Pensata

Lúcio Ribeiro

02/10/2002

Pornô-indie?

"I need to hear some sounds that recognize the pain in me, yeah/ I let the melody shine, let it cleanse my mind, I feel free now/ But the airways are clean and there's nobody singing to me now"
"Bittersweet Symphony", Verve


Firmeza?
Vamos levando, não é mesmo?
Dia destes fiquei gritando sozinho no meu carro. Estava acompanhando "Bohemian Rapsody", do Queen, que tocava no CD player do carro. É sério. Baita música boa. Estava em um disco novo que recebi, duplo, chamado "Guitar Heroes".
É um com desenho de uma guitarra na capa e tal. Está cheio de tranqueiras tipo Def Lepard, Dire Straits etc. Tem Hendrix, Motorhead, Who, T-Rex, Thin Lizzy, Bowie. E umas coisas tipo "Song 2", do Blur, "Nancy Boy", do Placebo, Foo Fighters, Robin Williams.
Aí eu pensei: conheço este disco. Fucei atrás de informações e tive a confirmação do que eu desconfiava. É o CD "The Best Air Guitar Album in the World...Ever", que eu vi à venda na Inglaterra, em agosto. Com uma ou outra mudança pequena, mas é o próprio.
O inglês tinha "Hash Pipe", do Weezer, por exemplo. O daqui tem Placebo no lugar, talvez para atender à forte demanda indie nacional.
Por que será que a Virgin/EMI não deixaram o nome original? Esse troço de Air guitar é tão legal. Devem pensar: isso não "vende" aqui. Em vez de dar palha para a onda de air guitar, ficam fazendo CD para quem curte a programação normal da 89FM. Ou seja, ninguém.

* Mas uma olhadinha cuidadosa no encarte entrega: há uma recomendação feita por Zac Monro, o grande bicampeão do campeonato mundial de air guitar. Zac, você já o viu por aqui, ganhou o mundial deste ano com "Fell in Love with a Girl", do espetacular White Stripes. O "champ" recomenda o CD de air guitar: "This double CD kicks unbelievable ass". E finaliza com: "Air guitar é a última ferramenta que possuímos para tomar posse, com nossas próprias mãos, do mundo virtual".

* O guitarrista Brian May compilou as músicas e seu grupo, o grande/folclórico Queen, abre e fecha o CD, de 43 músicas ideais para você tocar guitarra imaginária e se achar um rock star. A primeira é "Tie Your Mother Down (Air Guitar Edit)".
Boa pedida para quem vai no show do Rush. Ou não, porque lá o negócio vai ser air teclado, não?

* Se eu não vou sortear este CD de air guitar na coluna?...

* Deu para perceber que a coluna desta semana cheira a coisa velha e está cheia de questões, dúvidas, perguntas que não querem calar.

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SMITHS RAP?

Esta é boa: uma nota sobre música pop que circulou na internet nesta semana dava conta de um certo fenômeno inexplicável envolvendo o lendário grupo inglês "sensível" The Smiths e o mundo do rap americano. Dizia a nota, aqui traduzida:
"Por mais inacreditável que possa parecer, os Smiths foram tocados não uma mas duas vezes nesta manhã na principal estação de rádio de rap e hip hop de Nova York, a 97.1 FM. Aproximadamente às 7h45 de hoje (30 de setembro, terça), a música "Stop Me If You Think You've Heard This One Before" foi ao ar do começo ao fim. A mesma música foi tocada novamente por volta das 8h20. Não houve nenhuma alteração feita na música nem foi qualquer tipo de remix. Até agora nada foi falado aos ouvintes da 97.1 sobre os motivos que levaram a rádio a tocar Smiths. A 97.1 costuma tocar Nelly, Jay-Z, outros de hip hop e artistas do R&B atual".

* Mais Smiths daqui a pouco.

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CAETANO É ELVIS?

