Reuters
27/10/2002 - 14h01

Gás tóxico lançado pela polícia russa matou 116 reféns em Moscou

da Reuters, en Moscou

O gás tóxico lançado no teatro de Moscou para imobilizar guerrilheiros tchetchenos foi o responsável pela morte de 116 reféns, disse hoje Andrei Seltisovsky, presidente do comitê da saúde de Moscou.

Rebeldes tchetchenos mantiveram, entre quarta-feira (23) e ontem, mais de 800 reféns dentro de um teatro de Moscou, ameaçando matá-los e explodir o prédio se a polícia invadisse o local. Eles exigiam a retirada das tropas russas da Tchetchênia.

Mas as forças de segurança invadiram o local mesmo assim, e pelo menos 117 reféns morreram. O número de rebeldes mortos não havia sido confirmado, mas podia chegar a 50. Para entrar no local, os policiais de elite primeiro bombearam um gás tóxico para dentro do teatro.

Questionado sobre quantas vítimas haviam morrido sob o efeito do gás, Andrei Seltisovsky, presidente do comitê da saúde de Moscou, respondeu: "Dos 117 mortos, um morreu baleado". Questionado sobre o que matou os outros, ele disse: "Os efeitos da exposição do gás".

De acordo com agências de notícias, autoridades do Ministério da Saúde haviam dito anteriormente que o total de reféns mortos era de 118.

Ainda havia 646 reféns em hospitais, e 150 deles estavam na UTI, disse ele. Desses, 45 estavam em "estado grave".

O gás, cujo agente não havia ainda sido identificado, era tão potente que, segundo imagens dos guerrilheiros mortos, eles não tiveram tempo de detonar os explosivos atados a seus corpos, apesar de os detonadores estarem em suas mãos.

Um especialista em segurança, Michal Yardley, disse em Londres acreditar que o gás usado tenha sido o BZ, que é incolor e inodoro e tem efeitos alucinógenos. Esse gás foi usado pelos Estados Unidos no Vietnã e provoca sintomas como incapacidade de andar, perda de memória, arritmias cardíacas e enjôo. Yardley disse que, segundo o Exército dos EUA, os efeitos duram 60 horas.


Com agências internacionais

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