Reuters
04/11/2002 - 12h28

Justiça do Irã condena invasor da embaixada dos EUA

da Reuters, em Teerã

Exatos 23 anos depois da tomada da embaixada norte-americana em Teerã (capital iraniana), a Justiça do país, dominada pela ala conservadora do poder, condenou à prisão um dos invasores, hoje uma das principais lideranças do movimento reformista da República Islâmica.

A prisão de Abbas Abdi, relacionada aparentemente com as atividades do instituto de pesquisa fundado por ele, são mais um sinal do aumento da tensão entre o governo do presidente Mohammad Khatami, reformista, e o líder religioso, conservador.

Abdi liderou recentemente os pedidos para que Khatami renunciasse caso, como se previa, os conservadores bloqueassem dois projetos de lei apresentados pelo presidente moderado para aumentar seus poderes.



A condenação de Abdi, divulgada pela agência de notícias Irna, aconteceu enquanto milhares de pessoas queimavam bandeiras britânicas e norte-americanas e gritavam "morte à América" na frente do prédio onde funcionava a Embaixada dos EUA em Teerã. A manifestação celebrava a tomada da embaixada por estudantes radicais, entre os quais Abdi.

Os estudantes mantiveram 52 norte-americanos reféns por 444 dias, levando o então presidente dos EUA, Jimmy Carter, a congelar os bens do Irã e a cortar os laços diplomáticos com o governo do país.

Abdi, como muitos dos invasores, é hoje um defensor da implementação de reformas no sistema político do Irã, onde órgãos ocupados pelos conservadores controlam o Judiciário, as Forças Armadas e os meios de comunicação.

A prisão de Abdi parece ter relação com o fechamento, na semana passada, do instituto de pesquisas Ayandeh, fundado por ele. Jornais conservadores disseram que o Ayandeh havia sido acusado de receber dinheiro de organizações com sede nos EUA para realizar pesquisas no Irã.

 

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