E Caetano Veloso volta aos cadernos culturais. De onde nunca saiu, na verdade. O cara é muito notícia. Desta vez, inventou uma parceria com Jorge Mautner para tocar coisas como "Maracatu Atômico". Só para lembrar, estamos em 2002.
O anúncio do show que a dupla vai fazer no Rio é engraçado. Diz "Não tem desculpa", em letras garrafais. Concordo.

* O respeitabilíssimo "New York Times" disse no último domingo, por ocasião do lançamento americano do livro "Verdade Tropical" ("Tropical Truth" lá), que Elvis e Caetano são iguais, porque os fãs tanto de um quanto de outro os chamam pelo primeiro nome. É mesmo...

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NOVAS TENDÊNCIAS

Há alguns anos (dois?) eu ando atuando como DJ ocasional em festas e clubes indies paulistanos. Dá para captar alguns sinais pop dessa, hã, experiência. Agora, por exemplo, durante a "Popload Tour", tenho percebido uma mudança de comportamento. No ano passado vinha uma galera pedir Suede, Pulp e Blur. Agora, querem que toque Strokes e White Stripes insistentemente. Em minhas últimas discotecagens, no DJ Club e no FunHouse, respectivamente, cerca de cinco pessoas diferentes pediram Libertines, esperto grupo novo de Londres que só tem três músicas na praça. Sério. Numa amostragem empírica, dá para imaginar que se o álbum début do Libertines fosse editado no Brasil, pela EMI (quando ele ficar pronto), iria vender umas 15 cópias de cara. O mesmo que deve vender Max de Castro, Arnaldo Antunes, essas coisas. Lançamento brasileiro justificado, portanto.

* Recebi e-mail de um leitor me contando a respeito da vez em que toquei no DJ Club, em sábado recente. Ele acompanhava a namorada. Na hora em que eu coloquei na pista a lentosa "Yellow", do Coldplay, o cara não aguentou: motivado pelo clima da canção e tal, tascou um pedido de casamento na menina. Cool. Está vendo o que uma música boa pode fazer?

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INDIE PORNÔ

O papo é delicado. Vou muito na manha para não ter problemas legais. E este "legais" não quer dizer "bacanas". A história é a seguinte:
Quando esta coluna apontou uma certa tendência do jeito de vestir de meninas indies em Londres, o lance da calcinha à mostra com a calça rebaixada etc., saí a campo para pesquisar, claro. Dever de todo profissional e tal e coisa.
As evidências da moda ousada do vestuário teen feminino, que já ganhava Nova York, levavam a Los Angeles, berço do hardcore, metal ou punk. Levavam também à gigante tribo emo californiana, responsável pelo movimento ter largado o underground para vender milhões de discos.
Aí esta coluna deparou com uns sites liberais, que tinha a moda da calcinha e outras modas mais, hã, fortes.




Acontece que começa a chamar atenção do mundo pop uma espécie de sites eróticos que flertam com música independente, eletrônica e principalmente emo.
Há o famoso www.makeoutclub.com, uma espécie de ponto de encontro para praticantes e fãs do movimento emocore, nesta nova fase milionária. Nele você encontra muita informação sobre música, tatuagem, skate e... meninos e meninas nuas, que mandam suas fotos bem à vontade junto com a indicação de seus gostos musicais. A Courtney, de Tampa, Flórida, por exemplo, curte fotografia. É straigh-edge. Gosta de tirar fotos de shows de rock e da platéia que dá mosh, se jogando do palco em cima dos outros. E está a fim de conhecer outras pessoas.
O makeoutclub.com explica que não é uma página de classificados sexuais para solteiros. "É um lugar para a garotada indie e hardcore que tem algo em comum e que podem se aproximar mais via internet. Se você não é capaz de entender a mensagem, é porque está aqui por outras razões", esclarece o site, numa tradução livre.
Já ultrapopular entre a molecada hardcore tarada americana, o MakeOut Club tem 30 mil usuários e está indicado na famigerada "Hot List" de recente edição da "Rolling Stone".
A revista inglesa "The Face" registra em sua edição de outubro a pornografia indie e indica os sites pornforpunks.com e raverporn.net, entre outros. No Raverporn, para citar um, dá para ver a Misty, 18, em fotos, hum, sapecas. Ela, de Washington, adora downtempo, drum'n'bass e jungle. "Mas guardo um lugar no coração para o punk", revela.

