Reuters
04/11/2002 - 08h18

Terremotos voltam a atingir sul da Itália

da Reuters, em San Giuliano di Puglia (Itália)

Três novos terremotos moderados atingiram o sul da Itália na manhã de hoje, horas depois que famílias enlutadas enterraram as 26 crianças mortas na semana passada em uma escola que sucumbiu a um outro terremoto. Uma professora também morreu e duas idosas morreram de suas casas.

Os terremotos secundários variaram de intensidades entre 3,5 graus e 4,2 graus na escala Richter e foram sentidos no coração da região de Molise, onde cerca de 5.500 pessoas ficaram desabrigadas após o tremor da semana passada, o maior a abater a Itália em cinco anos.



Não há informações de que os novos terremotos tenham provocado danos ou causado vítimas.

Na quinta-feira (31), um tremor de 5,4 graus destruiu uma escola em San Giuliano di Puglia, matando 26 crianças de seis e sete anos da pequena cidade agrícola.

Familiares e amigos dos mortos reuniram-se ontem ao redor de caixões brancos durante o enterro conjunto.

Uma solitária boneca Barbie enfeitava um ataúde, enquanto ursinhos de pelúcia colocados entre coroas de flores guardavam os outros caixões.

Gritos desesperados de pais e parentes retumbavam no ginásio de esportes do vilarejo, que serviu primeiro como necrotério improvisado e agora é cenário do funeral.

"Valentini, Valentini", gemia uma mãe, enquanto outra abraçava o caixão de seu filho, chorando também de forma descontrolada.

Furgões que chegavam ao ginásio descarregavam centenas de flores vindas de toda a Itália e mesmo de lugares distantes como a Austrália, criando um jardim branco, amarelo e cor-de-rosa.

Todas as crianças de seis anos de uma classe da pré-escola morreram quando o terremoto derrubou o teto do prédio em questão de segundos.

A agência de notícias Ansa disse ontem que outro professor, resgatado entre os escombros da pré-escola, estava em estado crítico no hospital.

Helicópteros sobrevoavam a região e cerca de 200 policiais vigiavam a área antes da cerimônia, que contou com a presença do presidente italiano, Carlo Azeglio Ciampi, e do ministro do Interior, Giuseppe Pisanu.

Para o prefeito do vilarejo, Antonio Borrelli, o sofrimento é pessoal e público, já que ele chora também a morte de sua própria filha.

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