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06/12/2002 - 16h16

Colômbia extradita para os EUA um dos líderes do cartel de Cali

da Folha Online

O traficante colombiano Víctor Patiño Fómeque, um ex-policial considerado o quinto no comando do desarticulado cartel de Cali, foi extraditado hoje para os Estados Unidos, informou uma fonte oficial.Ele é primeiro membro da organização a sair do país para responder a acusações da Justiça norte-americana.

Patiño Fómeque, 43, foi entregue em uma base militar de Bogotá a autoridades do Departamento Antidrogas dos Estados Unidos (DEA), que o embarcaram em um avião que seguiu para o Estado da Flórida, informou um oficial da Polícia Judicial (Dijin), que pediu anonimato.

O oficial informou que o traficante, conhecido como "o químico", foi levado de helicóptero, na manhã de hoje, da prisão de segurança máxima de Cómbita -125 km ao nordeste de Bogotá- para a base militar de Catam na capital colombiana, onde foi entregue à DEA.

Patiño foi capturado em abril em um hotel de Bogotá. Os Estados Unidos queriam sua extradição por ter enviado um carregamento de cocaína ao país. Em 1995, quando a extradição era ilegal na Colômbia, Patiño entregou-se à Justiça e confessou seus vínculos com o narcotráfico. Ele foi libertado no ano passado por bom comportamento.

No mês passado, Patiño apresentou recursos de habeas corpus com documentos falsos para evitar a extradição e sair da prisão de Cómbita, onde também estava Rodríguez Orejuela, preso em 6 de novembro por ordem de um juiz local.

Sobre a extradição de Patiño, o presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, disse que "este é um Estado de Direito que tem que respeitar a Constituição e as leis".

Desilusão amarga
José Espejo, advogado de Patiño, disse que seu cliente será apresentado às cortes dos Estados Unidos para ir a julgamento o mais rápido possível.

"Tem uma desilusão amarga porque os fatos já foram julgados na Colômbia e um Estado soberano, como os Estados Unidos, não é competente para voltar a valorar uma condenação que já foi imposta por um tribunal colombiano e que os Estados Unidos desconhecem", disse Espejo.

O advogado disse a jornalistas que Patiño ficou isolado nos últimos dias na prisão, comendo alimentos enlatados por medo de ser envenenado por inimigos.

Gilberto Rodríguez e seu irmão Miguel foram os chefes do poderoso Cartel de Cali, que chegou a controlar 80% do mercado mundial de cocaína exportada principalmente para os Estados Unidos, primeiro consumidor mundial da droga.

A libertação de Rodríguez, sentenciado a 15 anos de prisão e que recebeu liberdade condicional depois de cumprir três quintos da pena, provocou profundo mal-estar entre o governo colombiano e os Estados Unidos, que consideraram a condenação pequena diante do dano causado.

Nos últimos dois anos, os Estados Unidos entregaram à Colômbia cerca de US$ 1,5 bilhão em equipamento militar e treinamento para combate ao tráfico.

O narcotráfico é o combustível de um conflito interno de 38 anos que mata 3.500 pessoas por ano na Colômbia, maior produtor mundial de cocaína -cerca de 580 toneladas métricas anuais.

Com agências internacionais
 

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