* O agitado Supercult (www.supercult.com), logo na homepage, antes de chegar aos pelados, indica qual som está tocando na seção para sócios e dá o toque do "imperdível" DVD do Super Furry Animals, para quem curte britpop. É do Supercult a foto desta menina aí de cima, com a camiseta do Belle & Sebastian. A garota é a Mary-Ann, 21, que vive entre Boston e Las Vegas. Ela é de capricórnio e ama, além da banda escocesa da camisa, Blondie, Strokes e Air.

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MISS KITTIN NO BRASIL

Falando em mundo pornô, a desbocada diva electro Miss Kittin, que pelo zunzum vem tocar no Rio e SP no Réveillon, vai ter seu delicioso disco "First Album" lançado aqui no Brasil pela FNM nos próximos dias, provavelmente na semana que vem.
O disco tem o hit "Frank Sinatra", "Life on MTV" e "Stripper" e é de Kittin com seu parceiro The Hacker. Disco ou show, Kittin é espetacular. Vá atrás dela.

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INTERPOL NO BRASIL

Strokes quem? A banda mais falada atualmente em Nova York, a novata Interpol, que terá o brilhante (mesmo) "Turn on the Bright Lights" lançado no Brasil em novembro pela Trama, já é dona de música em propaganda de TV. A primeira faixa do CD de estréia do grupo que se apresenta de terninho embala as chamadas para "FM Nation", novo programa da MTV americana. A música tem o nome de "Untitled". Logo, não tem nome. A série tem o seguinte mote: "É sábado à noite em uma pequena cidade. Você não tem planos para sair, a não ser dar umas voltas à toa com seus amigos. Com o rádio no último volume, o carro é seu veículo de escape. E, ao amanhecer, ou você terá se apaixonado, vivido alguma aventura ou estará preso. Esta é sua vida." Uhhh!

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O CD É CARO, MAS... ("BITTERSWEET SYMPHONY")

Comprar CD ou revista importados no Brasil custa o olho da cara, todo mundo está cansado de saber. Mas o último número da publicação inglesa "Uncut" está sedutor. O CD que vem encartado à revista tem uma do Interpol, outra do Replacements, relembra Belly (a linda "Geppeto") e enfileira canções de Solon Burke, Soft Cell e Ash. Mas o que mereceria seus íntegros QUARENTA REAIS é a versão ao vivo e acústica de "Bittersweet Symphony", clássico britpop do Verve. Seu autor, Richard Ashcroft, uma das vozes mais bacanas da história do pop inglês, cantou a música em um show no Scala, em Londres, em abril último. Voz de bêbado, a galera acompanhando, sem a sinfonia e com o ritmo lento, a versão é maravilhosa. Se você dispõe da grana preta e for atrás do disco, tem meu respeito. Se não dispõe, tem sempre a internet, não é mesmo?

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O QUE ACONTECEU COM O MEU ROCK ACÚSTICO

A ótima banda californiana Black Rebel Motorcycle Club, que faz o papel do Jesus & Mary Chain no novo rock, postou versões acústicas bem legais de algumas de suas principais músicas: "Love Burns" e "Whatever Happened to My Rock'n'Roll (Punk Song)". Está no site oficial da banda. Tem outras quatro canções por lá. O single de "Punk Song" saiu há umas duas semanas, com uma versão ao vivo da maravilhosa "Rifles", tirada da apresentação da banda no Glastonbury. A capa é lindíssima.

* Falando em capa bonita, o paradão grupo islandês Sigur Rós, que fez um show bacana no Free Jazz 2001 (não?), está vindo com disco novo. A capa, uma para cada região do planeta, é bem legal, se é que eu entendi direito. O disco, como você poderia prever facilmente, se chama "()". E parece que dá para baixar tudo no próprio site do grupo (www.sigur-ros.co.uk).

