o que seja uma garota, de qualquer idade, ser estuprada, não importa quando nem como? Não, por mais que alguém tente imaginar, creio que não dá para chegar perto do que ela pode ter sentido quando isso aconteceu, nem depois. E não é escolha dela, certamente, ficar sempre se lembrando daquilo.

Você já deve ter percebido que alguns pensamentos e sentimentos, quando resolvem se alojar na cabeça de uma pessoa, se comportam como se fossem donos do pedaço: ficam lá sem autorização, não aceitam bilhete azul, aparecem e se recolhem quando bem entendem. Dá trabalho lidar com isso! Agora tente imaginar quando um pensamento desses tem relação com uma lembrança de violência sexual. É dose!

Já deu para você perceber que paciência, carinho e compreensão são elementos fundamentais na sua relação com ela, não deu?

O mais importante você já tem: vontade de compreender e de apoiar; outra coisa fundamental é o fato de você não ter permitido que seu sentimento por ela sofresse mudanças por conta do ocorrido. Isso é sinal de maturidade! :)

Agora é tentar, cada vez mais, tornar-se íntimo dela. Não, não estou falando da intimidade sexual: isso pode vir em conseqüência dessa outra, que é a de ir se mostrando a ela cada dia um pouco mais, e esperando que ela faça o mesmo. Sem pressa, mas com convicção. Sem pressão, mas com disponibilidade.

E deixe sua namorada saber que você quer, sim, fazer sexo com ela, mas que o relacionamento de vocês não depende disso, que o seu amor por ela não vai acabar caso ela demore pra conseguir se entregar ao que também sente.

Talvez você possa dar uma força para que ela procure um psicólogo para conversar. No caso dela, certamente isso poderia ser de grande ajuda.

Em frente!

18/01/01

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(15/01/2001) "Meu corpo pediu, mas na hora H a cabeça agiu"

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