Reuters
05/11/2002 - 09h06

Eleitores dos EUA vão às urnas para decidir poder no Congresso

da Reuters, em Washington

Os norte-americanos vão às urnas hoje para decidir uma acirrada disputa pelo controle do Congresso. Todas as 435 vagas na Câmara, 34 das cem cadeiras do Senado e 36 governos estaduais estão em jogo. Atualmente, o presidente George W. Bush tem maioria de seis deputados na Câmara, mas perde por um voto no Senado.

A campanha quebrou todos os recordes de gastos, mas não deve resultar em grandes mudanças. O controle do Congresso deve ser definido em menos de dez disputas no Senado e em algumas poucas dezenas de distritos na eleição para deputado.

Se aumentar sua vantagem na Câmara, Bush será o terceiro presidente em um século a realizar esse feito no meio do mandato -a legislatura dos deputados dura só dois anos. Foi o que aconteceu com Franklin Roosevelt em 1934 e com Bill Clinton em 1998.

Após passar por quatro Estados, Bush chegou ontem à noite a sua fazenda do Texas. "Encontre bons texanos e leve-os para votar", disse ele num comício em Dallas. As pesquisas mostram que no Texas está diminuindo a vantagem do republicano John Cornyn sobre o ex-prefeito democrata Ron Kirk na disputa pelo Senado.

Bush vai votar e depois deve viajar em seguida a Washington, onde acompanhará os resultados.

Também os democratas não pouparam munição na busca pelos últimos votos. O ex-presidente Bill Clinton, seu vice, Al Gore, e os líderes na Câmara, Richard Gephardt, e no Senado, Tom Daschle, percorreram o país.

Para desilusão dos democratas, as pesquisas apontam que o mau desempenho da economia não está atingindo os republicanos, que devem manter a vantagem na Câmara. A principal batalha fica mesmo com o Senado. Com várias disputas muito acirradas e a possibilidade de recursos e recontagens, o resultado pode levar vários dias ou semanas.

Lousiana
O cenário pode ficar ainda mais incerto se nenhum dos candidatos conseguir a maioria absoluta em Louisiana, provocando um segundo turno em 7 de dezembro. O controle do Senado pode depender dessa vaga.

Os republicanos têm dificuldades para se reeleger no Colorado e no Arkansas, enquanto os democratas vivem essa situação em Missouri, Dakota do Sul e Geórgia. Em New Hampshire, Carolina do Norte e no Texas, as pesquisas mostram um avanço democrata nas últimas semanas, e em Minnesota há resultados divergentes.

Uma das maiores atrações da campanha é a disputa pelo Senado em Minnesota, onde o ex-vice-presidente e ex-candidato à Casa Branca Walter Mondale, 74, virou candidato a cinco dias das eleições, após a morte do senador Paul Wellstone, em um acidente aéreo. Ontem, Mondale e o desafiante Norm Coleman fizeram pela TV um debate com repercussão nacional.

Além dos debates, houve uma avalanche de anúncios publicitários tentando conquistar os eleitores de todo o país. Até a sexta-feira (1), esses anúncios já tinham custado aos partidos US$ 900 milhões, mais do que os 771 milhões investidos na corrida à presidência, em 2000.

Nas disputas para os governos estaduais, os democratas esperam conquistar entre três e sete vitórias, ampliando sua base para a campanha presidencial de 2004. Dependendo do resultado da hoje, Bush ficará mais forte para tentar a reeleição, e democratas como Gephardt, Daschle e Gore vão decidir se vale a pena desafiá-lo.



 

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