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A SEGUNDA ONDA INDIE - FESTIVAIS

Dois festivais indies, um em SP e outro em Goiânia, confirmam suas realizações e vêm se juntar ao anúncio do segundo Upload (dezembro), feito na semana passada.
Conforme esta coluna constatou na semana passada, o underground brasileiro começa realmente a se mexer com discos, clubes e festivais, numa tentativa de reviver os bons tempos de agito do ano passado.

* Star Guitar Festival - marcado para acontecer nos dias 2 e 3 de novembro na boate Tramp Club (Pinheiros), o evento escala 14 bandas já confirmadas, 13 delas paulistas. Entre tantas estão The Concept, Pullovers, a carioca Pelv's, Momento 68, hurmold, Thee Butchers Orchestra e o Objeto Amarelo, aposta da Bizarre Discos, uma das bandas indies prediletas do jornalista Thiago Ney, da Ilustrada. A organização do festival é do articulador indie Márcio Custódio, da Plastic Fantastic.

* Goiânia Noise - o line-up sai só no dia 20 e poderá ser conferido no site da Monstro Discos, a Sub Pop brasileira (www.monstrodiscos.com.br). O Goiânia Noise já está bem cravado no circuito indie nacional e deve até virar franquia em breve, em outras cidades: Floripa Noise, Brasília Noise. Vai ser realizado nos dias 22, 23 e 24 de novembro.

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A MPB EM APUROS (RIO DE JANEIRO SITIADO)

Arnaldo Antunes, nosso poeta concreto, ia fazer um show no Rio de Janeiro nesta segunda-feira última, quando a cidade viveu um dia de terror, supostamente provocado por ameaças dos traficantes. Minutos antes de o show começar, seguranças da casa Ballroom (Botafogo) evacuaram o local, enxotando o público presente. A justificativa era a de que ligaram para a boate, ordenando o fechamento imediatamente. O cantor Lenine, que ia dar uma canja no show do ex-titã, chegou ao local e deu de cara com as portas fechadas. Foi embora sem saber o que havia acontecido.

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O QUE É "HOT"

Então. A publicação americana "Rolling Stone", que até anda atravessando uma fase inspirada, dedicou seu último ou penúltimo número para a famigerada "Hot List", indicando o que está pegando fogo na cena pop. Dá uma conferida rápida em alguns dos itens quentes do pop, segundo a revista.

* hot band - Coldplay

* hot cover (a capa) - Jennifer Love Hewitt, a "J. Lo original"

* hot metal - a banda inglesa The Cooper Temple Clause, de Reading, Inglaterra, cujo primeiro disco "See This through and Leave" está saindo no Brasil

* hot inexplicable persistence - Bon Jovi

* hot chart (now/next) - The Hives/Division of Laura Lee (rock sueco), Strokes/Interpol (NY pós-punk retro), Elvis/Jim Morrison (ícone morto)

* hot actress - Brittany Murphy

* hot antecipation - a sequência do filme "Matrix"

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DVD DO BETO GUEDES - A SAGA

Talvez o evento pop mais sensacional deste ano, o DVD lançado pelo músico Beto Guedes, mineiro das antigas, ainda repercute muito (nesta coluna).
Você lembra, é o DVD que registra show do cantor e compositor do Clube da Esquina em Belo Horizonte.
Como se já não fosse bizarro por si só o fato de um DVD do Beto Guedes ser lançado, o show do cara foi gravado no dia 11 de setembro de 2001, o da queda das torres de NYC, estouro do Pentágono e queda de avião, conhecido como o dia em que o mundo quase acabou.
Pois essa coluna, incansável, conseguiu achar um leitor na semana passada que ESTAVA no tal show.
Mas esta é melhor: leitor escreve para dizer que a mãe TRABALHOU no show. Explica o menino:
"Se ir ao show já é muito, imagina comigo, que minha mãe PARTICIPOU da gravação. Se você viu o DVD, tem um grupo dançando lá as músicas de congado ou coisa assim. É o grupo de teatro da minha mãe. Lembro-me dela saindo de casa e eu falando: 'Mãe! O mundo acabando e você vai a um show?!"

