Reuters
04/12/2002 - 19h59

Powell pedirá a Bush mais ajuda para a Colômbia

da Reuters, em Bogotá

Animado pelos sinais de que a Colômbia está fazendo progresso na erradicação de plantações de folhas de coca (matéria-prima da cocaína), o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, recomendará ao governo do Estados Unidos repassar mais ajuda ao país, disse hoje uma autoridade.

Reuters - 5.jun.2002
Colin Powell, secretário de Estado dos EUA
A embaixadora dos Estados Unidos em Bogotá, Anne Patterson, disse que Powell vai recomendar ao governo de George W. Bush mais ajuda à Colômbia no próximo ano fiscal, que começa em outubro de 2003. Powell encontrou-se com o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, em Bogotá.

"Ele disse que pedirá mais [ajuda]", disse ela. "Estamos procurando meios, e isso é o que o secretário disse hoje, para dar mais apoio a Uribe em uma ampla gama de temas -inteligência, manutenção, helicópteros e outros", disse a embaixadora.

Os Estados Unidos deram quase US$2 bilhões em ajuda militar para a Colômbia nos últimos anos. A maior parte do dinheiro foi usada na ofensiva contra a produção de cocaína, destruição de plantações e medidas para impedir o repasse de dinheiro das drogas para grupos armados ilegais.

Washington tem aprovado as medidas de Uribe, conservador que assumiu o governo em agosto, para acabar com plantações de coca. Uribe, que está aumentando os gastos com defesa, sofre críticas de grupos de direitos humanos pelas medidas contra rebeldes marxistas e paramilitares de direita, mas sua popularidade subiu.

Depois do encontro com Uribe em seu palácio presidencial, Powell visitou uma base policial de operações contra drogas, em Bogotá.

"Estou muito impressionado com o que vi, e volto com reforço em meu compromisso para fazer tudo o que pudermos pela Colômbia e para apoiar o Plano Colômbia [estratégia de Bogotá para combater o narcotráfico]", disse Powell a repórteres.

A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína e os Estados Unidos são o maior consumidor.

O governo Bush pediu ao Congresso mais US$ 430 milhões para a guerra da Colômbia contra as drogas em 2003, além de US$ 98 milhões para ajudar na proteção de um oleoduto.

A Colômbia é o terceiro maior receptor de ajuda dos EUA no mundo, depois de Israel e Egito.

Em sua primeira viagem à América do Sul desde os ataques de 11 de setembro de 2001, Powell demonstrou apoio a um líder que tornou-se um dos melhores amigos na região, no momento em que a esquerda adquire mais poder no Brasil e na Venezuela.

Vôos antidrogas
Esperava-se que Powell anunciasse a retomada dos vôos de vigilância para ajudar a Colômbia a interceptar aviões do narcotráfico.

Uribe reclamou publicamente dos atrasos da retomada do programa, suspenso no ano passado depois que a Força Aérea do Peru derrubou por acidente um avião com um missionário norte-americano, sua esposa e o bebê do casal.

Uribe, advogado praticante de yoga, já recebeu apoio importante dos EUA, incluindo um pacote multilateral de US$9,8 bilhões em empréstimos.

Mas a Colômbia deseja progresso no acordo bilateral de comércio com os EUA. Também quer ajuda de Washington para elevar os preços do café.

Powell foi cauteloso a respeito da reação dos EUA ao cessar-fogo declarado pelo principal grupo paramilitar da Colômbia, as Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), de extrema direita. Os EUA abriram processo contra o líder das AUC, Carlos Castaño, por tráfico de drogas. Mas os paramilitares querem anistia como condição para negociações de paz.

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