Reuters
11/10/2002 - 23h53

Colômbia e Peru assinam acordo de vigilância na fronteira

da Reuters, em Bogotá

Colômbia e Peru assinaram hoje um acordo para intensificar as patrulhas na região selvática de fronteira, em uma tentativa de combater o narcotráfico, o contrabando de armas e evitar a presença de grupos armados ilegais.

O acordo foi assinado pelos ministros da Defesa da Colômbia e Peru, Marta Lucia Ramírez e Aurelio Loret de Mola, respectivamente, ao término de uma reunião de dois dias em Bogotá (capital colombiana).

Os dois países compartilham 1.626 quilômetros de fronteira, demarcada pelo rio Putumayo, em meio à selva amazônica. A região tem forte presença de grupos armados ilegais colombianos, tanto guerrilheiros de esquerda como paramilitares de extrema direita.

"Estes acordos têm uma importância fundamental em um momento em que o desafio de nossos países é um desafio compartilhado. Temos hoje a preocupação com o crescimento que vem tendo a atividade do narcotráfico na fronteira sul da Colômbia", disse Ramírez.

A ministra colombiana afirmou que a presença de grupos armados na fronteira com o Peru está ligada ao narcotráfico.Segundo ela, estes grupos também praticam atividades "terroristas" na região fronteiriça.

O acordo estabelece que as Forças Armadas de ambos países trocarão informações para perseguir e interceptar grupos suspeitos nas águas do rio e em seus espaços aéreos.

"Hoje mais do que nunca nossas Forças Armadas estão a serviço da democracia, da segurança e da paz. Estes documentos que assinamos são muito importantes", disse o ministro da Defesa do Peru, que negou a presença de grupos ilegais colombianos no território do seu país.

"O objetivo é tratar de impedir que isto se desdobre, que isto cresça - e o faremos juntos", disse, referindo-se a atividade de guerrilheiros e paramilitares colombianos.

A Colômbia é considerada o maior produtor mundial de cocaína. Segundo o governo norte-americano, são produzidas no país cerca de 580 toneladas da droga por ano.

Guerrilheiros esquerdistas das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) e grupos paramilitares de direita, reunidos principalmente sob o guarda-chuva da Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), além das forças do governo, se enfrentam em quase 40 anos de guerra civil.

Estes grupos ilegais financiam, em parte, suas atividades com recursos do tráfico de drogas. Somente nos últimos dez anos, estes confrontos deixaram 40 mil mortos na Colômbia.

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