Reuters
21/11/2002 - 18h06

Líderes de partido basco são acusados de pertencer ao ETA

da Reuters, em Madri (Espanha)

Um juiz espanhol da Alta Corte da Espanha acusou hoje o comitê nacional do partido nacionalista basco Batasuna de fazer parte do ETA (Pátria Basca e Liberdade, grupo armado que luta pela independência da região basca), disseram fontes judiciais.

O juiz Baltasar Garzon, que faz campanha contra o ETA e o Batasuna, afirmou que 22 membros da quadro diretivo do partido "formam parte da rede de tomadas de decisões da organização [ETA], com total conhecimento e participação em seus objetivos criminosos".

Em agosto, Garzon ordenou a suspensão do Batasuna por pelo menos três anos por suposto apoio e financiamento do ETA, que matou 837 pessoas em 34 anos de campanha pela independência do País Basco, localizado no norte da Espanha e no sudoeste da França.

O Batasuna, que teve 10% dos votos nas eleições bascas do ano passado, compartilha do desejo do ETA de um Estado basco e se recusa a condenar os ataques do grupo.

Mas o partido nega ser o braço político do ETA, grupo guerrilheiro mais ativo da Europa Ocidental.

Escritórios do partido foram fechados e as manifestações de seus simpatizantes, proibidas. Mas os legisladores do Batasuna continuam no Parlamento Basco, e o partido tem dois vereadores na região.

Entre os líderes nomeados por Garzon estão Arnaldo Otegi, ex-membro do ETA que cumpriu pena de prisão por sequestro, e o legislador regional basco Antonio Urrutikoetxea, que usa o nome Josu Ternera.

Ternera é procurado pela polícia e tem uma ordem de prisão internacional decretada por não ter comparecido na Suprema Corte para responder por sua suposta participação em um ataque do ETA em 1987 contra uma sede da polícia. Onze pessoas morreram no ataque, incluindo cinco crianças.

Garzon, que investiga grupos políticos e sociais ao redor do ETA desde 1989, prendeu o ex-dirigente nacional do Batasuna, Herri Batasuna, em 1997. A decisão foi suspensa meses depois pela Suprema Corte por falta de provas.

A Suprema Corte da Espanha está estudando uma petição do parlamento espanhol para colocar o Batasuna na ilegalidade de forma permanente, de acordo com uma polêmica lei aprovada neste ano que proíbe a atuação de partidos que se recusam a condenar o terrorismo.

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