Reuters
13/11/2002 - 23h35

EUA acusam formalmente líderes guerrilheiros da Colômbia

da Reuters, em Washington

O o secretário da Justiça dos Estados Unidos, John Ashcroft, anunciou hoje que seu governo acusou formalmente dirigentes guerrilheiros colombianos por sequestro e narcotráfico.

"Em três ações separadas, os líderes das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) são acusados de tomada de reféns e tráfico de drogas, com objetivo de obter dinheiro e armas para atividades terroristas", disse Ashcroft em entrevista coletiva.

As acusações foram apresentadas em uma corte do distrito de Washington, e duas delas foram anunciadas hoje.

Ashcroft disse que Jorge Briceño Suárez -o principal comandante militar das Farc e conhecido como "El Mono Jojoy"- foi indiciado em duas acusações distintas.

O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que prometeu combater com firmeza os grupos guerrilheiros de esquerda e os esquadrões paramilitares de direita, deu boas-vindas ao processo judicial contra os líderes das Farc, a guerrilha mais antiga e numerosa do continente.

"A Colômbia é um Estado de direito, um Estado de leis. Aqui simplesmente cumprimos a Constituição e as leis. Nós somente podemos compreender isto [o processo contra líderes das Farc] como o cumprimento da lei", declarou Uribe no porto colombiano de Santa Marta, onde se reuniu hoje com seu par venezuelano, Hugo Chávez.

O comandante das Forças Armadas da Colômbia, general Jorge Enrique Mora, expressou esperança de que "levem para lá [para a prisão nos EUA] todos esses bandidos que têm provocado tantos danos ao país e aos colombianos".

Outras acusações
Em setembro, os Estados Unidos também indiciaram um dos principais inimigos das Farc, o líder paramilitar Carlos Castaño, sob acusações de narcotráfico.

Na primeira acusação, Briceño foi incluído em uma lista com outras seis pessoas, entre elas Tomás "O Negro Acacio" Molina, que foram acusadas em março de conspiração para exportar cocaína aos EUA.

A ação afirma que Briceño exerceu controle pessoal sobre importantes transações de drogas, negociou um acordo de armas por drogas e recebeu grandes quantidades de dinheiro de Molina em troca de cocaína.

No segundo caso, Briceño, Molina -comandante da 16ª frente das Farc- e um homem apenas conhecido como "El Loco", foram acusados de conspirar em 1997 para sequestrar dois norte-americanos e matar dois colombianos. Caso sejam declarados culpados desta acusação, ambos podem ser sentenciados à pena de morte.

De acordo com a acusação, os três sequestraram os norte-americanos Jerel Shaffer e Earl Goen, que trabalhavam na Venezuela. Os rebeldes também são acusados de assassinar dois colombianos enquanto transportavam Shaffer pela selva do país, onde ele permaneceu refém por nove meses até ser pago um resgate de um milhão de dólares.

Uma terceira acusação, que também foi divulgada hoje, implica o comandante guerrilheiro Henry Castellanos Garzón, conhecido como "Comandante Romana", no sequestro de quatro norte-americanos, que permaneceram reféns durante um mês em 1998.

"O Departamento de Estado [dos EUA] considera as Farc a organização terrorista internacional mais perigosa do hemisfério ocidental, e nossas acusações os apresenta como terroristas, narcotraficantes, sequestradores e assassinos", disse Ashcroft.

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