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29/11/2002
-
15h39
da France Presse, em Paris
A Aids, que causou mais de 3 milhões de mortes em 2002, continua se propagando, chegando a ameaçar a estabilidade do planeta.
Combater a estigmatização e discriminação são os lemas do 15º Dia Mundial de Luta contra a Aids, que será celebrado domingo (1), e da Campanha Mundial contra a Aids 2002-2003.
Em 2002, a aids matou mais de 3 milhões de pessoas, entre elas 610 mil crianças. Existem atualmente 42 milhões de infectados, 2 milhões a mais que um ano atrás. Se não forem tomadas medidas eficazes, deverá haver 45 milhões de contaminações suplementares até 2010, alerta a Unaids, agência das Nações Unidas para a doença.
Para combater a aids são necessários no mínimo US$10 bilhões por ano, quando se dispõe de apenas US$ 3 bilhões, segundo o médico Peter Piot, diretor da Unaids. A grande maioria dos doentes espalhados pelo mundo carece de tratamento, e a doença se propaga ao ritmo alarmante de 14 mil novos casos por dia.
Pela primeira vez na história da epidemia, as mulheres passaram a representar 50% dos adultos que vivem com o HIV (eram 48% em 2001).
A África subsaariana, com 29,4 milhões de soropositivos, é a região mais afetada. Em 2002, houve 3,5 milhões de novas infecções e 2,4 milhões de mortes. Uma porcentagem mínima de africanos recebe tratamento adequado.
Marginalização
A epidemia está agravando a fome na África, segundo a Unaids. A agência assinala que 7 milhões de trabalhadores agrícolas de 25 países africanos morreram de aids desde 1985. Se não fosse a doença, a expectativa de vida em Botsuana seria de 62 anos, em vez de 37, por exemplo.
Índia e a China poderão contar 10 milhões de portadores do HIV no fim da década se não forem tomadas medidas radicais. Paralelamente, a aids continua se alastrando rapidamente no Leste da Europa e na Ásia Central.
"O aumento do número de mulheres infectadas vai criar um problema enorme, ainda que seja apenas porque em vários países a sobrevivência da família depende delas", assinalou Michel Sidibé, funcionário do alto escalão da Unaids. "Menos de 4% dos pacientes têm acesso aos remédios para a aids", destacou.
Os doentes de aids continuam sofrendo marginalização e repressão, o que prejudica a prevenção. "É transformando o vírus em nosso inimigo comum, e não as pessoas infectadas, que venceremos esta luta mundial", assinalou Piot.
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Aids ameaça a estabilidade mundial
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BRIGITTE CASTELNAUda France Presse, em Paris
A Aids, que causou mais de 3 milhões de mortes em 2002, continua se propagando, chegando a ameaçar a estabilidade do planeta.
Combater a estigmatização e discriminação são os lemas do 15º Dia Mundial de Luta contra a Aids, que será celebrado domingo (1), e da Campanha Mundial contra a Aids 2002-2003.
Em 2002, a aids matou mais de 3 milhões de pessoas, entre elas 610 mil crianças. Existem atualmente 42 milhões de infectados, 2 milhões a mais que um ano atrás. Se não forem tomadas medidas eficazes, deverá haver 45 milhões de contaminações suplementares até 2010, alerta a Unaids, agência das Nações Unidas para a doença.
Para combater a aids são necessários no mínimo US$10 bilhões por ano, quando se dispõe de apenas US$ 3 bilhões, segundo o médico Peter Piot, diretor da Unaids. A grande maioria dos doentes espalhados pelo mundo carece de tratamento, e a doença se propaga ao ritmo alarmante de 14 mil novos casos por dia.
Pela primeira vez na história da epidemia, as mulheres passaram a representar 50% dos adultos que vivem com o HIV (eram 48% em 2001).
A África subsaariana, com 29,4 milhões de soropositivos, é a região mais afetada. Em 2002, houve 3,5 milhões de novas infecções e 2,4 milhões de mortes. Uma porcentagem mínima de africanos recebe tratamento adequado.
Marginalização
A epidemia está agravando a fome na África, segundo a Unaids. A agência assinala que 7 milhões de trabalhadores agrícolas de 25 países africanos morreram de aids desde 1985. Se não fosse a doença, a expectativa de vida em Botsuana seria de 62 anos, em vez de 37, por exemplo.
Índia e a China poderão contar 10 milhões de portadores do HIV no fim da década se não forem tomadas medidas radicais. Paralelamente, a aids continua se alastrando rapidamente no Leste da Europa e na Ásia Central.
"O aumento do número de mulheres infectadas vai criar um problema enorme, ainda que seja apenas porque em vários países a sobrevivência da família depende delas", assinalou Michel Sidibé, funcionário do alto escalão da Unaids. "Menos de 4% dos pacientes têm acesso aos remédios para a aids", destacou.
Os doentes de aids continuam sofrendo marginalização e repressão, o que prejudica a prevenção. "É transformando o vírus em nosso inimigo comum, e não as pessoas infectadas, que venceremos esta luta mundial", assinalou Piot.
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