Presidente da Colômbia dá ultimato a Congresso sobre referendo
da Reuters, em Bogotá (Colômbia)O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, deu hoje um ultimato ao Congresso para que aprove um projeto de referendo sobre reformas políticas e advertiu que, se ele não for aprovado até a meia-noite, vai retirá-lo para buscar apoio popular.
A reforma política é o principal projeto do recém-empossado Uribe, que agora fica ameaçada pela resistência do Congresso. Com ela, o presidente quer diminuir a corrupção, o fisiologismo e o desperdício de verbas.
"Hoje é o dia para resolver, para saber onde estamos", disse o ministro do Interior, Fernando Lodoño, emissário do ultimato. Sem a aprovação, disse ele, o governo vai começar a recolher assinaturas de cidadãos para fazer o plebiscito sobre a reforma constitucional.
A Colômbia tem uma das democracias mais consolidadas da América Latina, mas o Congresso é considerado uma de suas instituições mais corruptas. As declarações de Lodoño foram entendidas como uma ameaça pelos parlamentares, o que pode também acabar emperrando a votação de reformas tributárias, previdenciárias e trabalhistas exigidas pelo FMI.
Ao ser eleito, Uribe chegou a propor a suspensão do Congresso, mas recuou ao receber sinais de que os parlamentares estavam dispostos a colaborar nas reformas, que incluem a redução no número de deputados, o congelamento dos gastos públicos e a eliminação de vários órgãos estatais.
A Colômbia vive uma forte recessão e uma guerra civil que já dura 38 anos. Quase metade da população é pobre, e 18% estão desempregados. Para 2002, a previsão do governo é de um déficit de 4,1% do PIB, que é de US$90 bilhões.
O senador governista Rafael Pardo disse que o governo impôs o ultimato porque os parlamentares tinham "manuseado" o texto original do referendo. Mas, para o senador liberal Rodrigo Rivera, Uribe está usando o tema para pressionar os parlamentares.
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