Resposta da psicóloga Rosely Sayão: Meu amigo, você pode imaginar o que seja uma garota, de qualquer idade, ser estuprada, não importa quando nem como? Não, por mais que alguém tente imaginar, creio que não dá para chegar perto do que ela pode ter sentido quando isso aconteceu, nem depois. E não é escolha dela, certamente, ficar sempre se lembrando daquilo.
Você já deve ter percebido que alguns pensamentos e sentimentos, quando resolvem se alojar na cabeça de uma pessoa, se comportam como se fossem donos do pedaço: ficam lá sem autorização, não aceitam bilhete azul, aparecem e se recolhem quando bem entendem. Dá trabalho lidar com isso! Agora tente imaginar quando um pensamento desses tem relação com uma lembrança de violência sexual. É dose!
Já deu para você perceber que paciência, carinho e compreensão são elementos fundamentais na sua relação com ela, não deu?
O mais importante você já tem: vontade de compreender e de apoiar; outra coisa fundamental é o fato de você não ter permitido que seu sentimento por ela sofresse mudanças por conta do ocorrido. Isso é sinal de maturidade! :)
Agora é tentar, cada vez mais, tornar-se íntimo dela. Não, não estou falando da intimidade sexual: isso pode vir em conseqüência dessa outra, que é a de ir se mostrando a ela cada dia um pouco mais, e esperando que ela faça o mesmo. Sem pressa, mas com convicção. Sem pressão, mas com disponibilidade.
E deixe sua namorada saber que você quer, sim, fazer sexo com ela, mas que o relacionamento de vocês não depende disso, que o seu amor por ela não vai acabar caso ela demore pra conseguir se entregar ao que também sente.
Talvez você possa dar uma força para que ela procure um psicólogo para conversar. No caso dela, certamente isso poderia ser de grande ajuda.
Em frente!
18/01/01
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