Reuters
10/10/2002 - 11h53

Católicos pedem a Blair que mantenha governo na Irlanda do Norte

da Reuters, em Londres

O Sinn Fein, partido aliado da Exército Republicano Irlandês (IRA), pediu hoje que o premiê britânico Tony Blair não suspenda o governo da Irlanda do Norte, ameaçado por um escândalo de espionagem que pode paralisar o processo de paz na região.

"Apresentamos nossa opinião de que suspender as instituições novamente seria um erro", afirmou o líder do Sinn Fein, Gerry Adams, depois de um encontro de emergência com Blair.

"Essa seria a quarta vez", declarou. "Isso deixaria claro que essas instituições são peças sobressalentes e opcionais, algo que poderia ser dado e tirado de acordo com a capacidade ou a incapacidade dos unionistas (pró-britânicos) de viver com o que está acontecendo."

O principal líder unionista da Irlanda do Norte, David Trimble, afirmou que abandonaria o governo de coalizão caso Blair não expulse o Sinn Fein do Parlamento regional, devido a acusações de espionagem contra os republicanos católicos (antibritânicos).

A crise, a pior desde a assinatura do Acordo da Sexta-Feira Santa, em 1998, eclodiu na semana passada, quando a polícia invadiu um gabinete parlamentar do Sinn Fein após denúncias de que o IRA havia infiltrado espiões no quartel-general dos ministros britânicos em Belfast (capital da Irlanda do Norte).

Uma autoridade do Sinn Fein e um ex-contínuo do governo compareceram a uma corte sob a acusação de terem informações que "poderiam ser usadas por terroristas."

"Não quero que o senhor Trimble abandone o governo, mas, se o senhor Trimble deseja abandonar o governo, então deixem-no abandonar o governo", declarou Adams.

Blair deve se decidir nos próximos dias entre três opções: expulsar o Sinn Fein, convocar novas eleições para o Parlamento ou retomar o controle direto da região. A última alternativa é considerada a mais provável.

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