Reuters
19/11/2002 - 20h26

Colômbia reclama de "atitude passiva" da América Latina

da Reuters, em Santiago (Chile)

A Colômbia pediu hoje mais apoio dos países latino-americanos para combater o tráfico de drogas e grupos guerrilheiros e paramilitares, que lançaram o país em uma guerra interna que pode se estender aos seus vizinhos.

A ministra da Defesa da Colômbia, Marta Ramírez, que assiste no Chile a uma reunião com seus pares da região, disse que, à exceção dos EUA, os países do continente vêm tendo uma atitude "muito passiva" diante do conflito de quase quatro décadas.

"O problema da Colômbia não é apenas o problema da Colômbia. É o problema do hemisfério inteiro e deriva de toda a indústria transnacional do narcotráfico", disse Ramírez a jornalistas após a inauguração da 5ª Conferência de Ministros de Defesa das Américas.

"Combater estes problemas requer uma ação muito mais comprometida, muito mais solidária da região como um todo e necessitamos que os países do hemisfério combatam junto com a Colômbia", acrescentou.

A Colômbia, considerada o maior produtor de cocaína do mundo, é devastada pelo mais extenso conflito armado do hemisfério, alimentado pelo tráfico de drogas, em que combatem guerrilhas de esquerda, esquadrões paramilitares de ultra-direita e forças de segurança do Estado.

Ameaça
"É o narcotráfico que vem financiando os grupos guerrilheiros, os grupos de autodefesa [paramilitares] na Colômbia, e estes grupos estão ameaçando a democracia em nosso país", disse Ramírez.

"Queremos chamar a atenção de que esta ameaça (...) pode também chegar a outros países da região".

O conflito na Colômbia causa cerca de 3.500 mortes por ano, a maioria de civis. Tanto os guerrilheiros como os paramilitares são considerados pelos Estados Unidos grupos "terroristas", e vários de seus líderes estão com pedidos de extradição decretados em Washington.

Como os EUA
"Estamos tendo uma excelente cooperação com os Estados Unidos, que entendeu a complexidade da situação da Colômbia, e esperamos que o mesmo compromisso, a mesma atitude decidida... tenham os outros países do hemisfério", enfatizou a ministra.

Os Estados Unidos colaboram com uma ajuda de US$1,5 bilhão, especialmente militar, ao chamado Plano Colômbia, uma estratégia de combate antidrogas.

Embora o presidente colombiano, Álvaro Uribe, tenha dito que é necessário criar uma força sul-americana de combate ao narcotráfico, a ministra da Defesa foi mais cautelosa e disse que a ajuda deve ser expressa em intervenções militares de outras nações em seu país.

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