Reuters
01/10/2002 - 22h02

Com 18 mortos, Caxemira tem o dia mais sangrento das eleições

da Reuters, em Anantnag e Srinagar (Índia)

Dezoito pessoas morreram no mais sangrento dia de eleições na região indiana da Caxemira, durante a terceira etapa do pleito no conturbado Estado.

Três atiradores, vestidos de policiais indianos, mataram hoje oito pessoas em um ataque a um ônibus. Em outro episódio, seis soldados indianos foram mortos quando seu veículo passou por cima de uma mina terrestre. E em outros incidentes separados morreram dois militantes separatistas, um ativista político e um outro soldado indiano.

Apesar da violência, autoridades informaram que 41% dos eleitores compareceram às urnas. O número, no entanto, é menor do que nas duas etapas anteriores, que foi de 47% e 42%, respectivamente.

Os votos foram sustentados pela participação dos eleitores de áreas com maior concentração de hindus, no sul do Estado. Já no centro e norte da Caxemira, onde é maior a presença de separatistas muçulmanos, apenas 25% da população votou.

Para a Índia, as eleições são uma maneira de aumentar a legitimidade do governo no único Estado de maioria muçulmana do país. Mesmo com a onda de violência, os resultados têm sido vistos com bons olhos em Nova Délhi. As eleições vão até 8 de outubro.

O governo indiano acusa o Paquistão de incitar a violência separatista na região, que já deixou cerca 600 mortos desde o anúncio das eleições, em 2 de agosto.

O Paquistão nega que esteja encorajando os ataques de separatistas e afirma que apenas dá apoio moral à "luta pela liberdade" na Caxemira.

Um grupo separatista obscuro, o Al Arfeen, assumiu a responsabilidade por pelo menos 12 agressões, mas não especificou os ataques. O grupo também afirmou ter realizado a ação na qual foi morto um secretário de Estado, no mês passado.

O controle sobre a Caxemira já foi motivo de duas das três guerras travadas entre Índia e Paquistão (1948-1949, 1965 e 1971). Os dois países se tornaram independentes do Reino Unido em 1947.

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