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CADÊ O WILCO?

A Ilustrada, caderno de cultura da Folha, anunciou que o novo disco da cult-band americana Wilco, o ótimo "Yankee Hotel Foxtrot", ia ser lançado no Brasil no começo de setembro. E foi. Só que a edição nacional do disco, até agora, um mês depois, só pode ser encontrado na FNAC, megaloja de São Paulo. Quem procura o CD em outros lugares, tipo na galeria de rock, lugar certo para vender discos de... rock, não acha. Conheço muita gente que está sem o disco porque não consegue encontrá-lo. Que esquema inteligente. E depois a internet e os importados são os culpados.

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STONES

A galera mais nova já deve ter ouvido falar em uma banda chamada Rolling Stones, acredito. Estou brincando. É só para dizer que, se você não tem muita coisa dos Stones e quer "A" coletânea da megabanda inglesa para corrigir esse rombo em sua cultura rocker, então esse "Fourty Licks" tem que ser seu.
CD duplo comemorativo dos 40 anos de estrada da banda de Jagger & Richards, o álbum saiu aqui no Brasil, acompanhando lançamento mundial. Fora todos os sucessos conhecidos e tal, um disco que tem "Street Fighting Man" e "Tumbling Dice" merece suor e lágrimas para consegui-lo.
O CD tem 40 músicas, quatro inéditas que nem são tão ruins, comparadas às feitas quando a banda tinha gás, gás, gás.
Os Stones já estão em turnê mundial. Começaram em Boston, no último dia 3 de setembro. E só vão parar no final do ano que vem, depois de correr mundo, mas desprezando a combalida América do Sul.
A pedido de Mick Jagger, que com sua famosa lingua resolveu lamber o novo rock, Strokes e White Stripes foram convidados para abrir algumas das apresentações dos Stones.
Os Strokes tocam na próxima sexta-feira, em Landover, Maryland. No sábado, o show para a platéia dos Stones será em Hartford, no Estado de Connecticut.
Já a dupla White Stripes, de Detroit, que no blues tem um certo parentesco com os Stones dos primórdios, toca antes do veterano grupo nos dias 16 e 20 deste mês, em Toronto e Columbus (Ohio).

* Os Stones também estão no rap e na música eletrônica. O papa Dr. Dre, padrinho de Eminem, regravou "Miss You" para a trilha sonora do novo filme da série "Austin Powers". Já o músico e produtor francês Mirwais pegou o mesmo clássico e o travestiu de electro pop. As duas versões são ótimas e estão na internet.

* Li na "Caras" que uma relativa conexão dos Stones com o Brasil se deu em meados de setembro, quando Lucas Jagger, de 3 anos, assistiu a dois shows da banda do pai, 59, em Chicago. Lucas é filho do cantor com a apresentadora de TV brasileira Luciana Gimenez.

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WHITE STRIPES COM BAIXO - PROMOÇÃO

Lembra a sensacional história do líder do grupo Redd Kross, o Steven McDonald com o White Stripes? Aquela em que McDonald pegou o excelente disco "White Blood Cells", do grupo de Detroit que é só guitarra+bateria, e colocou baixo em todas as músicas?
Só recordando, McDonald ia pegando duas músicas de cada vez, interferindo do seu modo e depois colocando as canções mexidas no site oficial do Redd Kross. Transformou o disco em "Redd Blood Cells", botou sua imagem, em montagem, ao lado de Jack e Meg na capa original do CD, e se autoproclamou o terceiro White Stripes.
Esta coluna entendeu o ato de McDonald como revolucionário e tal. Qualquer fã pode interferir em um disco de sua banda preferida graças ao computador e à internet. E divulgar isso.
Pois o CD completo, o raro "Redd Blood Cells", o White Stripes mexido, com baixo e backing vocal, é oferecido agora aqui. Quem quiser concorrer ao CD especial precisa correr o risco de ganhar no lucio@uol.com.br. Vem nessa.

