Reuters
16/10/2002 - 17h16

Desrespeito aos direitos humanos na Colômbia alarma Anistia

da Reuters, em Madri

A Anistia Internacional disse hoje que moradores de uma ex-zona desmilitarizada da Colômbia tornaram-se alvo fácil para a violação dos direitos humanos por parte do Exército e das forças paramilitares, desde que as negociações de paz foram suspensas no início do ano.

A região de San Vicente del Caguán está sob o cerco das forças de segurança do governo e dos paramilitares, que acusam os moradores de serem simpatizantes da guerrilha esquerdista, indicando que a população tem sido abandonada pela comunidade internacional.

Segundo ativistas dos direitos humanos, em San Vicente del Caguán, pelo menos 17 pessoas foram assassinadas por razões políticas desde que as negociações de paz foram suspensas entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 20 de fevereiro, disse a Anistia.

Há informações sobre outros 78 assassinatos políticos em uma área próxima, mas que ainda não foram confirmados.

A zona desmilitarizada, do tamanho da Suíça, foi criada pelo governo do ex-presidente Andrés Pastrana para promover as conversações de paz com as Farc.

As tropas do governo entraram na área depois da paralisação das negociações de paz. O conflito já dura 38 anos e deixou 40 mil mortos apenas na última década.

"As comunidades que vivem na zona desmilitarizada nunca foram consultadas sobre sua criação e não têm outra opção senão coexistir com as Farc. Agora, por esta coexistência, estão sendo estigmatizados como simpatizantes da guerrilha e enfrentando graves riscos de sofrer desrespeitos aos direitos humanos", disse a Anistia.

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