Colômbia lança herbicidas em plantações de coca e agrada os EUA
da Reuters, em BogotáO novo governo da Colômbia está intensificando sua campanha para lançar herbicidas sobre as plantações de folhas de coca, satisfazendo as exigências dos Estados Unidos. O governo norte-americano havia expressado frustração ante os atrasos provocados por protestos de camponeses.
O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que segue uma política de linha-dura contra as guerrilhas do país, está autorizando a aspersão de herbicidas em todas as colheitas de coca --matéria-prima da cocaína--, disseram hoje oficiais do governo norte-americano.
O antecessor de Uribe, Andrés Pastrana, havia proibido a fumigação de agentes químicos sobre pequenas plantações de camponeses que assinaram compromissos de erradicação voluntária dos cultivos ilegais.
"Este governo (de Uribe) está claramente muito decidido a aumentar o programa de erradicação e a assegurar que tenha êxito", disse uma autoridade norte-americana. Ele disse ainda que "o governo anterior foi menos resoluto do que este", comparando Pastrana a Uribe.
Uribe, que assumiu a presidência em agosto, pretende aumentar os gastos militares para combater os grupos guerrilheiros de esquerda e paramilitares de direita que se enfrentam em 38 anos de guerra civil.
O novo presidente também promete elevar o gasto social para aliviar a situação de pobreza em que vivem mais de 60% dos 40 milhões de colombianos.
Uma das propostas de Uribe para afastar as famílias do cultivo de coca é um programa financiado pelo governo para reflorestar bosques como alternativa às folhas de coca.
Ele, no entanto, não recorreu as iniciativas do antecessor de propor a erradicação voluntária das plantações.
Na verdade, as aspersões de agentes químicos aumentou no Departamento (Estado) de Putumayo, onde o governo de Pastrana havia feito acordos com cocaleiros e evitou a fumigação de herbicidas.
Organismos de defesa dos direitos humanos e de proteção ao meio ambiente alertam que os riscos dos agentes químicos ainda são incertos. Segundo eles, os herbicidas podem provocar sérios danos à saúde dos camponeses e ao meio ambiente.
Governos de países vizinhos, como o Brasil, por exemplo, se mostram apreensivos diante dos potenciais riscos ecológicos dos agentes químicos.
Guerrilha
Reduzir o tráfico de drogas é o principal ponto da estratégia conjunta entre Estados Unidos e Colômbia para acabar com as guerrilhas e os paramilitares, que financiam parte de suas operações com o narcotráfico.
O presidente colombiano tem sido duramente criticado por grupos de defesa dos direitos humanos por aumentar o poder das Forças Armadas sob o estado de emergência, que permite aos militares efetuarem prisões sem ordem judicial e reduzir o movimento de civis nas zonas de conflito do país.
A ofensiva do governo contra as guerrilhas ganhou força depois que os Estados Unidos autorizaram o uso da ajuda militar antidrogas - incluindo helicópteros e armamento pesado- em ações contra os rebeldes.
Nos últimos anos, a Colômbia recebeu mais de US$ 1,5 bilhão em ajuda dos Estados Unidos, principalmente militar.
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