* Este CD, além de ter suas músicas na internet, está a venda com capinha caprichada na loja paulistana Velvet (www.velvetcds.com).

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PROMOÇÕES DA SEMANA

Mais dois prêmios maravilhosos serão oferecidos aqui, para completar com o do White Stripes acima nesta semana ultragenerosa. E olha que nem é Natal.

O esquema é a velha concorrência no lucio@uol.com.br.

São eles:

* Um CD duplo dos Stones, a novíssima coletânea "Fourty Licks", compilação ideal para aquela coleção que tem carência de discos de uma das principais bandas de rock da história.

* Um CD duplo "Guitar Heroes", que na verdade é a coletânea de air guitar lançada na Inglaterra (ler lááaááá em cima) com outro nome. É cheia de clássicos do rock para você "tocar junto" em sua guitarra imaginária, lá dentro do seu quarto.

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A DEMOLIÇÃO DE RYAN ADAMS

"Cala a boca e vá dormir", grita o herói do country-rock americano Ryan
Adams, depois de se cansar de pensar em bobagens como Porsches e violetas
ardendo em chamas por causa de uma explosão nuclear.

A linda canção "Nuclear" á está em single (lá fora), nas rádios (lá fora) e na internet (ufa!). É o primeiro registro de "Demolition", terceiro álbum solo do jovem músico norte-americano, coleção de demos gravadas por Adams em várias sessões em várias cidades, durante suas viagens na longa turnê passada, que o consumiu por quase dois anos.
Adams viajou e viajou graças ao sucesso do ótimo "Gold", o disco anterior, lançado inclusive no Brasil e que contém o hit "New York, New York".
Na verdade, "Demolition" não é ainda o sucessor de "Gold", segundo o próprio Ryan Adams. É um aperitivo enquanto o "verdadeiro" disco não vem.
Ryan compõe músicas tanto quanto utiliza a palavra "love" em suas canções. O rapaz está em plena produção de larga escala desde que estourou, com "Gold".
Na turnê, entre dezembro de 2000 e até este ano, compôs canções suficientes para encher cinco álbuns.
Em "Demolition", essa energia criativa de Adams está em estado bruto. Tem
lindas músicas e outras descartáveis. Quando as canções são boas, como
"Nuclear", "Cry on Demand" e "Starting to Hurt", elas são muuuuuuuito boas.
Na devastadora balada "She Wants to Play Hearts", ele machuca cantando que é um brinquedo quebrado na mão de uma garota solitária.
Corra e ouça as músicas citadas. Graças a elas dá para perdoar o fato de
Ryan Adams ter regravado à maneira alt-country todo o primeiro álbum dos
Strokes. Perdoar não por ter gravado (quem ouviu disse que é maravilhoso).
Perdoar, sim, por ter decidido não lançar.

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GANHADORES DA PROMOÇÃO

Aqui vai o que você quer:

* "Yoshimi Battles the Pink Robots", álbum caseiro do Flaming Lips (três
cópias)

- Carina Rodrigues
Goiânia, Go
- Chico Castro Jr
?, ?
- Marcos Antônio de Moraes
Pinhalzinho, SP

* "Evil Heat", CD do Primal Scream
- Sérgio Nepomuceno
Florianópolis, SC

* "Yankee Hotel Foxtrot", CD do Wilco (semana retrasada)
- Eunice Caetano Santos
Vitória, ES

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ENTÃO TÁ

Domingo tem eleições. Vote bonitinho. A Popload deve sair do Pensata e estrear cara e lugar novo na próxima semana, mas não se espante se demorar sete dias mais. A culpa não é minha.

"Goodbye, everybody, I've got to go/ Gotta leave you all behind and face the truth"
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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