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26/11/2002 - 02h56

Felicidade para gregos e troianos

HELOÍSA HELVÉCIA
free-lance para a Folha de S.Paulo

BUDISTAS - Viver é sofrer. Estamos presos à lei de causa e e efeito. Para alcançar felicidade, é preciso renunciar ao ego e à ânsia pelas coisas deste mundo.

CÉTICOS - Considerando que tudo é tudo e nada é nada e que a certeza é impossível, o mais sensato é superar os conflitos de opinião e suspender o juízo sobre as coisas.

CRISTÃOS - A felicidade está no passado ou no futuro, nunca no presente. Sem a fé, a razão não leva ao caminho da bem-aventurança.

EPICURISTAS - Quer ser feliz? Comece arquivando a angústia da morte, porque tudo é matéria e sensação e, quando você morre, não há mais matéria nem sensação, então para que se preocupar?

ESTOICISTAS - Para chegar à "ataraxia", estado máximo de sabedoria caracterizado pela ausência de perturbações, é só anular todas as paixões e fortalecer a vontade.

FREUDIANOS - O princípio do prazer nos impele a ser feliz, mas a sociedade bloqueia. Então, vamos adequar nossos impulsos sexuais à vida civilizada e fingir que felicidade é possível.

HEDONISTAS - Felicidade não requer esforço nem renúncia, muito pelo contrário. O fundamento da vida moral é o prazer.

LIBERAIS - A auto-realização humana se resolve na perfeita economia de mercado. Cada um deve buscar a satisfação de todos os seus apetites e, dessa forma, estará automaticamente, em busca da felicidade dos demais.

Leia mais:
- Felicidade - modos de usar
- Felicidade em quatro tempos
- Filosofia e felicidade ao alcance do leitor
- Leia prólogo do livro "Felicidade"

     

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