Reuters
10/11/2002 - 10h43

Iraque estuda resposta à ONU, enquanto EUA planejam guerra

da Reuters, em Bagdá (Iraque) e Washington (EUA)

Enquanto o Iraque passou o final de semana pensando numa resposta ao chamado de desarmamento determinado anteontem pela resolução da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente norte-americano, George W. Bush, aprovou os planos de guerra para um ataque inicial ao país asiático caso o governo de Saddam Hussein não cumpra a determinação.

O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Naji Sabri, disse ontem que Bagdá continua estudando a decisão do Conselho de Segurança da ONU de anteontem.

A resolução determina que o país libere a entrada de inspetores de armas no país, com acesso ilimitado a todo e qualquer local suspeito de produzir armas químicas, biológicas ou nucleares. Caso contrário, o Iraque enfrentará sérias consequências.

"O Iraque não tomou uma decisão e o país estuda a resolução", afirmou Sabri a repórteres numa entrevista logo após encontro de ministros das Relações Exteriores dos países da Liga Árabe, no Cairo.

O chanceler egípcio, Ahmed Maher, declarou que Bagdá tem se mostrado aberto mais uma vez para negociar o retorno dos inspetores de armas da ONU ao país após quatro anos.

Washington
Enquanto isso, em Washington, fontes do governo afirmam que Bush aprovou um plano para invadir partes do Iraque e estabelecer, assim, as bases para o envio de 200 mil homens ou mais tropas, caso o Iraque não cumpra a resolução das Nações Unidas.

As fontes, que pediram para não serem identificadas, deixaram claro que o plano era flexível, mas que Bush aceitou, nas últimas semanas, conselhos do general Tommy Franks, do Exército americano, que tropas pequenas não conseguiriam capturar e manter o Iraque sob controle, caso a invasão se torne realmente necessária.

Afirmando que qualquer ataque é improvável até o início do próximo ano, a não ser que o Iraque se recuse a cumprir a resolução da ONU, as fontes americanas afirmaram que uma opção seria que o ataque por terra começasse com um número de soldados menor, enquanto bombardeiros norte-americanos atacassem os palácios do presidente Saddam Hussein, defesas aéreas e bases militares.

França
A França, que com a Rússia, ajudou a diminuir os ímpetos do primeiro rascunho que os Estados Unidos apresentaram da resolução, afirmou ontem que não se oporia, em princípio, ao uso da força caso o Iraque não observe a determinação da ONU para o desarmamento.

O chefe dos inspetores de armas da ONU, Hans Blix, deve ir ao Chipre na próxima semana, onde sua equipe terá uma base antes de se deslocar para o Iraque, segundo afirmam fontes do governo cipriota.

Está previsto que uma equipe avançada de cerca de uma dúzia de inspetores se dirija a Bagdá por volta de 25 de novembro para fazer inspeções pontuais.

Entre 80 e 100 inspetores devem completar o trabalho por volta de 23 de dezembro.

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